Tóquio – Após 24h do primeiro caso de um funcionário com Covid na Vila Olímpica, o Comitê Organizador de Tóquio informou que dois atletas instalados no local testaram positivo para o novo coronavírus. Um terceiro atleta também testou positivo neste domingo (18), mas ele ainda tinha dado entrada na Vila Olímpica. Nenhuma identidade foi revelada.
O Comitê Organizador defende que o protocolo está sendo efetivo, que casos positivos eram esperados e que, imediatamente, os infectados são isolados. A organização também segue afirmando que a Vila Olímpica é o local mais seguro de Tóquio 2020 e que o objetivo é impedir um surto nas instalações.
Com mais estes três casos, o número total de casos de Covid, somando funcionários, atletas, mídia e todo o pessoal envolvido nos Jogos Olímpicos, é de 55 casos desde 1 de julho. A Cerimônia de Abertura está marcada para o dia 23 de julho.
Em confinamento
Não são casos de Covid na Vila Olímpica ou em qualquer lugar que faça parte de Tóquio 2020 que irão alterar a preparação dos atletas e a programação dos Jogos. Essa normalidade em meio à pandemia vem sendo trabalhada com os atletas desde que a Olimpíada de Tóquio 2020 foi confirmada.
“A gente já esperava por isso. E depende mais do cuidado individual. Cada um fazer sua parte. Mesmo porque, caso ocorra uma infecção, isso não se espalhe”, disse Felipe Wu, único atleta brasileiro do tiro esportivo e recém-chegado à Vila Olímpica.
A principal preocupação dos atletas é não se contaminar. Para isso, as medidas sanitárias já foram incorporadas ao treinamento, muito antes da chegada em Tóquio. “Eu já estava me cuidando antes, treinando na Suíça, isolado de todo mundo, mesmo com o país com menos restrições”, completou Felipe Wu, que foi prata na Rio-2016.
Quanto à competição, Tóquio 2020 não será muito diferente das outras edições olímpicas. Felipe Wu conta que o foco segue na disputa, mas o entorno dos Jogos é completamente outro. “A questão da liberdade, circular à vontade, você podia dar uma relaxada na cidade. Mas eu já sabia que essa edição seria diferente. Ficou bem claro que não estamos vindo para Tóquio, viemos para os Jogos Olímpicos.”
Responsabilidade
Cada um por si e todos por um! A realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio passa pelo compromisso individual de cada um dos participantes. Na deleção brasileira, essa noção de responsabilidade foi exaustivamente passada aos atletas através do COB (Comitê Olímpico do Brasil).
Ygor Coelho, do badminton, garantiu estar muito cauteloso dentro da Vila Olímpica. “A delegação está ciente, mínimo de contato possível. A gente não conhece as outras pessoas. É uma responsabilidade nossa”.
O COB reforçou que o refeitório do local pode ser um grande foco de contaminação. “Eu vou para a refeição, como lá e já volto pro quarto, não fico passeando”, completou Ygor Coelho.
Os Jogos vão ser realizados
O presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional) concedeu uma coletiva no Centro de Imprensa, em Tóquio, no último sábado (18). Bach foi questionado, e um pouco pressionado, por uma fala anterior sua em que afirmava que a “Vila Olímpica não teria nenhum caso de Covid”.
Obviamente, o presidente teve que reconsiderar sua fala. “Veja bem, os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 são os mais seguros de toda a história, uma restrição nunca antes aplicada dessa forma. Mas o nosso principal objetivo é garantir a segurança do povo japonês e dos atletas”. O presidente não disse, mas o objetivo é a realização dos Jogos sem que um surto de Covid aconteça.
Bach ainda afirmou que a percentagem de testes positivos na Vila Olímpica será bem menor do que o total durante os Jogos e que o protocolo está funcionando como planejado. “Há testes rigorosos e muitas ações de controle. Apenas 0,1% dos participantes testou positivo até agora. Os Jogos vão acontecer e serão seguros para todos”.