Um dos maiores nomes do handebol feminino do Brasil, Bárbara Arenhart chega para a sua segunda Olimpíada da carreira no Japão. Depois de ajudar a colocar o país no topo do planeta, em 2013, a jogadora chegará nos Jogos Olímpicos de Tóquio como uma das líderes, capitã e sabe o que a equipe precisa fazer para chegar onde quer. “Só chegaremos onde queremos e podemos se olharmos para cada partida. Temos que ir jogo a jogo até o obejtivo”.
Presenta na seleção brasileira há mais de 10 anos, Babi Arenhart viveu momentos diferentes. A goleira, que hoje é capitã da equipe nacional, esteve presente no Mundial de 2011 e na Olimpíada de 2016, que foram jogados no Brasil, foi peça importante da conquista do Mundial de 2013, mas também viveu o corte olímpico para Londres, 2012.
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A experiência adquirida nos anos de Europa, onde já atuou por clubes de diversos países, e defendendo a seleção brasileira fazem com que Babi seja uma das grandes referências do elenco brasileiro, que foi convocado recentemente para a última fase de treinamentos. Pensando nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Babi Arenhart é direta.
“Enquanto eu estiver preparada, o mais pronta possível para os jogos, o resultado é o destino que vai definir. Eu quero medalha, eu quero o pódio olímpico, mas eu aprendi, com o passar das competições, que não adianta ficar pensando lá na frente e esquecer do jogo a jogo. A gente já chegou em torneios pensando no pódio e saiu antes dele, já erramos nisso e não vamos chegar no pódio se pensarmos assim”.
Brasil e o grupo europeu
Todas as vezes que a seleção brasileira feminina de handebol entrar na quadra do Yoyogi National Gymnasium, em Tóquio, o adversário será uma seleção europeia. Em uma chave forte, o Brasil terá pela frente a Rússia, atual campeã olímpica, França, campeã mundial em 2017 e europeia em 2018, Espanha, vice-campeã mundial em 2019, Suécia, quarta colocada no Mundial de 2017, e a Hungria. Ao comentar sobre a chave, Babi deixa bem claro o que pensa.
“Eu tenho a intenção de olhar sempre pro lado positivo da coisa. Vendo o nosso grupo, que só tem seleções europeias, nos facilita a questão da adaptabilidade de um jogo para o outro. Essa temporada eu joguei em Montenegro e a seleção deles foi para a outra chave. Se o Brasil joga todo dia contra europeus, elas no outro grupo jogam um dia contra Angola, no outro dia contra a Coreia, depois Noruega e por fim o Japão. Cada uma dessas seleções tem um estilo de handebol completamente diferente e nos Jogos Olímpicos o tempo para se preparar é muito menor”.
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O lado positivo
Se a maior parte das adversárias possuem resultados consideráveis no ciclo para os Jogos Olímpicos de Tóquio, os do Brasil podem ser vistos por dois prismas. Nas disputas continentais, a seleção brasileira seguiu sendo a adversária a ser batida, mantendo a hegemonia nos Jogos Pan-Americano. Contudo, quando falamos de Campeonato Mundial, a equipe nacional acabou ficando com a 18ª posição, em 2017, e em 17ª colocação, em 2019. Mesmo com esse retrospecto, Babi também é otimista ao analisar o que a equipe nacional pode fazer nas quadras do Japão.
“A gente tem um histórico muito bom de jogos contra a França. No último Mundial a gente empatou, nos anteriores nós vencemos. Acredito que vamos ganhar da Suécia e da Espanha. O jogo mais difícil é a Rússia, mas nada é impossível. É tudo muito igual no handebol feminino. A França no último Mundial entrou como atual campeã e saiu mal. Um dia ruim, um erro bobo decide muita coisa. Precisamos estar muito preparada na parte do estudo dos adversários porque em uma Olimpíada isso decide jogos”.
Olhar o passado para buscar o futuro
Depois de terminar a sua participação no Mundial de 2011, realizado no Brasil, nas quartas de final, a seleção brasileira feminina de handebol chegou para a disputa do Campeonato Mundial em 2013. Na Sérvia, as brasileiras foram perfeitas. Nove jogos, nove vitórias e o título inédito para o país.
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Presente na maior conquista do handebol brasileiro na história, Babi Arenhart vê muito do que viveu em 2013 até o título Mundial de handebol feminino em 2021. Não só no grupo de jogadoras, que vem mesclando várias faixas de idade, como também no que ouve de outras pessoas sobre o Brasil.
“Em 2013, quando a gente ganhou, o grupo era extremamente unido. Jogando um minuto, cinco, todo mundo ajudou e na época ninguém dava nada para nós. Esse grupo me lembra bastante daquele Mundial. Somos um grupo que mistura experientes e mais novas e que tem ouvido muita coisa. Já perdi as contas de quantas vezes ouvi o pessoal falando que o Brasil só está na Olimpíada porque joga o Pan-Americano, se a classificação fosse diferente nunca iria, que o Brasil é o time que só vai perder no grupo e muita coisa pior. Eu só deixo falar, sei o que podemos fazer e precisamos focar na preparação. Chegar no Japão e ir jogo a jogo”, finaliza a capitã da seleção brasileira.