Tóquio – O Brasil já está na Vila Olímpica de Tóquio 2020 e o primeiro representante é João Victor Oliva, do hipismo adestramento, que chegou na noite de quinta-feira (15) do Japão. Sem dar muita atenção para as restrições impostas pela pandemia da covid-19 na hospedagem oficial dos atletas, disse estar focado em melhorar o desempenho obtido nos Jogos disputados cinco anos atrás no Rio de Janeiro. Ele vai competir com um cavalo diferente do que usou para conquistar a vaga nos Jogos e revelou qual música usará caso consiga um espaço na final.
“Cheguei faz muito pouco tempo, ainda não consegui ver muita coisa, mas a minha impressão é boa. É uma Olimpíada diferente, a gente tem mais restrições, mas mesmo assim a atmosfera é boa e estou contente de estar aqui”, disse, em entrevista presencial numa área especialmente preparada para que o bate-papo pudesse ser feito respeitando-se as regras de segurança sanitária. Ali, os jornalistas foram colocados individualmente ou em grupos bem pequenos, com distância tanto entre eles quanto do atleta. As restrições não param por aí e tendem a deixar a Vila Olímpica menos animada, ou tentadora. Nada que incomode João Victor Oliva.
“Eu não me desconcentro tão fácil, então para mim não vai mudar muita coisa. Independente da Vila estar mais cheia ou menos, ter restrição ou não. Eu tenho de focar no meu resultado final e fazer o melhor possível dentro de pista, sem ficar pensando em outras coisas”, afirmou o atleta do hipismo adestramento. “Cada um tem de optar o que for melhor. Se a pessoa acha que é melhor não ficar na Vila para ter um resultado melhor, ela tem de fazer. Para mim é tranquilo, o que eu tenho aqui está bom e, a meu ver, estando aqui é melhor. Eu gosto desse clima de Vila Olímpica e estou contente aqui, é isso o que importa.” João Victor Oliva conta que o refeitório é aberto, com circulação normal, mas com separação de vidro entre as mesas. “Cada um come separado dos outros. Você consegue enxergar as pessoas, mas não ter contato físico. É como se fosse uma cabine.” Diz, ainda, que não há separação entre os países.
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The God, the Bad ante the Ugly
Sobre a prova em sí, o cavaleiro, filho da lenda do basquete Hortência Marcari com o empresário José Victor Oliva, afirma que vem para superar o 46º lugar conquistado nos Jogos da Rio-2016. “Minha expectativa é melhorar o que fiz anteriormente, tentar bater a última Olimpíada. Sempre evoluindo. Ainda sou novo, então tem muito tempo para ir lapidando e melhorar cada vez mais.” O brasileiro vai competir com um cavalo diferente do que lhe rendeu a vaga olímpica. Nada, porém, que o incomode. “Eu qualifiquei com outro cavalo, mas acabei ficando sem. Ele foi vendido. Encontrei esse que eu estou agora, achei até bom porque eu me adaptei melhor, estou pontuando melhor, então o adiamento (de um ano da Olimpíada) até foi bom para mim. O cavalo tem muita qualidade.”
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Caso consiga surpreender e ficar entre os 15 melhores na fase de classificação do hipismo adestramento, vai disputar a final, onde irá fazer a apresentação utilizando uma música. São 60 conjuntos que competem. Ele escolheu a clássica do filme The God, the Bad ante the Ugly ou, em português, Três Homens em Conflito.