Apesar de todos os problemas enfrentados nos últimos meses, em função da pandemia da Covid-19, Thiago do Rosário André mantém seus objetivos para a temporada. O principal deles é fazer o índice da qualificação para a Olimpíada de Tóquio, em 2021.
“Estou me preparando para os 800 m e 1.500 m. Na prova em que me sair melhor, irei colocar todo o meu foco para Tóquio”, disse o corredor nascido no dia 4 de agosto de 1995, em Belford Roxo (RJ).
Ele que já disputou os 1.500 m na Olimpíada da Rio-2016 e foi finalista dos 800 m no Mundial de Londres-2017. Mas ainda precisa do índice para 2021.
Desde o final do ano passado, ele treina com o ex-atleta polonês Tomasz Lewandowski. Os treinamentos presenciais ocorrem em Nijmegen, na Holanda. Agora, Thiago recebe as instruções pela internet.
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“Tenho uma reunião semanal com todo o grupo de atletas do Tomasz e eu falo com ele quase que diariamente sobre minhas atividades pelas plataformas de vídeo”, revelou o meio-fundista, quarto colocado nos 800 m e nos 1.500 m no Campeonato Mundial Sub-20 de Eugene, nos Estados Unidos, em 2014.
Estava embalado
A temporada 2020 começou muito bem para Thiago André na disputa de competições em pista coberta na Europa. Ele estreou no dia 1º de fevereiro, ficando em segundo lugar nos 1.500 m do Meeting Indoor de Luxemburgo, com 3min43s02.
Três dias depois, bateu o recorde brasileiro da distância no Meeting de Dusseldorf, na Alemanha, com 3min40s59 (o recorde anterior era há 30 anos do finalista olímpico Agberto Guimarães, com 3min42s70). E, no dia 8 de fevereiro, quebrou o recorde sul-americano da prova, com 3min39s13, marca obtida no Meeting Copernicus Cup, em Torun, na Polônia.
O recorde anterior era do falecido peruano David Torrance, com 3min39s79, desde 2017.
Eleito o melhor atleta na categoria masculina do Troféu Brasil de Atletismo de 2017, Thiago André lidera o ranking brasileiro dos 800 m e dos 1.500 m há três anos. Os recordes pessoais foram alcançados em 2017, com 1min44s81 nos 800 m e com 3min35s28 nos 1.500 m.
O corredor fluminense é recordista brasileiro sub-20 dos 1.500 m, com 3min40s59, e dos 3.000 m, com 7min59s02, ambos alcançados em 2014. Thiago começou a se interessar por corridas de rua aos 14 anos ao participar das Olimpíadas da Baixada Fluminense.
Retomando
O corredor da equipe de Balneário Camboriú (SC), de 24 anos, está morando e treinando na cidade histórica de Mariana (MG).
Depois de várias restrições no início da pandemia, Thiago retomou os treinos nas ruas para obter o índice de Tóquio-2020. Nesta semana, por exemplo, fez 10 km na estrada que vai para Ribeirão do Carmo, cidade vizinha de Mariana. Tem pedalado também.
A decisão de mudar-se para Mariana foi tomada justamente por causa de suas constantes viagens ao exterior. “Em novembro, quando estava treinando em altitude em Paipa, na Colômbia, a minha mulher organizou a mudança e saiu de Campinas com o nosso filho”, disse referindo-se a ex-atleta Jéssica Gonzaga dos Santos.
“Muitos familiares dela moram em Mariana e, como eu estava viajando muito e ela estava encerrando a carreira, tomamos a decisão. Assim, ela pode contar com a ajuda da família, quando eu estiver fora.”