O atletismo brasileiro pode conquistar duas medalhas daqui a um ano nos Jogos Olímpicos de Tóquio. No dia 6 de agosto de 2021, Erica Sena, da marcha atlética, busca o pódio que tem escapado por detalhes, após ficar em quarto lugar nos Campeonatos Mundiais, em Londres-2017 e Doha-2019. Mais tarde, no período da noite, o revezamento 4 x 100 m masculino, se passar pelas eliminatórias do dia anterior, entrará para tentar uma medalha e, quem sabe, repetir o ouro conquistado no Mundial de Revezamento do ano passado.
Brasileira quer medalha em Tóquio
Erica Sena é a atual terceira colocada no ranking mundial da World Athletics (Federação Internacional de Atletismo). A brasileira disputou os Jogos Olímpicos Rio-2016 e ficou na sétima colocação com o tempo de 1h29min29s. Há quatro anos, a medalha de ouro ficou com a chinesa Liu Hong (1h28min35s), a prata com a mexicana María Guadalupe González (1h28min37), e o bronze com a chinesa Lü Xiuzhi (1h28min42s). No ano seguinte, a marchadora iniciou seu ciclo para Tóquio.
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Em 2017, Érica Sena conquistou o expressivo quarto lugar no Campeonato Mundial de 2017, disputado em Londres. Ela marcou o tempo de 1h26min59s, sua melhor marca pessoal até hoje, e quebrou o recorde sul-americano da prova. A primeira colocada foi a chinesa Yang Jiayu (1h26min18s), seguida por, respectivamente, a mexicana María Guadalupe González (1h26min19s), segunda, e a italiana Antonella Palmisano (1h26min36s), terceira.
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No Mundial seguinte, a brasileira repetiu a posição de dois anos atrás. Em 2019, em Doha, Erica Sena novamente se aproximou do pódio com a marca de 1h33min36s. A chinesa Liu Hong, assim como na Rio-2016, ficou com o ouro (1h32min53), acompanhada de perto por suas compatriotas Qieyang Shenjie (1h33min10), prata, e Yang Liujing (1h33min17s), bronze. Erica Sena concedeu entrevista ao Olimpíada Todo Dia e avaliou seu ciclo olímpico.
Posição da brasileira
“Foram anos muito importantes para meu crescimento. Aprendi e evolui muito e pude conhecer melhor minhas adversárias”, disse a brasileira, que apontou suas principais oponentes. “Eu não costumo descartar nenhuma adversária, mas as que quase sempre estão no pelotão da frente são as três chinesas, a equatoriana, a peruana, a colombiana e as duas italianas”, completou Erica Sena.
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As chinesas citadas por Erica Sena são Liu Hong, líder do ranking mundial, Qieyang Shenjie, segunda melhor do momento, Yang Jiayu, que aparece logo atrás da brasileira na quarta posição. Já a colombiana apontada é a Sandra Lorena Arenas, quinta do ranking. Com 35 anos, a marchadora revelou sua pretensão, mas está preocupada com as limitações dos treinos devido à pandemia de coronavírus
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“Minha pretensão para Tóquio é a medalha. Agora a minha preocupação maior é poder voltar a treinar com normalidade. Ainda temos tempos para recuperar o que perdemos com tudo isso que está acontecendo, mas não pode demorar muito tempo mais, pois senão realmente vai acabar comprometendo o resultado de muita gente”, afirmou Erica Sena, que mora na cidade de Cuenca, no Equador.
Trajetória no ciclo para Tóquio
No ciclo para os Jogos de Tóquio, Erica Sena participou de 19 competições da marcha atlética de 20 km. Neste período de 2017 a 2020, a marchadora esteve no pódio em dez oportunidades e, quando não ganhou medalha, alcançou posições relevantes nos Mundiais de 2017 e 2019, ambos terminando na quarta colocação.
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No primeiro ano, Erica Sena abriu a temporada com a medalha de prata do Circuito Internacional de Marcha, disputado na Cidade de Juárez, no México. Depois disso foram três títulos: Circuito Internacional de Marcha, em Monterrey, no México (1h32min07s), Gran Premio Cantones, em La Coruña, na Espanha (1h29min16s) e o Campeonato Brasileiro, em São Bernardo do Campo, no Brasil (1h37min34s).
Em 2018, a brasileira ficou com o ouro em duas oportunidades e com a prata em mais uma. Ela ganhou o Campeonato Sul-Americano, em Sucúa, no Equador, com 1h30min22s, e o Campeonato Brasileiro, em Bragança Paulista, com 1h45min49s, e ficou com o segundo lugar no Memorial Jerzy Hausleber, em Monterrey, no México, com 1h30min47s.
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Para completar, Erica Sena obteve mais três pódios entre 2019 e 2020. No ano passado, a brasileira ganhou o Race Walking Challenge, em Lázaro Cárdenas, no México, com 1h29min22s, e conquistou a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, com 1h30min34s. Neste ano, a marchadora competiu somente uma vez e terminou em primeiro no evento em Recife, com 1h37min06s.
Revezamento 4 x 100 m: bons resultados em 2019
Assim como Erica Sena, o revezamento 4 x 100 m masculino está credenciado a conquistar uma medalha nos Jogos de Tóquio. Em 2019, no Campeonato Mundial de Revezamento, disputado em Yokohama, Japão, a equipe brasileira formada por Rodrigo Nascimento, Derick Silva, Jorge Vides e Paulo André conquistou o título com a marca de 38s05, deixando para trás os americanos, vice-campeões, e os britânicos, terceiros colocados.
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O resultado registrado pelo quarteto brasileiro foi histórico. A prova do revezamento 4 x 100m masculino é tradicional para o Brasil, já que trouxe as medalhas de prata nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000, e os bronzes nas Olimpíadas de Atlanta-1996 e Pequim-2008. Além de anotar, no ano passado, o melhor resultado do país, o Brasil terminou em quarto no Mundial de Revezamento de 2017, com 37s99.
Felipe Siqueira, técnico do revezamento 4 x 100 m masculino, analisou a equipe brasileira no ciclo aos Jogos de Tóquio. “A avaliação é satisfatória, pois atingimos nosso objetivo que era melhorar os atletas individualmente nos 100m, já que estávamos muito aquém dos demais times, e aperfeiçoar as passagens de bastão. Podemos observar uma melhora significativa no tempo do revezamento com diferentes formações”, disse.
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“Nesse período a equipe melhorou 18 centésimos em relação ao antigo recorde sul-americano conquistado em Sydney-2000, onde fomos prata e conquistamos títulos importantes como o mundial de revezamentos”, acrescentou o treinador, que indicou os principais rivais da seleção brasileira em Tóquio “Os principais adversários serão Estados Unidos, Grã-Bretanha, Japão, Jamaica e África do Sul”, apontou Felipe Siqueira.
Evolução por medalha em Tóquio
O técnico acha que a equipe brasileira pode brigar por medalha se melhorar as marcas dos anos que antecederam aos Jogos de Tóquio. “Acredito que melhorando ainda mais o tempo do time podemos ser finalistas e disputar uma medalha em Tóquio. A evolução apresentada durante esse ciclo já nos credencia a isso. E essa parceria entre COB (Comitê Olímpico do Brasil) e CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) está nos dando boas condições de trabalho”, concluiu Felipe Siqueira.
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Ainda em 2019, a equipe brasileira participou do Campeonato Mundial de Doha, no Qatar, e o time formado por Rodrigo Nascimento, Vitor Hugo dos Santos, Derick Silva e Paulo André acabou a prova na quarta posição com o tempo de 37s72. O título da competição ficou com os Estados Unidos, com 37s10, seguido por Grã-Bretanha, segundo, com 37s36, e Japão, terceiro, com 37s43.
Revezamento 4 x 100 m na Rio-2016
Na Rio-2016, o Brasil chegou à final do revezamento 4×100 m com Ricardo de Souza, Vítor Hugo dos Santos, Bruno de Barros e Jorge Vides. Com 38s41, os brasileiros fecharam a prova na sexta colocação. Os atuais campeões olímpicos são os jamaicanos, com Asafa Powell, Yohan Blake, Nickel Ashmeade, Usain Bolt (37s27).
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Já a medalha de prata ficou com os japoneses Ryota Yamagata, Shōta Iizuka, Yoshihide Kiryū e Asuka Cambridge (37s60) e o bronze com os canadenses Akeem Haynes, Aaron Brown, Brendon Rodney e Andre De Grasse (37s64).