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Tóquio 2020

Entre um sonzinho e outro, Calderano faz últimos ajustes para fazer história

Brasileiro do tênis de mesa, junto com dois companheiros de seleção, montou uma ‘banda’ na Vila Olímpica antes da competição que pode alçá-lo junto com a modalidade para além do tamanho que já tem

Hugo Calderano tênis de mesa tóquio
Calderano chega a Tóquio como o quarto melhor do mundo (Gaspar Nóbrega/COB)

Tóquio – Hugo Calderano é um dos grandes nomes do esporte olímpico brasileiro e tem a chance de ampliar ainda mais sua importância agora, nos Jogos de Tóquio. Fez um planejamento para chegar entre os quatro melhores do mundo no tênis de mesa, objetivo alcançado com sucesso que o coloca, em tese, mais perto de uma medalha inédita. Preparação feita, agora é hora de concentração e foco no objetivo final, e também de um pouco de relaxamento. Para isso montou uma ‘banda’ com dois dos companheiros que tem dentro da seleção brasileira.

“Eu trouxe o meu ukulele pra tentar relaxar um pouco. A gente gosta de tocar uma música e cantar um pouco. O Eric (Jouti) também trouxe, ele também tem um. O Vítor Ishii tem um pianinho pequeno. Quase virou uma banda. A gente gosta bastante. Ninguém toca muito bem, a gente só se diverte”, conta Hugo Calderano, atleta do Time Nissan, em entrevista concedida nesta quarta-feira (21), na Vila Olímpica de Tóquio. A hospedagem oficial dos atletas, diga-se, está sob medidas restritivas mais rigorosas por conta da pandemia da Covid-19. Nada que tenha muita relevância para ele. “O fato de não poder sair não interfere muito, porque geralmente nos Jogos Olímpicos ou Pan-Americanos a gente fica na Vila, sai para treinar e volta. Fica concentrado.”

Regras específicas

Outras diferenças que ele e os rivais irão encontrar refere-se especificamente ao torneio. Também por conta de medidas restritivas da Covid-19, os atletas não poderão secar a mão na mesa durante os jogos, algo bem comum na modalidade em tempos normais. Nenhum problema para o brasileiro, pois liberaram o uso da toalha em todos os pontos disputados e não de seis em seis, como costumava ser. “Isso ajuda bastante. É melhor secar a mão na toalha do que na mesa.” Outra restrição é evitar soprar a bolinha para secá-la, mais uma prática comum. “Isso aí não tem como evitar, todos os jogadores têm o hábito de soprar a bolinha, com ela molhada não dá para jogar. Você treina todo dia soprando a bolinha, não tem como não assoprar.” O tênis de mesa olímpico começa nesta sexta (23), às 21h, pelo horário de Brasília.

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Outro patamar

Chegar na Olimpíada de Tóquio como um dos quatro melhores do mundo no tênis de mesa deixa o caminho do pódio menos complicado para Hugo Calderano. Desta maneira, ele enfrentaria um chinês somente nas semifinais o que, independente do resultado, o levaria para a disputa de uma medalha. Caso realmente coloque uma no peito, será o primeiro brasileiro a atingir tal feito, possibilitando ao tênis de mesa nacional um impulso nunca visto. “Eu sei quando uma medalha poderia mudar o tênis de mesa para o país inteiro, mas eu procuro não me colocar pressão extra por causa disso. Já não sou tão novo assim, mas eu sei que tem muitos anos ainda, várias Olimpíadas. No tênis de mesa, muitos atletas que não vêm da Ásia atingem o auge mais tarde, até depois dos 30. Estou na minha melhor forma agora, mas tenho certeza que vou continuar evoluindo ainda”.

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Além de impulsionar a modalidade que tanto ama, a notoriedade que seu nome já tem no meio olímpico ganharia âmbito geral. Nada, porém, que o tire do foco. “Eu não penso muito nisso. Procuro só pensar nos meus objetivos, ficar bem focado na competição e conseguir jogar do jeito que eu preciso. Se acontecer é muito legal para o tênis de mesa em geral, se não acontecer, não tem problema. Eu estou aqui pelo meu objetivo, por mim e pelas pessoas que me apoiaram. Claro que se eu conseguir trazer mais alegria para o povo brasileiro e aumentar a popularidade do tênis de mesa do Brasil, perfeito. Se não vamos continuar trabalhando”.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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