Tóquio – Rebeca Andrade é a primeira medalhista da história da ginástica artística feminina! Com alegria e calma, a brasileira encantou a todos na final do individual geral, com direito a ‘Baile de Favela’ no solo, é claro. O que se viu no Centro de Ginástica Ariake foi a história sendo feita com apresentações limpas, com soma total de 57.298. Rebeca Andrade no segundo lugar do pódio ao lado da americana Sunisa Lee com o ouro e a russa Angelina Melnikova com o bronze. Agora, Rebeca ainda disputa a final do salto e do solo.
+ CONFIRA UM PERFIL COMPLETO DA VICE-CAMPEÃ OLÍMPICA
“Eu nem sei explicar o que passou pela minha cabeça. Eu queria muito me sair bem hoje, não digo nem de ganhar medalha, mas fazer uma boa ginástica, uma boa inspiração para outras crianças pretas, brancas, todas as crianças que estão vendo. E um orgulho para o Brasil. Está sendo incrível”, falou depois da conquista Rebeca.
A PROVA
Na primeira rotação, Rebeca teve uma excelente execução e ficou com a nota de 15.300 no salto, um dos seus melhores aparelhos. Com uma apresentação limpa nas assimétricas, a brasileira fez 14.666 e na segunda rotação liderava o individual geral com apenas 0.066 de diferença para a americana.
Rebeca foi a última a se apresentar na trave na terceira rotação o que só aumentou o nervosismo de quem acompanhava a prova, com uma apresentação um pouco mais baixa que na classificatória, ela somou mais 13.566. Pedido de revisão e a nota foi para 13.666. Logo, Rebeca subiu para a segunda colocação com 43.632.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NO INSTAGRAM, NO FACEBOOK E NO TIKTOK
“Eu só pensava em me sentir calma e brilhar. Foi muito trabalho psicológico. Eu só pensava em ficar calma e brilhar, ficar tranquila, esse é o último aparelho.”
Na última e decisiva rotação, o grand finale ao som de baile de favela, não poderia ser mais emocionante. A americana Sunisa Lee era a atleta mais parelha com Rebeca. Na apresentação, Rebeca pisou fora em duas vezes e terminou com a nota de 13.666. Pontuação suficiente pra medalha histórica da ginástica artística feminina.
“Na hora da nota do solo eu não pensei na medalha. Eu pensei ‘putz, sai duas vezes do solo’. E meu médico veio, falou comigo e começou a abraçar, falou que eu tinha conseguido! Ai todo mundo começou a chorar e eu falei para eles não chorarem. Mas nossa, a alegria está transbordando. Eu estou muito feliz, eu estou grata. Eu tenho três cirurgias, eu tive muitas oportunidades de desistir, mas eu não desistir e estou aqui com a minha medalha de prata”, relembra.
INDIVIDUAL GERAL FEMININO
A primeira participação do Brasil na disputa do individual geral feminino acontece na Olimpíada de 1980, em Moscou, com Cláudia Magalhães que terminou em 32º lugar. As finais para o Brasil no individual geral feminino começaram a aparecer apenas na edição da Olimpíada de 2000, em Sidney, com Daniele Hypólito.
A edição dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 deu ao Brasil a melhor posição no individual geral feminino até hoje. Jade Barbosa desembarcou em terras chinesas como medalhista de bronze do mundial anterior, mas uma lesão no pulso impediu que a carioca pudesse mostrar todo o seu potencial. O 10° lugar de Jade entrou para a história como a melhor colocação do país, mas mostrou também que ela poderia ter conseguido ainda mais se não fosse pela lesão.
REBECA ANDRADE NA RIO 2016
Competindo no Rio de Janeiro, o Brasil voltou a colocar duas ginastas na final do individual geral feminino em 2016. Após se classificar em terceiro lugar, a novata Rebeca Andrade, aos 17 anos, não conseguiu repetir o desempenho e terminou em 11° lugar.