Nem deu 24 horas da declaração do chefe do Comitê Organizador de Tóquio-2020, Yoshiro Mori, dizendo que o cenário atual da pandemia não permitiria a realização dos Jogos, e o diretor da entidade, Toshiro Muto, baixou o tom, dizendo que não é bem assim.
Em entrevista à “Reuters”, Muto disse que espera realizar os Jogos de Tóquio mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus.
“É muito difícil para nós esperar que a pandemia de coronavírus esteja contida, mas se pudermos entregar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio com o coronavírus, acho que os Jogos de Tóquio se tornarão um modelo para os próximos Jogos Olímpicos e outros eventos internacionais”, declarou o dirigente.
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Ideias opostas de pessoas que deveriam alinhar os discursos, afinal trabalham no mesmo Comitê Organizador. “Se a situação atual continuar, não poderíamos realizar”, é bem diferente de “entregar os Jogos com o coronavírus.”
Por outro lado, a discrepância entre os dirigentes Muto e Mori revela que tudo ainda está muito aberto faltando um ano para Tóquio-2020. Não dá para duvidar que o Comitê Organizador não esteja trabalhando para fazer acontecer. Mas as incongruências entre as falas mostram que estão mais longe de um consenso.
É um trabalho de quase uma década que teve que ser brutalmente modificado e refeito para ser realizado em um ano. Há muitas incertezas. O próprio projeto do COI (Comitê Olímpico Internacional) trabalha com um projeto provisório até setembro.
Esperança
Como todo o cronograma de Tóquio-2020 depende da situação da pandemia no mundo, Comitê Organizador e COI torcem para que os Jogos tragam esse mesmo sentimento de esperança.
O presidente do COI, Thomas Bach, afirmou nesta quarta (22), em entrevista à “Reuters”, que a próxima edição dos Jogos Olímpicos, prevista para 2021 no Japão, será “um verdadeiro festival de esperança, resiliência e solidariedade”.
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Um ano para a Cerimônia de Abertura e Tóquio-2020 ainda balança sobre dúvidas. Pelo planejamento do COI, em dezembro já será possível avaliar a viabilidade da realização ou não de Tóquio-2020.
““Este marco de um ano para o início é muito significativo para o esporte, mas também para a sociedade mundial. Pode, e será, o grande festival de retorno do esporte para o cenário internacional e estamos nos preparando para isso”, declarou Bach.
Dinheiro
O COI já tem estimado que o adiamento da Olimpíada custará por volta de 4 bilhões de reais. Porém, o lado japonês tem sido menos acessível em fornecer números exatos. Os gastos deverão ser pelo menos o triplo do que o COI vai colocar, essa é a perspectiva.
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O chefe do Comitê Organizador, Yoshiro Mori, declarou que o número final não será conhecido até dezembro, mas espera que novos patrocinadores entrem, mesmo em um cenário de dúvidas durante a pandemia.
“Eu sei que as empresas estão em péssimas condições por causa do coronavírus, mas ainda existem empresas que estão se apresentando para dizer que querem patrocinar os Jogos, o que agradecemos muito”, declarou Muto.