Após a prata na Rio-2016, Felipe Wu chegou com grandes expectativas para a disputa da pistola de ar de 10 m dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Só que a qualificatória foi bem abaixo do esperado, o brasileiro ficou 12 pontos atrás dois oito primeiros classificados, terminou no 32º lugar e já deu adeus à competição.
Com 566 pontos (94, 94, 94, 92, 95, e 97), Felipe Wu sabe que não fez uma boa qualificatória, mas fez tudo que podia. “Estava longe do meu ideal, diria que uns 70%. Por outro lado, estou contente por ter participado de mais uma olimpíada e ter feito tudo que eu podia fazer”, disse conformado. Não fosse a pandemia, Felipe Wu não teria se classificado para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Entretanto, a pandemia atrapalhou demais na preparação do brasileiro, que não competia desde março, quando conquistou sua vaga.
Comparando com outras competições internacionais e com edições olímpicas anteriores, a qualificatória da pistola de ar de 10 m foi bem abaixo. Isso porque Damir Mikec, da Sérvia, oitavo e último classificado para a final dos Jogos Olímpicos de Tóquio anotou apenas 578 pontos, uma marca que não costuma ser suficiente para avançar.
“A gente sempre trabalha acima de 580 pontos para se classificar. Ainda mais em um evento aqui na Ásia, onde tem os países mais fortes, foi abaixo do esperado. Isso mostra que teve dificuldade, muito pelas restrições e falta de competições”.
Felipe Wu era o único representante brasileiro do tiro esportivo nos Jogos Olímpicos.
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Tudo contra
Sem se prender em desculpas, Felipe Wu fez uma avaliação de sua participação. “Foi bem difícil. Eu já não treinei bem aqui no Japão. Esperava estar em um nível técnico melhor. Competição dura, exaustiva”. Ciclo de cinco anos, poucas competições, contaminação pela Covid-19 e uma lesão no ombro. Uma soma de fatores que pesou na hora de atirar.
‘Até um pouco depois da Rio-2016, eu segui em alto nível. Mas tive uma lesão em 2017, tinha muita dor e demorei para me recuperar. Só em 2020, eu consegui voltar. Então o ciclo para Tóquio foi de muitas dificuldade, mas de superação também. Estou tranquilo e feliz”, completou.
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Mirando à frente
Medalhista olímpico e da Copa do Mundo, Felipe Wu já planeja os próximos passos. “A próxima meta para mim é o Mundial. É a única medalha que falta para mim no tiro esportivo e é muito mais difícil que uma olimpíada.”
Obviamente, o atirador brasileiro também já está pensando para Paris-2024, que terá um ciclo menor, principalmente para o tiro esportivo. “O Mundial de 2022 que começaria a distribuir vagas olímpicas seria na Rússia, mas o país está banido. Então é muito possível que o Mundial fique para 2023.”
Entre a frustração do momento e a esperança de seguir em alto nível, Felipe Wu tenta sempre tirar algo positivo. “Quando temos resultados ruins, os aprendizados tem que ser maiores”. O futuro é como um alvo, está sempre à frente e é preciso mirar muito bem para não perder o foco. Tóquio 2020 não foi o último ato do atirador.