O inédito adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio trouxe inúmeros desafios e a necessidade do Comitê Olímpico do Brasil (COB) alterar o planejamento esportivo. A principal resposta da entidade foi a organização da chamada Missão Europa, um programa de treinamentos de campo dividido entre as diversas modalidades.
A ideia foi minimizar os danos na preparação dos atletas e recoloca-los em atividade o quanto antes. Recolocar o Time Brasil em atividade visando os Jogos Olímpicos postergados de 2020 para 2021, agendados para ocorrer entre os dias 23 de julho e 8 de agosto.
Com apoio do Comitê Olímpico de Portugal (COP) e autorização do governo local para entrada no país, além do cumprimento de diversos protocolos sanitários que previnam a contaminação da Covid-19, integraram a Missão Europa em Portugal mais de 400 pessoas, sendo 238 atletas e 114 oficiais de 24 modalidades.
A maioria ficou baseada no Rio Maior Sports Centre, um dos principais centros de treinamento de alto rendimento do mundo, casos do campeão olímpico Thiago Braz, do salto com vara, e da campeã mundial Ana Marcela Cunha, das maratonas aquáticas. Mas houve também quem treinasse em outras cidades portuguesas (Coimbra, Cascais, Funchal, Lisboa, Sangalhos, Vila Nova de Gaia e Vilamoura) e até em outros países (Eslovênia, Espanha, França, República Tcheca e Sérvia), num total de 13 bases.
Treino e competição
“O projeto foi elaborado de modo que todo atleta que viajasse à Europa tivesse um planejamento subsequente. Então, nenhuma equipe foi treinar sem ter competições programadas na sequência ou em condições de treino adequadas no Brasil”, explica o vice-presidente do COB, Marco La Porta.
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A seleção de judô, por exemplo, após dois meses de treinos em Coimbra, disputou uma competição amistosa em Portugal e logo a seguir o Grand Slam de Budapeste. Já a equipe de triatlo participou do Mundial de Hamburgo e das etapas da Copa do Mundo de Karlovy Vary e Valência.
No próximo ano, com a realização de Pré-Olímpicos e a contagem regressiva para os Jogos, o Time Brasil inicia o último período de preparação para Tóquio 2020. E uma volta a Portugal não está descartada.
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O COB mantém a projeção de levar entre 250 e 300 para Tóquio. Atualmente, o Time Brasil possui 180 vagas garantidas em 20 modalidades. Para o diretor de Esportes do COB, Jorge Bichara, os próximos meses serão cruciais. “Temos potencial para nos apresentarmos bem. Estamos em um período extremamente importante da preparação, que definirá nossa possibilidade de performance nos Jogos Olímpicos. Todo o nosso esforço e trabalho estão concentrados para que possamos chegar em Tóquio na nossa melhor condição. Estou confiante de que o Brasil vai estar bem preparado. Esse é o nosso compromisso.”
Missão Europa
- Judô: 32 (Coimbra e Rio Maior)
- Atletismo: 30 (Rio Maior)
- Rugby: 18 (Rio Maior)
- Boxe: 17 (Rio Maior)
- Natação: 16 (Rio Maior)
- Wrestling: 15 (Rio Maior)
- Ginástica artística: 12 (Sangalhos)
- Ginástica rítmica: 11 (Sangalhos)
- Triatlo: 11 (Rio Maior)
- Maratonas aquáticas: 7 (Rio Maior)
- Ciclismo BMX: 5 (Sangalhos)
- Esgrima: 5 (Rio Maior)
- Tênis de Mesa 5 (Vila Nova de Gaia)
- Vela: 5 (Cascais e Vilamoura)
- Tênis: 4 (Rio Maior)
- Taekwondo: 4 (Belgrado, Sérvia)
- Ginástica de trampolim: 4 (Sangalhos)
- Canoagem slalom: 3 (Ljubjana, Eslovênia; Pau, França; e Praga, República Tcheca)
- Nado artístico: 3 (Rio Maior)
- Canoagem velocidade: 1 (Pontevedra, Espanha)
- Pentatlo moderno: 1 (Rio Maior)
- Tiro esportivo: 1 (Lisboa)
- Badminton: 1 (Funchal)
- Handebol: 20 (Rio Maior)
Total: 238 atletas