Falta exatamente um ano para Martine Grael e Kahena Kunze entrarem na água em busca do bicampeonato olímpico. No dia 2 de agosto de 2021, as brasileiras possivelmente disputarão a regata da medalha na classe 49er FX feminino da vela. Campeãs olímpicas na Rio-2016, a dupla está entre as favoritas para repetir o feito nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Atualmente, elas ocupam o segundo lugar no ranking mundial e, neste ciclo, ganharam 12 de 20 eventos que disputaram.
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As brasileiras esperam que as ondas e os ventos estejam favoráveis para elas e que consigam boas manobras para alcançarem o topo pela segunda vez seguida em Jogos Olímpicos. Neste momento, Martine e Kahena estão em Portugal na Missão Europa, programa criado pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) para que os atletas brasileiros possam treinar, já que a pandemia do coronavírus é um empecilho para que isso aconteça no Brasil.
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E Portugal traz boas lembranças para as velejadoras. Em 2019, as duas treinaram no mesmo lugar que estão agora. Naquele período, elas estavam em preparação para os Jogos Pan-Americanos Lima-2019 e para o evento-teste dos Jogos de Tóquio. Em ambos os eventos, as brasileiras saíram com a medalha de ouro. Já no Campeonato Mundial de 2017 da classe 49erFX, disputado em Matosinho, ao norte de Cascais, elas ganharam a prata.
Principais concorrentes por medalhas
Martine e Kahena estão se preparando para a segunda Olimpíada delas. Na edição da Rio-2016, a regata da medalha aconteceu com quatro duplas com chance de título. Após ganharem os dois eventos-teste realizados na Baía de Guanabara, em 2014 e 2015, as brasileiras chegaram ao dia decisivo empatadas com os barcos da Dinamarca e Espanha e um ponto à frente das neozelandesas e fizeram valer o fator casa.
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E a vitória da medalha de ouro veio por uma diferença de dois segundos. A prata ficou com a dupla da Nova Zelândia, Alex Maloney e Molly Meech, e o bronze para as dinamarquesas Jena Hansen e Katja Steen Salskov-Iversen. Analisando o cenário atual da vela na classe 49erFx, Martine Grael apontou as principais adversárias na briga por uma medalha em Tóquio.
“Vamos ver se algo vai mudar depois do coronavírus. Acredito que muitas coisas irão mudar. As meninas que estavam bem antes eram as holandesas, espanholas, dinamarquesas e inglesas”, citou Martine em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia.
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Martine e Kahena estão na vice-liderança do ranking. As primeiras são as holandesas Annemiek Bekkering e Annette Duetz, as terceiras são as dinamarquesas Ida Marie Baad Nielsen e Marie Thusgaard Olsen, as quartas são as americanas Stephanie Roble e Margaret Shea e as quintas são as neozelandesas Alexandra Maloney e Molly Meech.
Avaliação do ciclo para Tóquio
Martine também avaliou o desempenho da dupla no ciclo. “Acho que esse ciclo foi um pouco diferente. Em 2017 nós velejamos, mas eu estava focada na Ocean Race. Essa regata foi até 2018 e, sem dúvidas, prejudicou a preparação para Tóquio. Mas, por outro lado, voltamos mais motivadas. Já em 2019 foi um ano bom para a gente”, acrescentou a velejadora, que desconsiderou 2020 devido ao coronavírus.
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Para Kahena, essa será uma chance de mostrar que elas também podem ir bem fora do Brasil. “Será meu segundo Jogos Olímpicos e vamos entrar com tudo e querendo fazer o nosso melhor em outro país. Nós já vivemos momentos maravilhosos em casa e agora queremos ir para Tóquio e mostrar que podemos conseguir lá. Ainda temos bastante para evoluir e sempre tem o que melhorar”, afirmou em live do Instagram do OTD.
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Dando sequência à preparação para Tóquio, as brasileiras já pensam nas próximas competições. “A gente vai competir na Semana de Vela de Kiel, na Alemanha. Depois, talvez aconteça o Europeu, no fim de setembro e no começo de outubro. E é essa a nossa ideia, a gente veio para cá com o intuito de voltar a competir. Ficar tanto tempo sem participar de uma regata para a gente é a pior coisa”, comentou Kahena Kunze.
Trajetória na corrida olímpica
Martine e Kahena iniciaram o ciclo para Tóquio em janeiro de 2017. Ao todo, as brasileiras, até o momento, participaram de 20 competições e foram ao pódio em 14, sendo campeãs em 12 delas. No primeiro ano, as duas foram campeãs da Rodada 1 da Série SWC, em Miami, nos Estados Unidos, da Copa Brasil de Vela, em Porto Alegre, no Brasil, da Rodada 2 da Série SWC, em Hyères Hyeres, na França e da Copa do Mundo de Vela, em Santander, na Espanha.
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No mesmo ano, as brasileiras ainda foram vice-campeãs do Campeonato Mundial da classe 49erFX, em Matosinhos, Portugal. Já em 2018, Martine e Kahena ganharam a medalha de ouro em dois eventos no Japão, ambos disputados em Enoshima: a Copa ASAF – Semana Olímpica JSAF e a 2019 World Cup Series – Round 1. Elas também participaram do Campeonato Mundial de Vela, em Hempel Aarhus, na Dinamarca, e ficaram em quarto lugar.
2019 intenso e 2020 prejudicado
O ano 2019 foi o mais intenso do ciclo, com 10 eventos. Martine e Kahena ficaram em primeiro no 50th Trofeo SAR Princesa Sofia, realizado em Palma de Maiorca, na Espanha, no Hempel World Cup Series – Round 2, em Miami, nos Estados Unidos, na Regata de inverno no Skiff de Miami, em Miami, nos Estados Unidos, na Ready Steady Tokyo de Vela, no Japão, nos Jogos Pan-Americanos Lima, no Peru, e no Campeonato Europeu Volvo 49erFX, na Grã-Bretanha.
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As brasileira ainda foram segundas colocadas no Campeonato do Mundo de 49erFX Feminino, disputado em Auckland, na Nova Zelândia, ficaram em sexto lugar na Copa do Mundo de Hempel – Rodada 1, em Enoshima, no Japão, e na Copa do Mundo de Hempel – Rodada 3, em Gênova, na Itália. Para encerrar os resultados de 2019, Martine e Kahena terminaram na nona colocação na Oceania Champions Royal Akarana Yacht Club, na Nova Zelândia.
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Antes da paralisação das competições por causa da pandemia de coronavírus, Martine e Kahena entraram na água duas vezes em 2020. Em janeiro, as brasileiras disputaram a Oceania Championships de 49erFX, em Geelong, na Austrália, onde ficaram em 34º lugar. Já em fevereiro, elas participaram do Campeonato Mundial Royal Geelong Yacht Club de 49erFX, na Austrália, e conquistaram a vaga olímpica com a 12ª posição.