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Tóquio 2020

Brasileiros da marcha e do peso focam nos detalhes por medalha

Quarto colocado na Rio-2016, Caio Bonfim considera a Olimpíada uma competição diferente e quer chegar com a parte técnica perfeita em Tóquio

Caio Bonfim Marcha Atlética Darlan Romani Arremesso de Peso Tóquio Atletismo
Caio Bonfim quer conquistar uma medalha em Tóquio(Wagner Carmo/CBAt)

Caio Bonfim e Darlan Romani são os atletas, respectivamente, da marcha atlética de 20 km e do arremesso de peso. Assim como os triplistas Almir Junior e Alexsandro Melo, eles podem ter um 5 de agosto de 2021 especial. Quarto colocado na Rio-2016, o primeiro classifica a Olimpíada como um evento diferente e trabalha para chegar em Tóquio com a parte técnica perfeita. Já o segundo espera seguir em ascensão de olho na medalha.

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Usando como base os três anos do ciclo para Tóquio, Caio Bonfim analisou de seu rendimento. “Estou muito satisfeito com que apresentei. Em 2017, primeiro ano do ciclo, ganhei uma medalha no Mundial. O ano de 2018 foi meio morto, com poucas competições. Já em 2019 tive a oportunidade de fazer duas grandes provas no cenário internacional e uma no cenário da marcha atlética, que foi o GP Cantones de La Coruña”, comentou.

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“Na ocasião, teve o recorde do maior número de atletas em uma prova de marcha atlética e lá pude fazer meu recorde (1h18min47s) e bater os tempos da Rio-2016 e do Mundial de 2017, em Londres. Fui para o Pan-Americano de Lima e fiquei com a prata. Poderia ser melhor, mas foi muito bom. No Mundial de Doha, infelizmente, sofri na parte técnica devido ao calor, mas estava entre os finalistas mesmo com a punição de dois minutos”, acrescentou Caio Bonfim ao Olimpíada Todo Dia.  

Principais adversários em Tóquio

Caio Bonfim Marcha Atlética Atletismo
Caio Bonfim é o representante do Brasil na marcha atlética (Wagner Carmo/CBAt)

Caio Bonfim ficou em 13º colocado no Mundial de 2019. Já o bronze em 2017 foi com o tempo de 1h19min04s, ficando atrás do colombiano Éider Arévalo (1h18min53s), medalha de ouro, e de Sergey Shirobokov, prata com 1h18min55s. Já na Rio-2016, o brasileiro fez 1h19min42s e ficou em quarto. Na época, o ouro ficou com o chinês Wang Zhen (1h19min14s), a prata com o também chinês Cai Zelin (1h19min26s) e o bronze com o australiano Dane Bird-Smith (1h19min37s).

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Em relação aos prováveis rivais em Tóquio, Caio Bonfim acredita que a macha atlética estão tão nivelada que os 20 primeiros do ranking podem brigar pelo ouro. “Tem muita gente boa. São os melhores do mundo de todos os tempos de seus países. Tem um sueco muito forte (Perseus Karlstrom). Dois japoneses excelentes, um deles é excepcional, que é o campeão do mundo (Toshikazu Yamanishi)”, listou o atleta brasileiro da marcha atlética, que prosseguiu.

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“Aqui na América do Sul tem um colombiano (José Montana) e um equatoriano (David Hurtado) muito bons. Já na América Central tem um guatemalteco (José Alejandro Barrondo) e os canadenses. Tem também os sul-africanos e o australiano (Dane Bird-Smith). Enfim, realmente muito difícil de dizer. Eu brinco que todo mundo que vai para a Olimpíada tem chance de brigar por medalha e os 20 primeiros do ranking são aqueles com chance de ouro”, afirmou Caio Bonfim.

Objetivo: aperfeiçoar a parte técnica

Caio Bonfim Marcha Atlética Tóquio Atletismo
Caio Bonfim conquistou sua melhor marca em 2019, com 1h18min47s (Carol Coelho/CBAt)

O número de candidatos é grande e, segundo o brasileiro, ele está entre eles. “Olimpíada é diferente de tudo. Eu não estava entre os seis melhores do mundo quando fui quarto nos Jogos Olímpicos. E o campeão mundial de 2015 não ficou entre os 20 melhores na Rio-2016. Sei o tanto que é difícil uma Olimpíada. Posso prometer muito treino e vou trabalhar bem para chegar com a parte técnica perfeita. Olimpíada é detalhe e o atleta tem que chegar pronto para dar o seu melhor e sair satisfeito independente resultado”, concluiu Caio Bonfim.

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Em relação aos resultados do ciclo, Caio Bonfim competiu em oito eventos em 2017 e ganhou três deles, em Bragança Paulista, em março (1h30min05s), o Race Walking Challenge, na China, em abril (1h22min16s) e o Campeonato Brasileiro, em São Bernardo do Campo, em junho (1h21min25s). Para encerrar o ano, o brasileiro ganhou a medalha de bronze no Mundial de Atletismo, em Londres (1h19min04s).

Dois eventos em 2020

Em 2018 foram só quatro competições, com o primeiro lugar na cidade de Sobradinho, em fevereiro, com o tempo de 1h25min47s, e no Brasileiro, em Bragança Paulista, em setembro, com 1h25min31s. Já em 2019 os destaques foram os títulos da Corrida de Camboriú (1h23min26s) em março, e Brasileiro, em Bragança Paulista (1h24min32s), em agosto. No mesmo ano, ele ainda foi medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima (1h21min57s).

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Já em 2020, Caio Bonfim competiu apenas duas vezes em provas da marcha atlética e, em ambas, saiu com o ouro no peito. O atleta ganhou, em fevereiro, a Corrida Brasileira de Recife, em 1h25min43s, e, em março, a Corrida do Campeonato da América do Sul, em Lima, no Peru, em 1h24min33s.

Darlan Romani e sua constante evolução

Caio Bonfim Marcha Atlética Darlan Romani Arremesso de Peso Atletismo
Darlan Romani é o representante do Brasil no arremesso de peso em Tóquio (Wagner Carmo/CBAt)

O cenário para o Darlan Romani não é tão diferente em relação ao Caio Bonfim. O especialista no arremesso de peso tem que manter sua evolução para conquistar uma medalha em Tóquio. Pelo segundo ano consecutivo, o atleta foi eleito, em 2019, como o melhor do atletismo, recebendo do COB (Comitê Olímpico do Brasil) o troféu do Prêmio Brasil Olímpico. O brasileiro tem como maior marca 22,61 m, resultado que daria a ele a medalha de ouro em Londres-2012, na Rio-2016 e no Mundial de 2017.

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Em Londres-2012, a medalha de ouro ficou com o polonês Tomasz Majewski, com 21,89 m, a prata com o alemão David Storl, com 21,86 m, e o bronze com o americano Reese Hoffa, com 21,23 m. Já na Olimpíada Rio-2016, o americano Ryan Crouser subiu ao topo do pódio com 22,52 m e foi acompanhado, respectivamente, por seu compatriota Joe Kovacs, segundo, com 21,78 m, e o neozelandês Tomas Walsh, terceiro, com 21,36 m.

Resultados expressivos

No ano seguinte, no Campeonato Mundial de Londres, na Inglaterra, o primeiro lugar ficou com Walsh, com 22,03 m. A prata ficou com Kovacs, com 21,66 m, e o bronze com o croata Stipe Žunić, com 21,46 m. Já em 2019, Darlan Romani chegou mais perto da medalha, terminando em quarto lugar no Mundial de 2019, em Doha, no Qatar, com a marca 22,53 m. Kovacs foi o campeão mundial, com 22,91 m, Crouser, o vice-campeão, com 22,90 m, e o bronze com Walsh, com 22,90 m.   

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Na Rio-2016, Darlan Romani foi quinto lugar com 21,02 m. Atualmente, o brasileiro ocupa a terceira posição do ranking mundial. O líder é o neozelandês Walsh. O recordista mundial do arremesso de peso é o americano Randy Barnes, com 23,12 m, marca de 1990. Já o recorde olímpico é de Ryan Crouser, também estadunidense, com 22,52 m, na Rio-2016.  

Trajetória no arremesso de peso

Darlan Romani Arremesso de Peso Tóquio Atletismo
Darlan Romani ficou em quarto lugar no Mundial de 2019 (Wagner Carmo/CBAt)

Darlan Romani começou sua trajetória para Tóquio ainda em 2016. Após o quinto lugar na Rio-2016, o brasileiro voltou a competir ainda em agosto, em Paris, e ficou em 10º, com 19,47 m. Depois desta vez, ele só arremessou abaixo de 20 m mais uma vez, em abril de 2017, em Clermont, nos Estados Unidos, com 19,79 m. Foram 14 eventos neste ano e o competidor venceu nove e ficou em segundo uma vez.

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Os destaques de 2017 foram para os ouros no GP Brasil de Atletismo, em São Bernardo, quando alcançou a marca de 21,82 m, e o Campeonato Sul-Americano, disputado em Assunção, no Paraguai, com 21,02 m, ambos em junho. No mês seguinte, Darlan Romani lançou o peso para 21,08 m no evento de Rabat Mohammed VI d’Athletisme, no Marrocos, terminando na sexta colocação.        

Já em 2018, Darlan Romani alcançou a marca de 22,00 m pela primeira vez no ciclo e foi na última competição do ano, no Campeonato Brasileiro disputado em Bragança Paulista, em setembro. Ao todo foram 12 aparições neste ano, com sete títulos.

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As melhores marcas foram alcançadas no torneio de Białystok, na Polônia (21,94 m), quando foi campeão, no Clássico de Eugene Prefontaine, nos Estados Unidos, (21,95 m), terminando em terceiro, no Weltklasse Letzigrund, na Suíça, (21,94 m), acabando em quarto, e na Copa Continental de Ostrava, na República Tcheca (21,89 m), ganhando o título.

Acima dos 22,00 m com frequência

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Darlan Romani fez sua melhor marca em 2019, lançando para 22,61 m (Wagner Carmo/CBAt)

No ano de 2019, o brasileiro disputou 14 eventos e saiu com o ouro em sete deles. Nesta temporada, Darlan Romani passou a arremessar acima dos 22 m com mais freqüência. O atleta do arremesso de peso superou a marca por seis oportunidades. A primeira delas foi em junho, no Prefontaine Classic, nos Estados Unidos, com seu recorde pessoal de 22,61 m. Ele é o atual recordista brasileiro, sul-americano e pan-americano da prova.  

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No mesmo ano, subiu ao topo do pódio em eventos na Polônia, com 22,02 m, nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, com 22,07 m, e nos Jogos Mundiais Militares, com 22,36 m. Darlan Romani também alcançou marcas expressivas em mais duas competições, sendo uma na Bélgica, terminando em segundo lugar, com 22,15 m, e no Mundial de Doha, no Qatar, ficando em quarto, com 22,53 m. Em 2020 só disputou uma competição e fez 21,52 m, em março, em Bragança Paulista.

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