Referêcias em suas modaldiades, Evani Calado, da bocha, e Edênia Garcia, foram as convidadas do “Resenha Delas” nesta terça-feira (27). Em conversa descontraída com Giovana Pinheiro, do Olimpíada Todo Dia, e Juliana Manzato, do Esportes Dela, as duas atletas paralímpicas falaram sobre a trajetória das duas no esporte, a expectativa para Tóquio 2020 e como é a vida além do esporte.
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Ser espelho e ouvir de outras pessoas que só estão no esporte e só buscaram o esporte por sua causa. Assim é a vida de Evani Calado e Edênia Garcia. Multicampeãs, cada uma na sua modalidade, as duas atletas levam o nome do Brasil para o lugar mais alto do pódio por onde passam no mundo. Contudo, se hoje Evani e Edênia são referências, como foi a entrada delas no esporte?
“O esporte entrou na minha vida pela educação física que em 2007, quando eu estava no ensino médio, e o professor me apresentou a bocha. Eu não gostei, fiz uma aula com cano de PVC e bola de tênis e odiei. Na faculdade, um grupo me chamou para treinar e minha mãe falou que eu iria. Desde então eu não parei mais”, comentou a atual campeã paralímpica da classe BC3 Evani.
Prestes a completar mais um ano de vida, Edênia Garcia, que é quatro vezes campeã mundial, dona de três medalhas paralímpicas, seis vezes campeã dos Jogos Parapan-Americanos, não esconde que o começo aconteceu por conta da família. “Meu pai achou uma escola de natação e eu comecei a nadar. (As coisas) foram acontecendo naturalmente e eu me encontrei no costas”, comentou a nadadora da classe S3.
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A expectativa para a Paralimpíada
Por caminhos diferentes, Evani Calado e Edênia Garcia chegaram no ápice da vida como atleta paralímpica. A primeira acabou de completar uma década e em sua primeira experiência em Jogos Paralímpicos chegou ao topo, ficando com a medalha de ouro na Rio 2016. Já a nadadora já acumula mais de 20 anos de piscinas e quatro pódios paralímpicos e quatro medalhas de ouro em mundiais.
Apesar das diferenças existentes, por conta da trajetória de cada uma nas modalidades, Evani e Edênia não escondem a expectativa para a Paralimpíada existe, ainda mais pela forma como foi o último ano para cada uma das duas atletas. “Eu senti um pouco sim a volta, não tem como negar. Fiz treinos e acompanhamento do jeito que deu, mas senti a volta no começo deste ano. Mas já estamos firmes e fortes nos treinos, não tem como. É dedicação, comprometimento e esperar sair a convocação para Tóquio”, comentou Evani.
“Não tem como, eu senti. Foi um tempo muito grande longe das piscinas e senti no começo para readequar o ritmo. Demorei um pouco mais para voltar, por conta da minha condição, mas estamos bem. Nos próximos dias teremos uma tomada de tempo e a seletiva para Tóquio é em junho”, disse Edênia.
Para além do esporte
Apesar de todo o foco na preparação e a expectativa com uma Paralimpíada se aproximando, Evani Calado e Edênia Garcia deixaram uma coisa muito clara na conversa do Resenha Delas, não são só atletas. Com cada uma tendo suas próprias preferências, o esporte é a profissão e uma das grandes paixões da dupla, que podem e muitas vezes fazem muitas coisas além do universo esportivo.
“O esporte me ajudou no processo de aceitação, da minha construção, mas eu não estou aqui para falar só de capacitismo e mostrar minha cadeira de rodas. Não imaginam o homem e a mulher com deficiência com consumidores. Quando isso mudar, vão pensar em ter um ambiente para todos. Podemos falar sobre tudo que temos capacidade, não só sobre esporte paralímpico e deficiência”, comentou Edênia.
“Depois do esporte eu me aceito. Tenho orgulho do que eu sou, que como eu sou, aceito a minha deficiência e agradeço ela, porque ela me levou para todos os lugares que eu já fui, mas sou mais que ela. Gosto de maquiagem, de me vestir bem, como qualquer pessoa”, finalizou Evani.
Assista a live das atletas no Resenha Delas
