Apenas 13 atletas brasileiros tem a honra de dizer que conquistaram em suas carreiras três medalhas olímpicas em ao menos três edições de diferentes Jogos Olímpicos. Daqui exatamente um ano esse seleto clube poderá ganhar mais um integrante: Arthur Zanetti, campeão olímpico em 2012 e vice em 2016, tem tudo para estar novamente na final individual das argolas em Tóquio, aparelho que domina no Brasil há tempos.
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Para saber como foi o ciclo olímpico de Arthur Zanetti e como ela chegará no Japão, quais são as suas principais chances e quem são seus rivais, o Olimpíada Todo Dia preparou um mini guia sobre as argolas em Tóquio-2020
Regularidade no ciclo
Após conquistar a medalha de prata na Rio-2016, Zanetti manteve sua regularidade nas argolas. Nos três campeonatos mundiais que disputou, por exemplo, chegou a final em todos e teve notas bem parecidas. Em 2017, Arthur ficou em sétimo lugar.
No Mundial de Doha-2018, no Qatar, Zanetti fez sua melhor apresentação durante o ciclo e ficou com a prata, perdendo apenas para o grego Eleftherior Petrounias, atual campeão olímpico. Essa foi quarta medalha conquistada pelo brasileiro em Campeonatos Mundiais de ginástica.
Um ano depois, no Mundial de Stuttgart, na Alemanha, Zanetti fez outra bela apresentação nas argolas. Por um detalhe na saída, acabou fora do pódio, na quinta colocação. Apenas 0,075 pontos o separaram da medalha de bronze.
Disputa acirrada
De todos os aparelhos da ginástica masculina, as argolas são um dos que mais países diferentes conseguem disputar medalhas. No Mundial de 2019, por exemplo, todos os oito finalistas no aparelho eram de países distintos. Nesse ciclo, já passaram pelo pódio Brasil, Grécia, França, Itália, Turquia, China e Rússia.
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Para completar, Armênia, Ucrânia, Grã-Bretanha, Azerbaijão e Alemanha apareceram em finais nas últimos três campeonatos mais importantes do mundo além da Olimpíada.
Lesões significativas
A provável ausência do atual campeão olímpico e duas vezes mundial no ciclo embola ainda mais a já disputada competição nas argolas. O grego Eleftherios Petrounias passou por uma delicada cirurgia em 2019 e não conseguiu sua classificação no aparelho. Dificilmente Petrounias estará recuperado a tempo para conseguir defender sua medalha olímpica.
Outro que também teve que passar recentemente por uma delicada cirurgia foi o turco Ibrahim Çolak, atual campeão mundial na prova. O ginasta teve que operar o ombro após romper um tendão e deve ter dificuldades de chegar ao Japão com condições de brigar por medalhas.
Ambos lutam entre si por uma vaga olímpica via Copa do Mundo de aparelhos da ginástica masculina. Somente um deles conseguirá ir aos Jogos de Tóquio. Se estiverem saudáveis, ambos possuirão reais condições de conquistar uma medalha.
Pódio aberto
Atualmente, o maior favorito a conquistar uma medalha em Tóquio é o chinês Liu Yang. Apesar de ter ficado de fora dos dois últimos mundiais, Yang lidera as disputas na Copa do Mundo com as notas mais altas do ciclo.
Sendo assim, o pódio das argolas em 2021 segue totalmente aberto, algo bom para Arthur Zanetti. O italiano Marco Lodadio, duas vezes medalhista no ciclo, e o francês Samir Ait Said, bronze no último mundial, devem brigar décimo a décimo por uma sonhada medalha olímpica.
Seleto grupo
Se por ventura conquistar sua terceira medalha olímpica em Tóquio, Arthur Zanetti se juntará a outras 13 lendas do esporte olímpico brasileiro. Apenas Robert Scheidt, Torben Grael, Sérgio Escadinha, Gustavo Borges, Marcelo Ferreira, Bruninho, Rodrigão, Giba, Dante, Emanuel, Ricardo e Fofão conquistaram ao menos três medalhas olímpicas em três diferentes edições de Olimpíada.
Cesar Cielo e Isaquias Queiroz também possuem ao menos três medalhas, porém mais de uma foi conquistada na mesma edição dos Jogos Olímpicos.