8 5
Siga o OTD

Tóquio 2020

Natália: Tóquio, homenagem à Brait, Luizomar paizão e futuro

Em live do Olimpíada Todos Dia, ponteira e capitã da seleção brasileira de vôlei fez revelações e também projeções sobre a carreira

Natália Tóquio
Em 2018, Natália disputou o Campeonato Mundial fora das melhores condições físicas (FIVB/Divulgação)

Natália foi a convidada especial do Olimpíada Todo Dia no domingo (20). Em live no Instagram do OTD, a ponteira e capitã da seleção brasileira contou sobre sua preparação com o técnico José Roberto Guimarães para sua primeira temporada na Rússia, a homenagem que fez para Camila Brait, o pedido dos pais para voltar ao Osasco, a relação de carinho com Luizomar e os Jogos Olímpicos de Tóquio.

+ Tabela do Campeonato Paulista de vôlei feminino 2020

Habituada a usar a camisa 12, Natália chegou ao Dínamo Moscou e precisou selecionar outro número, pois o preferido já tinha dona: a levantadora Marina Babeshina. A atleta, de 35 anos, atua pelo clube desde a temporada 2016/17 e jogou pela Rússia nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004, medalha de prata, e Pequim-2008, quinta colocada. Por esse motivo, a brasileira aproveitou para homenagear Camila Brait na escolha do uniforme.

“A nossa segunda levantadora, que é a Marina, é uma atleta experiente e com história na seleção russa. Eu jamais viria para roubar a camisa dela. Ela sempre jogou com a 12 e já estava no clube. Esses dias ela chegou para mim, olhou para camisa dela e disse: ‘você gosta dessa camisa também, né’? Respondi que sempre joguei com a 12 e o pessoal do Brasil estava me perguntando porque não estava usando o número”, contou Natália.

+ CBV e Comissão de Atletas não entendem o que é democracia

A brasileira contou que o clube ofereceu algumas opções. “Eles me deram algumas opções. Eu não gosto de número baixo e tinha a camisa 18 disponível. Fiquei pensando e resolvi pegar a 18 porque acho que tem um pouco mais a minha cara, sem contar a 12, em comparação com as outras opções que me deram e também para fazer uma homenagem a minha companheira Camila Brait. Estou gostando da 18”, revelou a ponteira.

Jogos de Tóquio

Natália Tóquio
Natália está focada 100% nos Jogos Olímpicos de Tóquio (FIVB/Divulgação)

Campeã olímpica em Londres-2012, Natália está focada na edição de Tóquio, que foi adiada para 2021 por conta da pandemia do coronavírus. A jogadora da seleção brasileira está confiante e acredita que ganharam um ano para que possam chegar à competição em melhor situação no aspecto físico. Antes de embarcar para a Rússia, a atleta passou pouco mais de um mês treinando com Zé Roberto e pode conversar bastante com ele.

+ Mineiro feminino tem quase tudo definido para a realização

“O meu foco está completamente na Olimpíada do ano que vem. Quero fazer uma boa temporada para poder chegar lá bem, principalmente fisicamente. Sempre falo que se estiver bem fisicamente já é meio caminho andado. Isso por causa de todos os problemas que tive nos últimos anos com meu joelho. Estou muito focada e ganhamos um ano que certamente vai ajudar a recuperar algumas jogadoras”, afirmou Natália.

“Acho que essa ano a mais fará bem para a seleção. Conseguimos um tempo a mais para treinar e para as jogadoras tentarem jogar bem e melhorar. Estou confiante e tenho falado com várias das meninas da seleção e estão todas bem focadas. Se todas se dedicarem e estiverem com a cabeça voltada para a Olimpíada podemos lutar por medalha e fazer o melhor para, que sabe, subir ao lugar mais alto do pódio”, completou.

+ Leal vence Lucarelli no golden set e é finalista da Supercopa

Sempre em contato com Zé Roberto, Natália comentou que o treinador passou para ela algumas de suas ideias para Tóquio. “Ele me falou mais ou menos as ideias que tem para o ano que vem. Para mim isso foi muito bom porque pude trabalhar com ele alguns pontos que ele considera importante. Tivemos vários papos legais e interessantes”, destacou a camisa 12 da seleção brasileira.

E depois de Tóquio?

Natália Tóquio
Natália ainda não sabe se seguirá na seleção brasileira após os Jogos de Tóquio (FIVB/Divulgação)

Com 31 anos, Natália ainda não sabe se seguirá vestindo a camisa da seleção brasileira depois dos Jogos de Tóquio. A ponteira fez questão de ressaltar que ama representar seu país, mas que não é mais uma garota e que em algum momento não vai mais suportar a rotina de atuar por clube e também pelo Brasil. É neste momento que a atleta aproveitou para fazer duras críticas ao calendário da FIVB (Federação Internacional de Voleibol).

+ Sábado com triunfos de Gabi e João Paulo Bravo pela Liga Turca

“Quero jogar mais uma Olimpíada, que será ano que vem. Depois, o futuro na seleção a Deus pertence, já que realmente não sei se aguento mais um ciclo. Vai depender muito, pois tenho tido alguns problemas físicos nesses últimos anos. Por isso, penso que, se eu quiser jogar um pouco mais em clubes, terei que pensar direitinho sobre seguir na seleção”, disse Natália, que revelou o sonho de ser campeã mundial.

“Já pensei nisso (ciclo menor para Paris-2024) até mesmo por causa do Mundial de 2022. Conquistar o Campeonato Mundial é um sonho que tenho. Mas, como disse, vai depender de muita coisa. Não sei o que vai acontecer com a seleção. O amor de jogar pela seleção eu sempre tive e continuo lá por causa disso, mas já não sou menina. Não tenho 20 anos, pelo contrário, farei 32 no ano que vem e a gente vai ficando cansada”, comentou a atleta.

+ Taubaté passeia contra Guarulhos na estreia do Paulista

“Já estou nessa pegada há uns 15 anos e a gente não tem tempo para descansar. O nosso calendário internacional com a seleção é uma loucura. Esporte nenhum tem o calendário que a gente tem. A gente tem uns quatro ou cinco campeonatos por temporada. Isso é um absurdo e é uma coisa que a FIVB tinha que repensar porque é ridículo. As pessoas acham que somos máquinas, mas somos humanos”, enfatizou Natália.

Volta ao Osasco?

Natália Tóquio
Natália revelou que seus pais desejam que ela volte ao Osasco (FIVB/Divulgação)

Durante a entrevista, Natália revelou que pensa em casar, ter filhos e formar uma família. Porém, ressaltou que isso é para daqui alguns anos. A jogadora destacou que seu principal foco no momento é a sua carreira. Ela acredita que tem mais uns cinco ou seis anos no máximo para jogar vôlei e contou que pretende parar de jogar em alto nível. “Eu não quero que me parem. Eu quero parar da melhor maneira possível”, afirmou.

+ Vôlei Renata é mais consistente e vence a 2ª no Paulista

“Tenho orgulho das coisas que conquistei. Estou na contagem regressiva e, nesses próximos anos, quero aproveitar da melhor maneira possível”, declarou Natália, que demonstrou vontade em encerrar a carreira no Brasil, mas ainda não estabeleceu o momento que isso acontecerá. No momento, a prioridade é seguir atuando na Europa. Porém, a ponteira entregou seus pais, que pedem com freqüência que ela volte ao Osasco.  

Relação com Luizomar

“Todo mundo sempre me pergunta do Osasco. Eu tenho carinho muito grande porque foi lá que comecei a jogar de titular. Eu tinha jogado em dois times antes, os extintos Campos e Macaé. Tenho carinho muito grande por toda a comissão, principalmente o Luizomar, que é um pai para mim. Os meus pais têm um carinho enorme por ele e vou entregá-los: o sonho deles é que eu volte a jogar no Osasco”, afirmou Natália.

+ SIGA O OTD NO FACEBOOKINSTAGRAMTWITTER E YOUTUBE

“Meu pai é apaixonado pelo Luizomar. Eles têm uma amizade super bacana. Com frequência o meu pai me diz: ‘filha você não quer voltar a jogar no Osasco’? Quem sabe mais para frente, mas agora meu foco está aqui na Europa. Tenho esse carinho de família com o Luizomar, a Márcia, esposa dele, e os filhos Gustavo e Luizinho. O Luizomar é um paizão e tudo o que conquistei eu devo muito a ele pela chance que me deu. Ele está no meu coração”, concluiu Natália.

Confira a live completa de Natália com o OTD

Mais em Tóquio 2020