Não deu para a seleção feminina. Nesta sexta-feira (30), pelas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o Brasil fez um jogo duríssimo com o Canadá, chegou a ter a vantagem nos pênaltis, mas acabou sendo derrotada por 4 a 3 nas cobranças, dando adeus à competição.
A seleção não fez o seu melhor jogo e foi abaixo do esperado em muito momentos. O Canadá também não fez uma grande partida, que foi decidida nas penalidades máximas. Bárbara defendeu o chute de Sinclair no início das cobranças, mas Andressa Alves e Rafaelle pararam na goleira canadense Labbé nas duas últimas cobranças do Brasil. Com o resultado, se encerra um ciclo do futebol feminino. Os jogos Olímpicos de Tóquio marcam a provável despedida de Formiga e Marta da seleção feminina.
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Esta é a segunda vez em seis edições olímpicas disputadas que o Brasil fica fora das quatro melhores equipes, repetindo o resultado de Londres-2012. Além disso, a seleção foi medalha de prata em Atenas 2004 e Pequim 2008, mas desde então não subiu mais ao pódio olímpico.
Agora, o Canadá aguarda o adversário da semifinal, que vai sair do grande duelo entre Estados Unidos, atuais campeãs mundiais, e a Holanda, atual vice-campeã do mundo. O confronto pela vaga na final acontece na próxima segunda-feira (2), às 5h (de Brasília).
O jogo
Primeiro tempo
Depois do jogo contra a Zâmbia, Pia Sundhage voltou à formação titular para iniciar o duelo com o Canadá. A partida, no entanto, começou bastante estudada. As equipes se alternavam na subida da marcação para tentar pressionar as adversárias. A primeira boa chande do Brasil foi aos 14 minutos, quando Tamires tocou para Marta na área, recebeu de volta e chutou de primeira, mas mandou por cima do travessão.
Na sequência, entretanto, as canadenses acordaram e aumentar o volume de jogo. Passaram a atacar com mais perigo, obrigando a zaga e Bárbara a trabalharem. A seleção feminina do Brasil sentiu o mal o momento e facilitou a vida do Canadá, que conseguia achar mais espaços e chutou com perigo, pelo menos, duas vezes. Marta, por sua vez, ficou muito isolada na esquerda e pouco pôde fazer.
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Com 30 minutos do primeiro tempo, a equipe de Pia reagiu e igualou mais as ações, com um jogo bastante truncado no meio campo. Aos 40, zageuira canadense se atrapalhou, Debinha roubou a bola, mas ela escapou um pouco e deu tempo de a goleira sair bem para fazer a defesa. Foi a melhor chance do Brasil na primeira etapa, que teve um Canadá mais produtivo e um placar inalterado.
Segundo tempo
O Canadá voltou novamente melhor depois do intervalo e complicava a saída de bola do Brasil. Aos poucos, com Marta mais livre, a seleção feminina foi se encontrando mais no jogo. Aos 14, o Canadá teve a melhor chance da partida até então, em cabeceio de Gilles que explodiu no travessão.
Ludmila entrou no lugar de Bia Zaneratto e deu um gás a mais na equipe, brigando pelas bolas no ataque. Com o passar do tempo, o Brasil conseguiu ficar mais com a bola e tentava achar espaços no ataque. O Canadá ainda teve mais uma boa chance em cobrança de falta e antecipação de Bárbara para fazer a defesa. A seleção feminina tinha mais volume, mas criava poucas chances reais. O jogo, então, ficou mais morno e a prorrogação já parecia inevitável.
O Brasil ainda teve mais algumas chances em enfiadas de bola, mas sem levar muito perigo. No último lance da segunda etapa, Marta cobrou escanteio e goleira afastou. Mas o Canadá arrancou em contra-ataque e Bárbara precisou abafar a bola de Lawrence para salvar o gol e decretar o tempo extra.
Prorrogação e pênaltis
O Brasil seguia tentando, mas tinha dificuldade, com Marta visivelmente cansada. Enquanto isso, o Canadá começou a levar mais perigo à meta brasileira em jogadas de velocidade pelas laterais. No final do primeiro tempo, a seleção feminina adiantou a marcação para tentar roubar a bola, mas sem sucesso. O Canadá ainda tentou ameaçar nos últimos minutos, mas também sem êxito.
No segundo tempo da prorrogação, os dois times tinham medo de arriscar e poder levar um gol em um momento mais delicado do jogo. As equipes apostavam em lances de mais velocidade e o Brasil começou a chegar com mais perigo e assustar as canadenses.
Nos últimos minutos, pressão brasileira, que teve a melhor chance do jogo em cabeceio de Erika no canto esquerdo da goleira Labbé, que se esticou toda para fazer a defesa e salvar o Canadá. O Brasil tentou até o final, mas a bola não queria entrar e a disputa foi para os pênaltis.
Nas penalidades máximas, Bárbara começou defendendo a cobrança de Sinclair. Andressa Alves desperdiçou a sua e o Canadá passou a frente. Rafaelle foi para a última cobrança e também parou na goleira Labbé, decretando a eliminação do Brasil.
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