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Tóquio 2020

Não dá para duvidar de Rafaela Silva, mas ela estará em Tóquio?

Campeã de quase tudo, Rafaela Silva recorreu de suspensão por doping e aguarda definição se lutará daqui a exato um ano

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Rafaela Silva foi bronze no Mundial de Tóquio em 2019 (Roberto Castro/rededoesporte.gov.br)

Uma das grandes chances de medalha em Tóquio 2020 para o Brasil no tradicional judô é Rafaela Silva. Isso se puder competir. Após ter revelado caso de doping, ela foi suspensa por 2 anos, está recorrendo e aumentou a chance com o adiamento. Certamente não dá para cravar que ela vai estar nos sagrados tatames da Budokan, mas se estiver, vai ser pra levar.

Um pouco antes de ser pega no doping, Rafaela Silva estava completando o sonho de ser campeã dos Jogos Pan-Americanos Lima-2019. Era o título que faltava, e que depois foi retirado.

Caso consiga a pena média ou a pena mínima, Rafaela estará em Tóquio-2020. E como estará? Também não há dúvidas que com sangue nos olhos e determinada a provar seu valor. Mais uma vez. Basta ler o que ela escreveu há alguns dias.

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Mas, e pode?

Pode. Rafaela Silva foi suspensa por dois anos pelo doping da substância fenoterol, que tem efeito broncodilatador. Recorreu ao CAS (Corte Arbitral do Esporte) de sentença de dois anos e aguarda julgamento.

Caso a pena de dois anos (culpada) seja mantida, Rafaela está fora de Tóquio-2020. Caso seja reduzida para 16 meses (culpa moderada), está dentro, já que parou de competir em 26 de outubro de 2019. Ainda há chance da pena cair para 8 meses, caso seja inocentada e cumpra pena por negligência.

Tão deixando a gente sonhar!

Só que a decisão final sobre o caso de doping não depende do que Rafaela já conquistou no judô, não depende de torcida e muito menos dela ficar de fora de Tóquio-2020. Depende da defesa que o competente advogado Marcelo Franklin apresentou e como será conduzido o julgamento.

Uma vez liberada, o impacto de Rafela Silva seria gigante. Ela não só é umas das melhores judocas da categoria até 57 kg, como também contribuiria demais na equipe mista do Brasil.

Rafaela é a atual campeã olímpica e sexta do mundo. Foi campeã mundial no Rio, em 2013, e tem ainda outras três pratas e dois bronzes em mundiais. Fora o ouro em 2008 no Mundial Júnior.

Ano maluco

O ano de referência para todo o esporte olímpico é 2019. Em 2020 poucas competições serão realizadas, se forem. E 2021, ano olímpico, vai ser de ajustes, um misto entre buscar garantir a vaga e se prevenir.

E 2019 foi doido para Rafaela. Ela começou só batendo na trave. Perdeu o bronze no Grand Slam de Paris, foi vice no Aberto Europeu da Áustria, vice no Grand Slam de Dusseldorf, caiu na segunda rodada do Grand Slam de Ecaterimburgo, foi vice no Grand Slam de Tbilisi, caiu na terceira rodada do Grand Prix de Antalya e foi vice no Pan-Americano de judô. Uau, sete competições em sequência sem um ouro.

Somente em maio de 2019, Rafaela pegou seu primeiro ouro na temporada. A conquista saiu no Grand Slam de Baku. Daí, no embalo ela venceu o Grand Prix de Budapeste.

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Rafaela Silva, do judô feminino, no Grand Slam de Brasília (IJF/Gabriela Sabau)

Em alta, foi aos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, no Peru, e carregou a bandeira no encerramento. O ouro veio, assim como o doping positivo. Mas como a suspensão não era provisória e estava em alta, Rafaela foi ao Mundial de Tóquio e ficou com os bronzes no individual e por equipes.

Neste mesmo mundial, o doping deu negativo para a mesma substância encontrada 20 dias antes em Lima-2019.

Antes de entrar em suspensão voluntária, a judoca ainda competiu no Grand Slam de Brasília e terminou com o bronze. Em resumo, Rafa é uma constante nos pódios. Se, claro, receber chancela para competir.

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