Na estreia do skate nos Jogos Olímpicos, o Brasil marcou presença no pódio. Kelvin Hoefler conquistou a medalha de bronze no street masculino. Depois de ficar na quarta colocação nas eliminatórias, o brasileiro foi muito bem na final, chegou a liderar nas primeiras rodadas e terminou com a medalha de prata. O primeiro campeão olímpico da modalidade foi o japonês Yuto Horigome, enquanto o americano Jagger Eaton ficou com o bronze.
“Essa medalha é um ganho para o skate de todo o Brasil, pelo que nós atletas viemos trabalhando. Essa medalha não é só minha, é de todos os skatistas do Brasil e de toda a galera que torce por nós. Eu senti essa energia durante a competição, não temos público nos Jogos Olímpicos, então eu estava vendo as mensagens no telefone, vendo minhas redes sociais e sentindo toda a energia da torcida. Nunca tinha representado o Brasil num evento assim. Eu nem sei o que está acontecendo ainda, deve ser um sonho”, afirmou o medalhista de prata.
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Kelvin Hoefler começou muito bem a final e liderou as quatro primeiras rodadas, mas caiu em duas manobras seguidas, o que fez ele despencar para fora do pódio. No final, ele conseguiu um 9,34 que o alçou para a segunda colocação, mas que não foi capaz de fazê-lo ultrapassar Horigome. “Não fosse o vento, eu poderia ter ganhado o ouro. Infelizmente, errei duas manobras por conta disso”, lamentou.
Mas os motivos de comemoração são muito maiores. Kelvin, por exemplo, superou uma queda grave que teve em um dos primeiros treinos no Japão. “Eu ainda não estou acreditando na minha performance porque no primeiro dia ou no segundo dia de treinos eu tive uma lesão. A pista estava muito grande. Eu sou um skatista bem técnico e gosto de obstáculo alto só que aqui está muito grande. Então, eu acabei me lesionando, machuquei ombro, costela, mão… Mas não sei como eu consegui acertar minhas manobras. Acho que é o espírito brasileiro de garra, de perseverança e consegui dar o meu melhor”, afirmou o primeiro medalhista brasileiro na história do skate.
Durante a prova, além da força vinda das redes sociais, Kelvin Hoefler contou com a ajuda, por telefone, da esposa Ana Paula Negrão, que é sua fotógrafa há anos, e de Pamela Rosa, do street feminino, que virou sua conselheira durante a competição. “Liguei o tempo todo para a minha mulher (Ana Paula) durante a competição. Ela me incentiva muito, dá aquele empurrãozinho a mais. Já choramos juntos com essa medalha. Outra pessoa que me ajuda muito é a Pâmela Rosa, que sabe muito da técnica do skate”.
“A Pâmela Rosa foi muito importante. Ela foi meu braço direito, esquerdo, perna, tudo. Ela foi meu coach aqui. Ela falava ‘Kelvin bebe água, Kelvin fica na sombra, Kelvin troca tal manobra por essa. Sem ela isso não iria acontecer. Todo mundo vê o skate como esporte individual, porque a gente pega o skate e sai andando, fazendo o que quer, mas ela me ajudou muito hoje”, afirmou o skatista, que espera poder retribuir a ajuda no dia seguinte, quando será a vez de Pâmela competir.
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Eliminatórias
Kelvin Hoefler foi o único dos três brasileiros do street masculino a se classificar para a final. O skatista totalizou 34,69 pontos na soma de suas quatro melhores notas e teve o quarto melhor desempenho entre os 20 participantes. Giovanni Vianna ficou em 12.º lugar e Felipe Gustavo foi o 14.º colocado.
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Felipe Gustavo não conseguiu ficar entre os oito primeiros, mas fez parte da história. Na estreia do skate nos Jogos Olímpicos, ele foi o atleta que abriu a competição. “”Foi um prazer, fui o primeiro skatista da história a dropar nos Jogos Olímpicos. Muito feliz de fazer parte da história do skate. Infelizmente não acertei a manobra que eu queria, está muito calor, mas estou feliz. É continuar treinando para a próxima competição”, afirmou o atleta.