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Tóquio 2020

Os protocolos de segurança de uma Olimpíada em plena pandemia

A pandemia de Covid-19 trouxe inúmeras exigências burocráticas para a cobertura olímpica; conheça os bastidores

Mateus Nagime

A logística de uma cobertura olímpica por si só é complexa. São inúmeros detalhes para que tudo saia 100%. Agora, imagina uma Olimpíada em plena pandemia? Eleve a complexidade à décima potência. O mundo ainda está longe de se recuperar do Covid-19, vide a decisão de manter o evento sem público. E a organização japonesa aceitou o desafio e tornou o evento possível, com inúmeros protocolos. Mas vocês sabem quais são esses protocolos?

Vacina

Tudo começou a ficar mais claro em maio, quando o Comitê Olímpico do Brasil anunciou que aceitaria as doses doadas da vacina contra a Covid-19 para os atletas, delegação e imprensa que estariam envolvidos na cobertura dos Jogos. De forma não obrigatória, cada vacinado daria um retorno ao sistema de saúde do país com duas doses. Essa pode ser considerada a primeira parte do que viria a ser o planejamento da cobertura.

Testes de Covid-19

Independente de vacina, os riscos de contaminação ainda existem, então, a organização exigiu que para chegar no Japão seria necessário apresentar dois testes PCRs contra a Covid-19 negativos. Esses testes precisam ser feitos com tempos específicos: 96 horas e 72 horas antes do embarque no país de origem. Além dos testes disponibilizados em inglês, existe um laudo específico feito pela organização que precisa ser preenchido por um médico atestando que os exames estão negativos.

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Plano de atividades

O que você vai fazer amanhã? Para a Olimpíada, o governo japonês exigiu um plano de atividades completo dos primeiros 14 dias. Como assim? Nesse papel, além dos lugares que se precisa visitar, é necessário colocar os dados completos de todos integrantes da equipe, o voo que chega, quando vai embora, onde estará hospedado e todas as informações desse período.

A viagem

Os protocolos de segurança de uma Olimpíada em plena pandemia
Foto: Mateus Nagime

Toda a burocracia não acaba quando se entra no avião. Além de conferir todos os documentos no primeiro voo, eles são conferidos novamente na conexão e, claro, quando no desembarque. No sistema online criado pelo Comitê Organizador dos Jogos, chamado ICON (Sistema de Suporte e Controle de Infecção), antes da viagem é preciso subir online a documentação do hotel, vacina, exames e seguro viagem com cobertura contra a Covid-19. Chegando ao Japão, filas e mais filas de conferência de papéis, outro exame PCR (via saliva) e, enfim, a autorização para entrar no país.

Na chegada, são exigidos dois aplicativos no celular. O OCHA, que você coloca todos os dados, monitora temperatura diariamente e apresenta QR codes necessários na conferência. Não para por aí, existe também o COCOA, aplicativo ligado diretamente no GPS do aparelho celular, e que tem um sistema para monitorar cada integrante.

Primeiros 3 dias

O dia da chegada é considerado o dia zero. Depois dele, mais três dias sem sair do hotel. Nesse período, os credenciados ficam sendo monitorados por teste PCR (via saliva) diariamente. Colhe em sistema de self service e coloca na caixa determinada. No hall, um guarda com uma placa avisa que só pode sair por quinze minutos caso queira comprar algo para comer nas lojas de conveniência ou precise andar um pouco.

14 dias de monitoramento

Não acabou não. A liberdade, além de controlada pelo aplicativo, passa a ser apenas nos lugares pré-determinados no seu plano de atividades durante todos os 14 primeiros dias. A partir daí, são permitidos ônibus da organização, centro de imprensa, lugares de competição… A temperatura ainda é controlada diariamente, mas o PCR self service é exigido a cada quatro dias apenas.

(Quase liberdade)

Depois de toda essa epopéia, a liberdade passa a quase existir. Os aplicativos continuam funcionando no celular e precisam estar ativados, afinal, existe aviso caso teste positivo ou para comunicar se você teve algum contato com alguém contaminado. O que muda nesse período é que passa a poder usar o transporte público e sair para a conveniência por mais de quinze minutos. Além, claro, de poder estar hospedado em outro lugar.

Jornalista formada pela Cásper Líbero. Apaixonada por esportes e boas histórias.

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