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Tóquio 2020

Felipe Wu mira final no tiro esportivo: ‘geralmente performo bem na final’

Brasileiro do tiro esportivo, medalha de prata na Olimpíada do Rio de Janeiro em 2016, destaca os indianos como bem preparados para as competições na capital japonesa

Felipe Wu tiro esportivo pistola de ar 10 m Jogos Olímpicos Tóquio
Wu conseguiu a vaga olímpica na reta final do período de classificação (Giovana Pinheiro/Olimpíada Todo Dia)

Tóquio – A classificação de Felipe Wu para os Jogos Olímpicos de Tóquio no tiro esportivo foi conquistada quase que no apagar das luzes. Veio apenas no fim de março com a quarta colocação da Copa do Mundo disputada em Nova Déli, na Índia. Passado o sufoco, e já em terras japonesas, o medalhista de prata da Rio-2016 já tem claro qual o próximo passo. “A minha principal meta é classificar para a final. Se eu conseguir eu estou bastante feliz porque geralmente eu performo muito bem na final”, disse o brasileiro que compete na pistola de ar 10 m, deixando nas entrelinhas que, se chegar, vai crescer na hora de disputar a medalha.

O caminho, porém, é passo a passo e tem de ser sem ansiedade. “Todo mundo começa do zero. Da mesma forma que eu demorei para classificar, tive um ciclo olímpico conturbado e não vou deixar isso me afetar, também não vou deixar o fato de eu ter uma medalha olímpica me afetar. São momentos diferentes. O objetivo é fazer uma boa participação. Se essa participação me permitir ganhar uma medalha, eu vou ficar muito feliz, mas se eu sair daqui contente com a minha performance, também está muito bom”, acrescentou, em entrevista concedida na Vila Olímpica.

Indianos em alta

Felipe Wu afirmou ser difícil medir os adversários porque muitos já se classificaram há muito tempo e deixaram de viajar para não se exporem. Porém, cita os indianos. “Estão com atletas em primeiro lugar no ranking mundial em várias modalidades, então deu para ver que eles se prepararam muito bem. Mas se na hora ali, na linha de tiro, todo mundo começa do zero. Quem estiver mais preparado mentalmente vai desempenhar melhor”. Na pistola de ar 10 m do tiro esportivo são dois daquele país liderando o ranking mundial. Abhishek Verma, campeão da Copa do Mundo em Nova Déli onde Wu ficou em quarto, e Chaudhary Saurabh, de apenas 19 anos, terceiro lugar na mesma competição e campeão dos Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires-2018.

“No tiro esportivo a gente não pode trabalhar com ansiedade, acaba sendo negativo. A gente sempre atira para fazer o melhor desempenho individual. Durante a competição a gente não sabe como estão os outros atletas. É uma hora e quinze (minutos) de fase classificatória e depois é que a gente olha o placar para ver se foi bom ou ruim. Às vezes o resultado que você não achou bom te permite ir para a final e começa tudo do zero de novo”, completa.

Não viemos para Tóquio

Há, porém, um outro adversário a ser vencido ainda antes da competição. O coronavírus. Não, Felipe Wu não está infectado e tomou as duas doses da vacina. Porém, tem ciência de que o comportamento antes da competição é decisivo. “Antes de vir para cá a gente já fez vários testes, já estava se cuidando”, disse o atirador, que estava na Suíça treinando antes de se dirigir para o Japão. “Eu já estava isolado de todo mundo, mesmo que o país estivesse com menos restrições. Se a gente tem um objetivo, a ideia é não deixar que nada interfira ou atrapalhe”, diz. “A gente veio aqui com o objetivo de competir e seria horrível testar positivo e não pode fazer o que a gente se preparou tanto.”

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O brasileiro admite sentir falta de algumas coisas do contexto vivido na Rio-2016. “Mais essa questão de liberdade, de poder circular. A máscara a gente já se acostumou, mas poder sair quando quer da Vila a gente não pode. A questão de sair da Vila atrapalha mais, porque dava para dar uma relaxada. Mas eu vou ficar poucos dias e já vim preparado para isso. A gente sabia que ia ser uma edição diferente. Ficou bem claro que a gente não está vindo para Tóquio, mas para os Jogos Olímpicos”.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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