Tóquio – Uma das provas mais fortes no atletismo da Olimpíada será a dos 400m com barreiras e um dos responsáveis pelo nível de competitividade é o brasileiro Alison dos Santos, o Piu. Em entrevista coletiva concedida direto de Tóquio, o velocista disse ser grato por ser um dos reponsáveis pela qualidade da prova, lamentou a ausência de público para testemunhar o momento e acrescentou que uma das suas motivações para seguir rompendo barreiras é saber que inspira atletas.
“Possívelmente vai ser uma das mais fortes do aletismo nos Jogos Olímpicos e eu estou muito feliz de fazer disso. Daqui a alguns anos vou poder falar que eu participei da época mais forte dos 400m com barreira. Que eu ajudei a ser a época mais forte”, disse o brasileiro que, com apenas 21 anos, já é um dos três grandes nomes da prova ao lado do Karsten Warholm, da Noruega, e Rai Benjamin, dos Estados Unidos. Alison dos Santos foi sétimo colocado no Mundial de Doha disputado em 2019, medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima no mesmo ano, vencedor da etapa de Estocolmo da Diamond League e vem pulverizando recordes sul-americanos praticamente a cada vez que entra na pista.
Rivais
A fase do brasileiro foi motivo, inclusive, de elogio do próprio Rai Benjamin, terceiro homem mais rápido da história nos 400 m com barreiras com 46s83 marcados em maio desse ano. “Eu fiquei muito feliz pelo comentário. (Ele e Warholm) são excelentes atletas tanto nas pistas quanto fora delas, são pessoas incríveis”. O norueguês é um caso a parte e chega com status de favorio à prova. É bicampeão mundial e, recentemente, correu para 46s70 derrubando uma das marcas mais longevas do atletismo, 46s78 de Kevin Young, dos Estados Unidos, estabelecida na Olimpíada de Barcelona, em 1992.
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Piu também fez a melhor marca dele na carreira recentemente, cravou 47s34 no dia 4 de julho, em Estocolmo, recorde continental. “Eu vim de uma preparação muito intensa, fiz três competições recentemente muito fortes, corri com praticamente todos atletas que eu vou encontrar nos Jogos e isso me deu muita confiança em relação a resultado, a competitividade. Estou muito ansioso para competir. Feliz com o trabalho que foi feito comigo, com meu treinador, com a equipe diciplinar”, disse, acrescentando saber que há pessoas que se inspiram nele por conta do atletismo. “Isso conforta muito para cada vez buscar o melhor, ser mais representativo para o país.”
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Falta de público
Alison dos Santos falou também sobre a falta de público nos estádios da Olimpíada. “O público faz muita diferença num campeonato como esse. Eu tive a experiência da Diamond League, que tinha público, e sentir a energia do estádio, todo mundo gritando ali, querendo bons resultados, torcendo por todo mundo, querendo ver uma competição maravilhosa te anima muito, dá garra e vontade. Infelizmente não teremos isso nesses Jogos, uma questão que foge da gente, não tem muito o que fazer, é pensando na saúde, no bem-estar de todos. Mas viemos preparados, com isso na cabeça, e meso assim estamos com muita vontade. Com público seria muito mais bonito o show, mas você não pode parar. Temos de entrar na pista sabendo que temos de fazer o resultado. Terá muita gente assistindo a gente”.