Tóquio – Nathalie Moellhausen chega na Olimpíada credenciada como campeã mundial de espada, uma das três armas da esgrima. Porém, tem a exata noção de que hoje, dois anos depois, isso pouco vale. Sendo assim, além de uma preparação intensa, diz que uma eventual medalha “vai ser consequência da capacidade de se manter no momento presente”. No horário de Brasília, a competição dela começa às 21h de sexta-feira (23) com as semifinais marcadas para começar às 6h do dia seguinte. O bronze será às 7h50 e a final, 8h45. Sendo assim, ela pode conquistar a primeira medalha para o país.
“No último ano, por conta da pandemia, eu consegui trabalhar muitas técnicas novas e isso me faz muito feliz. Vi muita evolução no jogo nos últimos três meses, no meu corpo, no meu jeito, e estou querendo ver o que vai dar. Todos os treinos, todo esse período foi excelente para mim a nível de preparação”, diz a brasileira, vencedora do último Mundial disputado, em 2019, na cidade de Budapeste, capital da Hungria. “Se alguém ficar se baseando no mundial de dois anos atrás, tem uns padrões, mas não quer dizer que isso que isso vai ser desse jeito.”
Sabedoria oriental
Apesar da confiança, Nathalie Moellhausen sabe que as adversárias também cresceram. “Todas as atletas evoluíram. Nenhum combate parece com outro, o único jeito de ver é no momento. Não posso me basear muito sobre o que foi o passado. Tem de estar no presente e ver no dia mesmo como vai estar essa percepção”, diz. Uma das rivais que pode encontrar pelo caminho é Katharine Holmes, dos Estados Unidos, responsável por eliminar a brasileira das duas últimas edições dos Jogos Pan-Americanos. “Não é a única. Inclusive, no primeiro combate posso ter de jogar contra uma italiana que, na verdade, sempre perdi. No dia qualquer coisa pode acontecer.”
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Sendo assim, ela inspira-se na milenar sabedoria oriental para moldar a postura que entender ser a melhor para buscar a medalha na Olimpíada. “Um aluno pergunta para o mestre japonês: ‘como você lida com os inimigos?’ E ele fala: ‘eu não penso neles’. Então para mim é assim.” A pandemia coloca uma pitada a mais nessa imprevisibilidade. “Não sabemos como estão as atletas, então fazer previsões não faz sentido nenhum.”
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Recepção incrível
Sobre as primeiras impressões do Japão, só elogios. “São ótimas. Desde a chegada do aeroporto. Tinha certeza que seria uma recepção incrível, o jeito deles (japoneses) é muito agradável, sobretudo com os brasileiros. Tudo é uma questão de país. Eu amei a Olimpíada do Brasil, foi uma energia, uma atmosfera, um poder. O fato de estar no Rio de Janeiro, minha cidade preferia do mundo. Foi um momento único na minha vida. Acabei de chegar, não sei como será em Tóquio, a cultura é diferente, e vai ser uma nova experiência, totalmente diferente”.