Em uma goleada, geralmente a goleira do time vencedor não é um dos grandes destaques da partida. Mas não foi o caso de Bárbara na estreia da seleção brasileira feminina nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, na vitória por 5 a 0 sobre a China. Se, numa beira do campo, a eficiência do ataque garantiu um placar elástico, a manutenção defensiva dessa marca imponente passou e muito pelas mãos da goleira do Brasil.
Graças a Bárbara, a Seleção segue sem ter sido vazada em estreias olímpicas desde Sidney 2000. A seleção só tomou gols em Atlanta 1996, na primeira vez em que a modalidade foi disputada em Olimpíadas. Na ocasião, o Brasil empatou em 2 a 2 com a Noruega.
Feliz com sua atuação, a experiente goleira Bárbara sabe que há muito caminho a ser percorrido. Em sua quarta edição de Jogos Olímpicos, a arqueira espera fechar com chave de ouro um lindo ciclo com a seleção brasileira.
+ Tamires vê seleção bem preparada e projeta duelo com a Holanda
“É minha quarta e última Olimpíada e espero que seja com a medalha de ouro. É muito difícil chegar até a seleção, mas permanecer é bem mais. Quem já passou por aqui e quem ainda está aqui sabe bem disso. A primeira luta é para estar aqui, e mais uma vez eu estou tendo essa oportunidade de disputar mais uma”, relembrou.
A goleada trouxe um início arrasador tanto para Bárbara quanto para a seleção brasileira feminina em Tóquio. Apesar da experiência, a goleira se declarou renovada para o desafio de buscar uma medalha de ouro inédita no Japão, principalmente pelo trabalho da técnica Pia Sundhage.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, TWITTER, INSTAGRAM, TIK TOK E FACEBOOK
“No decorrer do tempo, a gente vai ganhando experiência. E, com esse novo trabalho que está sendo proposto, estamos renovadas. Acredito que a gente chega com uma metodologia totalmente diferente e tenho certeza que a gente vai em busca dessa medalha de ouro”, garantiu ela, que não poupou elogios a Pia.
“As atletas já se conhecem, temos algumas meninas novas, com pouca experiência, mas um talento enorme, que vieram para agregar. Mas a Pia estar no comando hoje, modificando de forma tão profunda o trabalho que fazíamos, eu tenho certeza que é o nosso grande diferencial nessa Olimpíada”, disse.
+RECEBA NOTÍCIAS NO NOSSO CANAL NO TELEGRAM OU PARTICIPE DO NOSSO GRUPO DO WHATSAPP
Para Tóquio, Bárbara levou na bagagem as alegrias e as lições que aprendeu nas outras três edições que disputou. Aos 33 anos, ela saboreia a oportunidade de alcançar o que sonha há tanto tempo na Seleção.
“Em 2008, entrei logo no primeiro jogo, quando a Andreia se machucou. Pude jogar, ir até a final e conquistar a medalha de prata. Lembro como se fosse hoje. E, nos últimos Jogos, em 2016, quando não conseguimos chegar à final… isso é uma parte dolorida para mim. Ficou um desejo, uma sensação de que podíamos mais, de que podíamos ter chegado à final, e isso deixa uma angústia no peito. Tem esses dois lados. Mas a lembrança que não é tão boa nos dá a oportunidade de retornar em busca daquilo que deixamos para trás”, concluiu.