Desde o início desta reta final da preparação olímpica para Tóquio, o técnico André Jardine precisou superar e encontrar soluções para uma série de problemas. O mais recente deles está ligado ao planejamento da próxima, que será a última, semana de treinos da seleção olímpica do Brasil visando a competição asiática.
Inicialmente, a equipe planejava viajar para Doha, no Catar, para uma semana de treinos antes do evento de Tóquio. Posteriormente, este planejamento precisou ser alterado e a previsão era de uma viagem direto para o Japão nesta sexta. No entanto, o planejamento precisou ser alterado novamente após o país asiático decretar estado de emergência na última quarta-feira, 7. Dessa forma, o novo planejamento será feito na Sérvia, para onde a delegação viaja neste domingo.
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Apesar do problema resolvido, o técnico André Jardine lamenta os vários problemas que têm encontrado durante a sua preparação, porém ressalta que este tipo de contratempos não são exclusividade da seleção brasileira.
“Claro que atrapalha, a gente acaba tirando o foco daquilo que, muitas vezes, temos que fazer: olhando pro adversário, planejando a equipe. Em alguns momentos temos que dar atenção para outras situações, mas essa é uma característica da Seleção Olímpica pra todos os países”, declarou o treinador em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira.
Apesar dos problemas, o treinador avaliou como positiva a nota rota traçada para a sua seleção nos próximos dias. Segundo o comandante, a viagem para a Sérvia, onde inclusive a seleção realizará um último teste oficial diante dos Emirado Árabes na próxima quinta-feira, retoma o plano inicial de realizar uma escala antes de chegar ao Japão, algo positivo visando enfrentar o fuso-horário do país asiático.
“As seleções estão sofrendo um pouco com esse momento. Mas eu acho que para a gente vai ficar melhor, porque a gente consegue fazer essa quebra de fuso, que era a ideia central, indo para o Catar, para poder ter uma adaptação gradativa ao fuso, que é pesado. No Japão, que é de 12 horas, leva de três a quatro dias para os jogadores poderem treinar no seu melhor, poderem realmente adaptar aos seus horários”, avaliou André Jardine.
Atualmente com um grupo formado por 18 jogadores já apresentados, a seleção brasileira segue treinando na cidade de São Paulo, onde seguirá se preparando até o domingo, quando a delegação viaja para a Sérvia. A estreia nos Jogos de Tóquio será dia 22, contra a Alemanha, em Yokohama.
Confira outras respostas de André Jardine na coletiva:
Elenco
Esses problemas de liberação, corte e de não conseguir todos os jogadores idealizados, não é o problema só da seleção olímpica do Brasil. Estamos podendo acompanhar as listas de todas as seleções. A Alemanha, por exemplo, está viajando apenas com 19 jogadores. Jogadores importantes que acabaram de ser campeões europeus sub-21 não jogarão as Olimpíadas, porque os clubes não liberaram. O que nos cabe é adaptar rápido ao cenário, preparar da melhor maneira, condicionar nossos jogadores. Temos um elenco muito forte e vamos ter tempo para condicionar os jogadores para fazer uma grande estreia contra a Alemanha.
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Preparação
“Precisa de alguns ajustes, acho que em todos os setores. É uma defesa nova, então a gente vai entrosar ainda. Tanto o Diego, quanto o Daniel Alves, apesar de toda a experiência, não vieram no processo. Queremos dar o encaixe que julgamos ser ideal. Temos, sim, uma ideia muito estabelecida e um entrosamento na peça ofensiva que é muito grande. A gente percebe como Antony, Paulinho, Matheus Cunha, Renier, Claudinho se encontram com uma naturalidade muito grande, como eles falam a mesma língua em campo. Eles têm uma alegria muito grande por jogadores juntos, expressam isso a todo momento”.
Adversárias
“A gente ainda está se situando, em relação aos elencos. Algumas convocações surpreenderam bastante. A Espanha acabou formando uma seleção bastante forte, pelos nomes. A própria França convocou jogadores acima da idade com bastante peso e experiência. A Alemanha, não por estar no nosso grupo, mas é uma seleção que vem com uma equipe muito forte, com uma base que acabou de conquistar a Eurocopa (sub-21). O Japão talvez seja o país que tenha iniciado primeiro a preparação para os Jogos Olímpicos, lá atrás, com uma seleção bastante qualificada, e se apoio também em alguns jogadores da seleção principal para tornar a equipe ainda mais forte do que aquela equipe que enfrentamos duas vezes no processo. Vamos estar atentos a todos, respeitando todo mundo, mas fazendo muita força para que o Brasil se imponha e mostre sua força em Tóquio.
Richarlison
“O Richarlison traz um peso ainda maior para a nossa seleção olímpica. É um jogador de seleção principal, hoje titular, e que talvez a gente imaginasse que seria bastante difícil a liberação pelo Everton, até por essa situação de ele estar jogando praticamente todos os jogos da Copa América. Mas ele sempre demonstrou esse desejo de jogar as Olimpíadas, e a gente tinha essa carta na manga, contando com o desejo do jogador. A partir do corte do Pedro, na minha cabeça veio o nome dele”.