O caratê faz sua estreia em Jogos Olímpicos na edição de Tóquio e Valéria Kumizaki, da categoria até 55 kg, tem como meta figurar na lista dos classificados para o evento. A carateca, de 35 anos, tem em seu currículo quatro medalhas em Jogos Pan-Americanos, sendo duas de ouro (Toronto-2015 e Lima-2019), uma de prata (Rio-2007) e uma de bronze (Guadalajara-2011). Focada na Olimpíada, a atleta brasileira tem na fé a sua fortaleza.
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“Tudo na vida tem um propósito. Eu vi o adiamento dos Jogos como uma oportunidade de treinar mais, me preparar melhor. Vou disputar um torneio classificatório, estou treinando forte, focada e a fé me faz ver isso: acreditar em uma coisa que a gente tem lá na frente e dar força para conquistar o que queremos na vida”, disse Valéria Kumizaki.
Valéria Kumizaki, vice-campeã mundial em 2016, se prepara para a disputa do Pré-Olímpico Mundial de Paris, em 2021. O adiamento dos Jogos Olímpicos, de 2020 para 2021, ocorreu em função da pandemia do coronavírus e forçou os atletas a reorganizarem seus planos.
Sonho de ser freira
Além do esporte, a brasileira Valéria Kumizaki tem também uma forte ligação com Deus. Até a sua adolescência, a atleta sonhava em vestir um hábito de freira. O assunto era tão sério que sua mãe, Marina, chegou a procurar um convento para sua filha. Católica atuante, a fé fez a atleta viver uma experiência curiosa na Itália.
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“Quando fui ao Vaticano pela primeira vez, uma freira veio em minha direção, me deu um cartão do convento delas e disse: ‘Deus pediu pra te entregar isso, e a hora que você quiser você pode se juntar a nós’. Eu chorei muito e tenho o cartão guardado até hoje”, recordou a atleta, que gosta de ir à missa aos domingos. “A primeira coisa que faço quando chego em uma cidade é procurar uma igreja. Essa comunhão com Deus é muito forte para mim”, completou.
Caratê e o futuro
Valéria Kumizaki passou por todas as etapas de formação de quem tem o catolicismo como religião. Integrante de uma família católica, a atleta é devota de Nossa Senhora Aparecida assim como sua mãe e avó materna, dona Jesulinda. Ela é batizada e crismada e, mesmo quando está fora do Brasil, tem o hábito de pedir benção a um padre ou freira que apareça em seu caminho.
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Dedicada ao seu esporte, a carateca deixa em aberto seu futuro. “Neste momento, estou vivendo minha vida focada no caratê, mas a gente não sabe o dia de amanhã. Isso (ser freira) é uma vocação, é um chamado de Deus, sempre digo que não sou eu quem tenho de decidir. Já ouvi falar que a gente sente uma coisa muito forte quando ouve esse chamado”, concluiu Valéria Kumizaki.