Imagine ser dona do melhor resultado de seu país em uma edição de Jogos Olímpicos na história da sua modalidade. Assim é a vida de Ane Marcelle. Aos 27 anos, a atleta do tiro com arco se garantiu nos Jogos Olímpicos de Tóquio através do Pan-Americano da modalidade e quer chegar ao pódio na segunda Olimpíada da carreira. “Podemos levar o Brasil ao pódio na dupla mista, essa é a meta”.
Na primeira participação olímpica da sua vida, o maior feito do tiro com arco brasileiro. Na Rio 2016, Ane Marcelle foi eliminada nas oitavas de final e superou o desempenho de Renato Emilio, em 1980, em Moscou, quando foi 24º colocado. Mesmo com esse histórico, a brasileira assume que o objetivo é outro no Japão.
“Acredito que a gente consegue colocar o Brasil no pódio nas duplas mistas, que estreiam em Tóquio. Temos uma boa dupla, que consegue resultados nas competições e podemos conseguir a medalha”.
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Nas competições, Ane Marcelle tem disputado a chave de duplas mistas com Marcus D’Almeida. Atualmente, os dois arqueiros são os únicos atletas garantidos nos Jogos Olímpicos de Tóquio no tiro com arco brasileiro.
A chegada de Jorge mudou tudo
Quem vê o resultado de Ane Marcelle na Rio 2016, sua vaga em Tóquio e o sonho com o pódio pode achar que o ciclo para o Japão foi repleto de bons momentos, mas não foi. Segundo a própria arqueira, durante os cinco anos entre uma olimpíada e outra, houve um momento em que nem ela acreditava na vaga e se isso mudou é por causa de uma pessoa: Jorge Luiz Carrasco. o técnico de Marcelle.
“A primeira parte do ciclo foi bem ruim. Estava sem técnico e meu rendimento foi caindo. Sem resultados a motivação caiu também e eu comecei a treinar menos, até que em 2019 o Jorge chegou. Ele me colocou para treinar mais. Hoje treino seis dias por semana e mais horas por dia, desse jeito eu voltei a render mais e ter resultado”.
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Com os treinamentos comandados por Jorge Luiz, Ane Marcelle chegou ao nível de pontuação de 660, que tinha como meta pessoal. Com isso, a brasileira passou a conseguiu passar pela fase classificatória das competições com um melhor resultado e, com isso, tem confrontos eliminatórios contra adversários mais fracos. Além disso, segundo a arqueira, o treinador é responsável direto pela vaga.
“Ele me fez acreditar que era possível a vaga mais uma vez. Ele me colocou dentro da meta que eu queria, que era o 660. O Jorge é muito parte dessa vaga para Tóquio 2020”.
Mais perto do seu alvo
A Olimpíada de 2016 foi um marco para Ane Marcelle e para o tiro com arco do Brasil. As oitavas de final feminina fizeram a brasileira aprender o que era uma edição dos Jogos Olímpicos e o gostinho de “quero mais” ficou na flecha. Apesar do começo do ciclo olímpico para Tóquio ter sido bem instável, a arqueira brasileira não deixou de imaginar e querer mais.
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Em Tóquio, o tiro com arco terá a estreia da disputa de duplas mistas e com isso o sonho do pódio ficou mais perto do seu alvo, segundo a própria atleta. Entretanto, Ane Marcelle não esconde que sabe o que ainda precisa fazer para alcançar o objetivo. “As duplas mistas é um caminho, temos boas chances de ir mais longe e chegar ao pódio. Estou mais experiente e isso ajuda, mas preciso ter mais força, mais calma em alguns momentos, confiar mais em mim”, finaliza.