Aos 30 anos, Léo de Deus se prepara para disputar sua terceira edição de Jogos Olímpicos da carreira. Mas não vai ser uma Olimpíada qualquer. Com foco total nos 200m borboleta, o nadador traz consigo mais experiência e um ciclo de trabalho duro, confiante de que está pronto para fazer sua melhor Olímpiada, em Tóquio 2020.
“Terceira edição de Jogos Olímpicos, mas com o mesmo frio na barriga que eu senti em Londres, quando era apenas um menino na minha primeira Olimpíada. E ao longo desses anos, que a gente se dedicou bastante, eu me sinto na minha melhor forma física e mental e pronto para fazer a melhor Olimpíada da minha carreira”, destacou o atleta em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (16).
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Para isso, Léo de Deus tem muito claro o que precisa ser feito. Desde 2019, ele entendeu que a chance de fazer algo grande está nos 200m borboleta e traçou a estratégia para cumprir a meta.
“Se for analisar tecnicamente a minha prova e os competidores que estão na minha frente, eles tem os 100m do borboleta muito fortes. E isso é fundamental para a gente ter uma passagem forte, estar na prova e conseguir voltar melhor. Então o grande objetivo do treino foi granhar mais força e velocidade, porque muitas vezes eu me desgastava muito nessa primeira metade e faltava para o final. E essa vai ser a diferença. Em Londres e no Rio eu nadei os 200m costas também, mas todo mundo sabe que os 200m borboleta é a minha principal prova e foquei nisso. Acho que foi a escolha mais acertada e a minha prova está bem redonda para buscar o meu melhor”.
Seleção renovada
A delegação brasileira de natação que vai disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio é uma verdadeira mistura de idades. De um lado, atletas experientes como o próprio Léo de Deus, e do outro, vários nadadores que farão sua estreia olímpica. E para Léo, essa renovação é bastante importante, visando também o futuro.
“Hoje, a gente vê uma equipe mais experiente, mas também com muitos novatos, que vem aí muito bem, com certeza. É a primeira edição olímpica deles e essa renovação é muito importante. Esses jovens subindo ajuda a natação brasileira de modo geral. E a gente teve um ciclo muito vitorioso, com medalhas e finais em mundiais… Então a natação brasileira vem bem, renovada, e esses Jogos vão servir como um dividor de águas para a gente buscar fazer o que não fez no Rio. A gente sabe que tinha exceltens atletas, resultados que não saíram… Então vamos tentar fazer bonito aqui em Tóquio. Eu estou preparado e tenho certeza que essa garotada vai trazer muitas glórias não só agora, mas em muitas competições que estão por vir”.
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Uma dessas novatas é Ana Carolina Vieira, medalhista de prata nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2018. “É uma emoção muito grande estar representando o Brasil, mas me sinto como uma estreante. É minha primeira vez em competição absoluta, é um desafio imenso defender o Brasil. Mas tem sido uma expriência muito boa e estou ansiosa para nadar. De lá para cá, eu evolui muito em técnica, me esforcei mil vezes mais e minha cabeça mudou”, disse a atleta.
Jogos da superação e esperança
Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 terão um significado ainda mais especial depois de todas as dificuldades enfrentadas pelos atletas – e pelo mundo – durante a pandemia. Os protocolos têm sido bastante rígidos no Japão, o que Léo de Deus entende ser necessário.
“A gente vem vivendo algo que ninguém esperava. Então as mudanças e diferenças que a gente vê aqui em Tóquio e no Brasil nos protocolos, são bem cansativas. Ficamos 7h no aeroporto, fazendo os exames e tudo. Foi desgastante, mas necessário. O Covid não é brincadeira, quase que ele fez não ter Jogos. Então se para acontecer, a gente tem que passar por isso… São Jogos diferentes e a gente tem que se adaptar”.
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Assim, Léo de Deus entende que a Olimpíada vai além da medalha. Ela traz esperança. “A gente, às vezes, fica focado na medalha e esquece de ver o que está por trás da Olimpíada. A população mundial passou por uma pandemia, muitas dificuldades… Não diria que a Olimpíada da paz, mas sim da superação. A superação da humanidade de fazer a maior competição esportiva acontecer depois de tudo que a gente passou, de treino, perda de familiares, dificuldades financeira. É um assunto muito maior. Então vamos mostrar que a gente conseguiu superar e isso é um horizonte de esperança”, finalizou.