O tênis de mesa do Brasil tem, no momento, dez atletas classificados para os Jogos Paralímpicos de Tóquio, em 2021. Por enquanto, são eles que tentarão a inédita medalha de ouro para a modalidade.
Estão confirmados Bruna Alexandre (classe F10), Cátia Oliveira (F2), Lethícia Lacerda (F8), Joyce Oliveira (F4), Danielle Rauen (F9), Israel Stroh (M7), Welder Knaf (M3), Paulo Salmin (M7), Luiz Manara (M8) e Carlos Carbinatti (M10).
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Os paratletas Bruna Alexandre, de 25 anos, Cátia Oliveira, 29, e Lethícia Lacerda, 17, garantiram suas vagas nos Jogos de Tóquio por estarem entre as melhores das Américas em suas classes. Já Israel Stroh, 33, e Welder Knaf, 39, confirmaram suas presenças na Paralimpíada pelo ranking mundial do tênis de mesa, já que o primeiro é sexto do mundo na sua classe e o segundo aparece na nona posição em sua categoria.
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Os outros cinco brasileiros classificados, Joyce Oliveira, 28, Danielle Rauen, 22, Paulo Salmin, 26, Luiz Manara, 28, e Carlos Carbinatti, 36, conquistaram esse direito ao ganharem a medalha de ouro individual nos Jogos Parapan-Americanos de Lima-2019.
A expectativa é que o número de qualificados aumente, pois outros mesatenistas do país ainda buscam vagas pela Seletiva, que ainda não foi remarcada pela Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF).
Só falta o ouro para o Brasil no tênis de mesa
O Brasil já ganhou cinco medalhas na história dos Jogos Paralímpicos, uma em Pequim-2008 e mais quatro da Rio-2016. Já em Londres-2012, o tênis de mesa paralímpico brasileiro passou em branco.
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O que pensam os atletas?
O Olimpíada Todo Dia abriu espaço aos paratletas do tênis de mesa já garantidos em Tóquio e alguns se posicionaram sobre suas pretensões. Confira abaixo as expectativas dos mesatenistas Bruna Alexandre (classe F10), Cátia Oliveira (F2), Danielle Rauen (F9), Israel Stroh (M7), Welder Knaf (M3), Paulo Salmin (M7), Luiz Manara (M8) e Carlos Carbinatti (M10).
Bruna Alexandre
“Tóquio-2020 terá novas atletas em comparação com a Rio-2016, principalmente a China. Mas estou positiva e treinando forte. Joguei o Aberto da China no ano passado e consegui vencer todas as chinesas, mas foram jogos bem disputados. A Natalia Partyka é a grande referência da minha classe e tem também uma chinesa (Qian Yang), que enfrentei na Rio-2016 e agora joga pela Austrália. Espero conseguir jogar bem e chegar à final dos Jogos Paralímpicos. Tenho um ano pela frente e espero evoluir e pegar mais experiência”.
Danielle Rauen
“A minha classe nos Jogos de Tóquio estará muito mais forte do que na Rio-2016. Serão dois grupos de quatro jogadoras, com a diferença que agora com duas medalhas de bronze. Estou confiante e os primeiros jogos já serão difíceis contra as melhores do mundo, por isso, já preciso entrar 100% assim como entrei na Rio-2016 quando ganhei da chinesa número 2 do mundo no meu grupo. Estou me preparando, estudando muito as adversárias e construindo movimentos diferentes para chegar em Tóquio surpreendendo”.
Cátia Oliveira
“A expectativa é das melhores. Sentei com a minha equipe após a Rio-2016 e fizemos o planejamento para conseguir a medalha de ouro para o Brasil em Tóquio. Estou trabalhando firme para isso e já ganhei de todas as adversárias da minha classe, inclusive da tricampeã paralímpica (Jing Liu), que é uma chinesa. Ganhei três dos cinco confrontos que tive com ela e o último foi no ano passado, em novembro, quando venci de 3 a 0, que foi um resultado maravilhoso. Além disso, também consegui ganhar da coreana que perdi na final do Mundial”.
Israel Stroh
“Uma medalha paralímpica, quem sabe a de ouro, é o meu sonho depois da prata na Rio-2016. Trabalho muito para isso e estou focado nesse objetivo. Uma medalha em si já é algo grandioso, mas eu vejo uma possibilidade real e sonho muito com a de ouro. Em Tóquio estará um Israel mais maduro e preparado para os problemas que surgem no processo. Nos Jogos do Rio eu queria uma medalha e quando ela veio eu não sabia muito como me comportar para conseguir o ouro. A edição passada me mostrou que poderia ter sido campeão paralímpico. Hoje miro o lugar mais alto do pódio porque aprendi no Rio que isso é possível. É uma chance de colocar um marco maior na história e farei o possível para conseguir isso”.
Carlos Carbinatti
“A minha pretensão em Tóquio é, primeiramente, chegar às oitavas de finais, pois em Londres-2012 e na Rio-2016 fiquei em nono lugar. Na minha categoria tem um polonês e um chinês que são atletas muito fortes. Inclusive, o polonês já chegou a ganhar de atletas top 10 do ranking olímpico. A expectativa é evitar cruzamento com os cabeças de chave na segunda fase e ficar entre os oito. Acho que é viável pela experiência que tenho agora. Espero ir bem e acredito que estarei bem preparado”.
Paulo Salmin
“A melhor palavra para definir a minha classe é homogeneidade. Acho que os 12 primeiros do ranking mundial têm condições de chegar à medalha. Estou trabalhando a parte psicológica em todo o ciclo para estar lá com meu melhor desempenho possível. Dos dez primeiros do mundo, eu já ganhei de seis. No meu último confronto com o atual campeão paralímpico (Will Bayley) perdi pela diferença mínima (3 a 2 e 13 a 11 no último set). Essa é a Paralímpiada que estou mais preparado, melhor tecnicamente e psicologicamente”.
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“Estive em Londres, mas foi uma classificação não tão esperada. Foi bom para ganhar experiência e conhecer como eram os Jogos Paralímpicos. Na Rio-2016 estava em ótima fase técnica, mas tive uma lesão faltando quatro dias para os Jogos começarem e isso acabou atrapalhando a parte psicológica. Quero que Tóquio seja a minha Paralimpíada e também do Brasil. Jogar bem é a principal meta e, com a melhor performance, consequentemente chegar ao pódio e conseguir essa medalha que é o auge para qualquer atleta de alto rendimento”.
Luiz Manara
“São muitos fatores que envolvem uma Paralimpíada, até com base na experiência que tive na Rio-2016. O primeiro deles é ter um pouco de sorte no sorteio do grupo. Eu vou ser o último a ser selecionado para o grupo por causa da minha colocação no ranking. Se pegar logo um dos primeiros lógico que complica mais para passar pela chave. Na Rio-2016 peguei o vice-campeão e um sueco oitavo colocado e cheguei a ter 2 a 0 e precisava de mais set para me classificar. Senti que, mesmo enfrentando atletas teoricamente mais fortes, dá para encarar”.
“Achei que, pelo nervosismo pelo que envolve uma Paralimpíada, o confronto nivela um pouco mais. Fiquei com impressão que nenhum atleta joga seu melhor tênis de mesa nessa situação. Eu trabalho muito com realismo e, por isso, não vou chegar aqui e dizer que vou à Tóquio para brigar por medalha, mas lógico que estou sonhando e vou trabalhar para isso. Se a brecha aparecer tenho que estar bem preparado para tentar surpreender”.
Welder Knaf
“Acredito que a classificação em si já é um filtro muito grande. A Paralimpíada é o campeonato mais difícil de participar em virtude do número de vagas e da qualidade dos jogadores que participam. Acho que só o fato de estar lá já é uma grande conquista. Considero a minha classe a mais difícil e o ranking diz isso. Se juntar todas as classes de cadeirantes, os dois jogadores que lideram a minha classe e do ranking no geral são fora da curva, são excepcionais. A notícia boa é que já ganhei desses dois (Panfeng Feng e Thomas Schmidberger). Já ganhei de todos que estão no top10”.
“A Paralimpíada é um evento difícil, mas acredito que tenho chances de chegar à medalha. A carga mental no tênis de mesa é mais da metade do jogo e nesse ponto acredito que esteja bem tranquilo. Estou fazendo os exercícios e o trabalho técnico, mas acho que o que conta mesmo é chegar bem, focado, com disposição e aquela gana e vontade de ganhar e isso sempre tive. Quero chegar lá podendo dar o meu melhor, focado e trazer uma medalha para o país”.