“Podemos, queremos e nos dedicamos para ir ao pódio”. É assim que Gabriela Nicolino, atleta olímpica da classe Nacra 17 da vela, define sua meta para o Japão. Em conversa com o Olimpíada Todo Dia, em live em parceira com o Tik Tok, a velejadora comentou sobre alguns obstáculos de sua vida e a meta para Tóquio 2020.
Apesar dos bons resultados, Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino são meio que exceção na vela. Diferente do costumeiro na modalidade, em que as duplas atuam durante alguns anos juntos, os dois se juntaram no meio do ciclo de Tóquio e em poucos tempo conseguiram garantir a vaga para os Jogos Olímpicos.
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“A gente passou o começo do ciclo competindo um contra o outro ainda e em 2018 veio a proposta para a gente se juntar. Era arriscado mas o Brasil não estava performando e decidimos aceitar. Treinamos 20 dias na Dinamarca, disputamos o Mundial, ficamos em quinto e classificamos para Tóquio”.
Mesmo fazendo sua estreia em Jogos Olímpicos no Japão, Gabriela Nicolino já possui uma experiência em dois ciclos olímpicos em que a vaga bateu na trave. Em Tóquio, Gabriela sabe o que quer. “Queremos a medalha olímpica. Sabemos que temos capacidade, estamos nos dedicando ao máximo e podemos sim, esse é o foco”.
A força feminina
Gabriela Nicolino compete em uma categoria pouco usual no esporte. Diferente das modalidades mais tradicionais, na vela é possível que uma mulher e um homem formem uma dupla para competir juntos, como é o caso da brasileira na Nacra 17.
“Acredito que em alguns esportes é necessário que exista uma divisão. A vela permite que exista essa competição mista, porque é um esporte que não é só físico, tem estratégia e toda uma questão maior. A nacra 17 é uma das classes mais rápidas e com o barco mais pesado, a escolha para essa classe ser a mista é muito forte”.
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A classe de Samuel e Gabriela o único barco da vela olímpica que é misto, com um homem e uma mulher. O peso do casco é de 142kg, o mais pesado entre as classes disputadas nos Jogos Olímpicos. O “17” do nome Nacra 17 se refere aos 17 pés de comprimento do barco.
Mesmo com cerca de três anos de parceria ao lado de Samuel Albrecht , Gabriela Nicolino garante que os dois se entendem e se respeitam muito e as coisas vem dando certo. “Nos completamos. Ele é mais agitado, eu sou mais concentrada. Precisamos de um tempo para aprender, o que é normal em qualquer parceria, mas hoje conseguimos usar o melhor de cada um nos momentos certos”.
Buscando o copo meio cheio até Tóquio
Com os Jogos Olímpicos de Tóquio caminhando para serem realmente confirmados, mesmo sem saber como estará a situação da Covid-19 no mundo no período de sua realização. Atualmente, com o Brasil tendo dificuldade de evoluir de maneira rápida na vacinação e com um alto índice de casos e mortes, Gabriela Nicolino não sabe como será sua preparação até Tóquio.
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“O nosso calendário está um caos. Fomos para Miami porque a dupla americana emprestou um barco. Tínhamos uma etapa na Espanha que foi cancelada, tínhamos uma competição nas Ilhas Canárias que não conseguimos ir por conta das medidas restritivas contra os brasileiros apertarem, uma outra na França também foi cancelada. Está muito difícil, não dá para garantir nada”.
Apesar disso, por conta de tudo que o mundo viveu desde março de 2020, Gabriela tem tentado ver o período em que está, de uma ansiedade pré Jogos Olímpicos, de uma maneira um pouco otimista. “Minha psicóloga e toda minha equipe, minha e do Samuel na verdade, tentam fazer com que eu veja a situação de uma maneira otimista, pelo lado que estou consigo treinar, estou conseguindo me preparar da forma que é possível e é assim que eu estou fazendo”, finalizou.
