Muito trabalho, união e bom preparo do corpo e da mente. Para a zagueira Rafaelle, a Seleção Brasileira conta com todos esses atributos para ir cada vez mais longe nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Ela concedeu entrevista coletiva nesta segunda-feira (26), véspera do próximo desafio da equipe, e enalteceu a evolução do grupo e o trabalho da técnica Pia Sundhage.
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“Estamos evoluindo bastante, acho que isso é nítido para todo mundo, mas acho que é fruto do trabalho da Pia de já algum tempo. As meninas que passaram pela Seleção estão todas juntas, todo mundo abraçou essa ideia e está fazendo o que ela pede. A gente sempre fala que, hoje, para sairmos jogando, temos que estar perto uma da outra. É um dos princípios que ela passa para nós, temos que desafiar mesmo, ela sempre encoraja a gente. Isso é muito do acreditar no trabalho”, disse Rafa, destacando também o desenvolvimento da modalidade no país.
“Jogar no Brasil tem me ajudado bastante, foi importante chegar até aqui em uma boa forma física, em ritmo de jogo”, contou a zagueira, que atua no Palmeiras.
No próximo desafio, a Seleção encara a Zâmbia, de Barbra Banda. A atacante de apenas 21 anos já fez história em Tóquio ao se tornar a primeira mulher a marcar dois hat-tricks consecutivos em Olimpíadas. Rafaelle ressaltou, porém, que o Brasil está pronto para enfrentar qualquer adversário.
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“O time está bem preparado, estamos muito focadas e sabemos que será um jogo muito difícil. A Zâmbia tem uma atacante muito boa, já a conheço da China, já a enfrentei algumas vezes no ano passado, mas acho que o time está bem montado. A gente conseguiu, de certa forma, neutralizar um dos melhores times do mundo e acho que temos tudo para sair com a vitória”, projetou a zagueira, que acredita que os três gols sofridos no último jogo tornaram-se lições para todo o elenco.
“A gente sempre faz o nosso trabalho em grupo. Acho que não houve uma falha individual porque, para a bola chegar ao gol, teve um lançamento, uma cabeçada da atacante delas, então eu não colocaria dessa forma. Acho que foi mérito delas, a Holanda é um time muito bom, e acho que isso não mexe com a gente em relação ao próximo jogo”, afirmou.
Cabeça no lugar
Em sua segunda participação olímpica, Rafaelle sabe a importância de fortalecer a mente no decorrer da competição. No seu ritual individual, ela ouve sempre uma playlist para relaxar antes das partidas. A zagueira elogiou e detalhou o trabalho da comissão técnica no preparo psicológico das Guerreiras do Brasil.
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“A parte psicológica é uma ferramenta e um setor muito importante para o sucesso de qualquer seleção. Pia e Lilie [Persson, auxiliar] sempre pensam nisso, na linguagem corporal, no que mostramos ao adversário, elas acreditam muito que a parte psicológica é essencial. Temos feito um trabalho com a Lilie aqui em que ela imagina um jogo de várias situações. Se a gente estiver ganhando, se o time empata, se estivermos perdendo, como vamos reagir? Entramos no jogo muito mais preparadas para qualquer cenário que possa acontecer e acho que isso tem ajudado. Também acredito muito nas meninas e acho que essa fé que temos uma na outra, esse apoio que temos da comissão, nos dá muita força e tranquilidade para fazer um bom trabalho”, avaliou a atleta, que não escolhe adversários para a próxima fase.
“Até o momento, não chegamos a pensar qual time pegaremos nas quartas. A cada jogo, tentamos fazer nosso melhor, estamos buscando a vitória a cada partida e isso é o principal, apresentarmos nossa melhor performance a cada fase. Queremos fazer um ótimo jogo contra a Zâmbia e tentaremos fazer o máximo de gols que pudermos. Esse planejamento deixamos para a Pia, é o trabalho dela. Só estamos pensando em apresentar nosso melhor futebol e ganhar da melhor forma possível”, disse.
Torcendo pela Fadinha
Entre uma atividade e outra, a Seleção encontra tempo para torcer para o Brasil em outras modalidades. Rafaelle contou que o grupo comemorou bastante a medalha de prata da skatista Rayssa Leal, de apenas 13 anos.
“Foi muito legal, foi bem na hora do nosso almoço, estávamos todas reunidas e a gente acabou acompanhando pelo celular a final. Foi muito emocionante. Isso inspira muito a gente. Nós postamos nas redes sociais e acabamos recebendo mensagens do tipo ‘que legal isso, quero que vocês também consigam a medalha’. Isso acaba contagiando bastante, não só por ser uma menina, mas por estarmos buscando um ouro inédito. É motivo de muito orgulho ter uma menina tão talentosa ganhando essa medalha e também uma inspiração enorme”, contou.