O esporte brasileiro recebeu uma boa notícia nesta terça-feira (29). A Nissan, fabricante de automóveis japonesa, anunciou a renovação do patrocínio com os integrantes do Time Nissan até 31 de outubro de 2021. O encontro virtual reuniu atletas que pretendem representar bem o Brasil nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio. Ágatha, Duda, Hugo Calderano, Ana Marcela Cunha, Petrúcio Ferreira e Susana Schnarndorf estiveram junto com Clodoaldo Silva, mentor da equipe.
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Antes dos atletas comentarem sobre suas novas rotinas de treinos, volta das competições e a preparação para os eventos do ano que vem, o diretor de marketing da Nissan, Marco Pacheco, aproveitou o evento online para divulgar oficialmente a renovação de contrato. “Venho aqui para, em nome de todos executivos da marca Nissan, oficializar a renovação do patrocínio desse time por mais um ano, o que será o nono ano consecutivo”, afirmou.
“Isso é fruto de muito trabalho e planejamento. São muitas histórias, exemplos, garra, determinação e resiliência que eles compartilham conosco. Nosso objetivo é continuar contribuindo no sentindo de deixá-los tranquilos para que tenham tempo para se prepararem para as competições que virão pela frente. O Time Nissan é mais que um patrocínio. É uma parceria. Uma grande família”, concluiu Marco Pacheco.
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Dos atletas que participaram do evento, Ágatha e Duda, do vôlei de praia, Hugo Calderano, do tênis de mesa, e Ana Marcela Cunha, da maratona aquática, já voltaram a competir em 2020. Por outro lado, os paratletas Petrúcio Ferreira, do atletismo, e Susana Schnarndorf, da natação, ainda não disputaram nenhuma competição neste ano após a volta do esporte durante a pandemia do coronavírus.
A volta aos eventos visando Tóquio
Ágatha e Duda já participaram de duas competições depois da retomada do esporte. Elas ganharam o King Of The Court, na Holanda, e ficaram em segundo lugar na etapa de abertura do Circuito Brasileiro de vôlei de praia 2020/21. “Voltamos aos campeonatos na Holanda. Foi uma alegria imensa estar competindo. Gostamos de colocar em prática o que treinamos. E depois teve o Brasileiro. Nosso foco esse ano é só o Brasileiro”, contou Duda.
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“Nos dois torneios que jogamos os protocolos foram bem rígidos. E foi difícil poder jogar na Holanda porque precisávamos da liberação do país e chegou em cima da hora. Mas lá foi tranquilo, pois fizeram uma bolha. E em Saquarema o cuidado foi ainda maior. Nesse momento ainda não podemos falar sobre o ano que vem porque não temos certeza de nada. Claro que em janeiro recomeçamos a preparação para Tóquio”, disse Ágatha.
Já Hugo Calderano estreou na Bundesliga 2020/21 de tênis de mesa há pouco mais de uma semana. Atual vice-campeão da competição, o atleta do clube Liebherr Ochsenhausen entrou em quadra duas vezes e venceu ambas na vitória apertada sobre o Saarbrucken, por 3 a 1. Mas o mesatenista, que mora na Alemanha, voltou a competir em junho, na fase semifinal da edição anterior do campeonato alemão.
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“Em junho consegui jogar as semifinais da Bundesliga. Foi um enorme prazer voltar a competir. Neste ano ainda teremos eventos da ITTF (Federação Internacional de Tênis de Mesa), que fará uma bolha na China para as Copas do Mundo, Feminina e Masculina, para o ITTF Finals e para mais outro evento. Será tudo em novembro e reunirá os melhores atletas. E, em 2021, se preparar para chegar bem em Tóquio”, disse Hugo Calderano.
Mudanças com o ‘novo’ normal
O retorno aos eventos de olho nos Jogos de Tóquio não foi igual ao que acontecia antes da pandemia do coronavírus. Os cuidados aumentaram para que os atletas possam competir e o risco de infecção seja minimizado. Além das ‘bolhas’, os esportistas puderam presenciar modificações em situações que estavam habituados em suas modalidades.
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“Acho que, da nossa parte, a maior mudança foi na relação com as adversárias, já que sempre tinha aquele toque de mãos quando passávamos de um lado para o outro da quadra. Toda vez que começavam os jogos nos cumprimentávamos. E agora, com os outros times, tivemos que manter distanciamento. Além disso, tivemos que pegar as bolas para sacarmos, ou seja, não tem mais o boleiro para entregar a bola em nossas mãos. Está bem restrito”, destacou Duda.
“No tênis de mesa lavam as bolas entre os sets. E também não trocamos mais de lado, portanto, jogamos do mesmo lado o jogo inteiro. Eles também limpam a mesa depois de cada set e não pode mais passar a mão na mesa, coisa que os jogadores fazem bastante para secar as mãos. Por outro lado, liberaram o uso da toalha em todos os pontos, já que antes era de seis em seis pontos”, relatou Hugo Calderano.
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“A única coisa que eles realmente pedem é que utilizemos a máscara o tempo inteiro. Estão sempre com um saquinho ou algo do tipo para jogar a máscara fora na hora da prova. Toalha cada um usa a sua e as garrafinhas de água, que sempre pegávamos no final, estão pedindo para os atletas levarem as próprias. Acho que os atletas estão mais conscientes. Uma espécie de bola de neve positiva. Virou um hábito, principalmente na Europa”, disse Ana Marcela.
Gratidão
O paratleta Clodoaldo Silva, da natação, se aposentou logo após os Jogos Paralímpicos Rio-2016. O ex-competidor é, sem dúvidas, um dos principais nomes do esporte para pessoas com deficiência e inspirou diversos indivíduos a adentrarem no movimento paralímpico e alguns desses esportistas da nova geração estarão nos Jogos de Tóquio, em 2021.
Clodoaldo Silva, também conhecido como “Tubarão”, conquistou 14 medalhas em Paralimpíadas, sendo seis de ouro, todas em Atenas-2004, seis de prata, três em Sydney-2000, e uma em Atenas-2004, Pequim-2008 e Rio-2016, e duas de bronze, uma em Sydney-2000 e em Pequim-2008.
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“Sou muito grato porque não foi o Clodoaldo Silva que procurou a Nissan. Foi a Nissan que procurou o Clodoaldo Silva, lá em 2012, querendo me apresentar um projeto de parceria para ser mentor de atletas olímpicos e paralímpicos. Quando, lá atrás, eu procurava as empresas, as poucas que me atendiam, queriam ajudar, mas não queriam associar sua marca a uma pessoa com deficiência. E a Nissan fez o contrário”, afirmou.
“Sou um ex-atleta paralímpico e é muito difícil uma empresa querer associar sua imagem a uma pessoa com deficiência e, principalmente, um ex-atleta. Espero que sirva de exemplo e motivação para que outras empresas possam fazer o mesmo com outros ex-atletas. A Nissan poderia pegar uma pessoa sem deficiência e com títulos, mas escolheu o Clodoaldo Silva, que não vê sua deficiência. Só vê a sua eficiência”, concluiu.