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Tóquio 2020

Piu celebra protagonismo em uma das provas mais fortes do atletismo nos Jogos

Brasileiro dos 400m com barreiras lamenta a falta de público em um dos momentos mais mágicos do atletismo e afirma que quer seguir vencendo para inspirar novos talentos

Alison dos Santos atletismo Olimpíada
(divulgação/arquivo)

Tóquio – Uma das provas mais fortes no atletismo da Olimpíada será a dos 400m com barreiras e um dos responsáveis pelo nível de competitividade é o brasileiro Alison dos Santos, o Piu. Em entrevista coletiva concedida direto de Tóquio, o velocista disse ser grato por ser um dos reponsáveis pela qualidade da prova, lamentou a ausência de público para testemunhar o momento e acrescentou que uma das suas motivações para seguir rompendo barreiras é saber que inspira atletas.

“Possívelmente vai ser uma das mais fortes do aletismo nos Jogos Olímpicos e eu estou muito feliz de fazer disso. Daqui a alguns anos vou poder falar que eu participei da época mais forte dos 400m com barreira. Que eu ajudei a ser a época mais forte”, disse o brasileiro que, com apenas 21 anos, já é um dos três grandes nomes da prova ao lado do Karsten Warholm, da Noruega, e Rai Benjamin, dos Estados Unidos. Alison dos Santos foi sétimo colocado no Mundial de Doha disputado em 2019, medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima no mesmo ano, vencedor da etapa de Estocolmo da Diamond League e vem pulverizando recordes sul-americanos praticamente a cada vez que entra na pista.

Rivais

A fase do brasileiro foi motivo, inclusive, de elogio do próprio Rai Benjamin, terceiro homem mais rápido da história nos 400 m com barreiras com 46s83 marcados em maio desse ano. “Eu fiquei muito feliz pelo comentário. (Ele e Warholm) são excelentes atletas tanto nas pistas quanto fora delas, são pessoas incríveis”. O norueguês é um caso a parte e chega com status de favorio à prova. É bicampeão mundial e, recentemente, correu para 46s70 derrubando uma das marcas mais longevas do atletismo, 46s78 de Kevin Young, dos Estados Unidos, estabelecida na Olimpíada de Barcelona, em 1992.

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Piu também fez a melhor marca dele na carreira recentemente, cravou 47s34 no dia 4 de julho, em Estocolmo, recorde continental. “Eu vim de uma preparação muito intensa, fiz três competições recentemente muito fortes, corri com praticamente todos atletas que eu vou encontrar nos Jogos e isso me deu muita confiança em relação a resultado, a competitividade. Estou muito ansioso para competir. Feliz com o trabalho que foi feito comigo, com meu treinador, com a equipe diciplinar”, disse, acrescentando saber que há pessoas que se inspiram nele por conta do atletismo. “Isso conforta muito para cada vez buscar o melhor, ser mais representativo para o país.”

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Falta de público

Alison dos Santos falou também sobre a falta de público nos estádios da Olimpíada. “O público faz muita diferença num campeonato como esse. Eu tive a experiência da Diamond League, que tinha público, e sentir a energia do estádio, todo mundo gritando ali, querendo bons resultados, torcendo por todo mundo, querendo ver uma competição maravilhosa te anima muito, dá garra e vontade. Infelizmente não teremos isso nesses Jogos, uma questão que foge da gente, não tem muito o que fazer, é pensando na saúde, no bem-estar de todos. Mas viemos preparados, com isso na cabeça, e meso assim estamos com muita vontade. Com público seria muito mais bonito o show, mas você não pode parar. Temos de entrar na pista sabendo que temos de fazer o resultado. Terá muita gente assistindo a gente”.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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