Os últimos dias foram positivos para o esporte olímpico brasileiro com a reabertura do CT Time Brasil e o começo do programa Missão Europa. Alguns atletas já garantidos e outros que buscam vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio retomaram seus treinos específicos. A volta acontece na semana que será celebrada uma marca especial, já que dia 23 julho faltará um ano para a Olimpíada, que foi adiada para 2021 devido ao coronavírus.
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“Desde que o COI anunciou o adiamento, o COB trabalha por alternativas que permitam que o Movimento Olímpico Brasileiro supere o cenário trazido pela pandemia. Estamos dando passos seguros para proporcionar uma preparação adequada aos atletas. É possível ver em cada atleta a chama olímpica acesa. Daqui a um ano nos apresentaremos em grande forma”, disse Paulo Wanderley, presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil).
“É um momento bom para retornar a treinar e a cabeça continua com o mesmo objetivo. A sensação é de começar tudo de novo em busca de um sonho. Espero que agora a gente possa voltar com tudo todos os dias treinando. Daqui a algumas semanas, vamos para a Missão Europa e lá a gente conseguirá correr um pouco mais atrás”, comentou Ana Marcela Cunha, campeã mundial de maratonas aquáticas.
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“Talvez já tenha duas competições. Por estarmos na Europa por mais de três semanas, ficaremos autorizadas de poder competir. Se elas realmente acontecerem, já começamos a voltar ao ritmo. Então, agora é fazer o que a gente sempre fez, treinar bastante, que vai dar tudo certo”, completou a nadadora, que voltou ao CT Time Brasil, no Parque Aquático Maria Lenk, na segunda-feira (20).
Missão Europa e a primeira delegação
Além da volta aos treinos no CT Time Brasil, no Rio de Janeiro, a primeira delegação da Missão Europa, programa do COB, já está em ação em Portugal. O grupo que inaugurou o projeto viajou na sexta-feira (17) e, para entrar no avião, teve que testar negativo para coronavírus. Assim que chegou ao país, precisou ser submetido a mais exames. Atletas de judô, boxe, nado artístico, ginástica e natação foram os primeiros contemplados.
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“Estamos felizes por termos retornado aos treinos após tanto tempo paradas e já com um objetivo, que é o pré-olímpico, para conseguimos a vaga em Tóquio. Este ano já estávamos tensas, sentindo a emoção dos Jogos se aproximando. Mas, quando a contagem regressiva recomeçou, surgiu uma nova chance de estarmos melhor preparadas. É muito bom sentir essa vibração novamente”, celebrou Luisa Borges, do nado artístico.
Logística olímpica
Marco La Porta, vice-presidente do COB, é o chefe da Missão Tóquio 2020 e está com os atletas na Missão Europa. O dirigente comentou sobre a logística para os Jogos de Tóquio. “Temos a certeza de que esses 365 dias passarão muito rápido. E, por isso, estamos trabalhando intensamente. É uma logística que vem sendo preparada com muita antecedência, desde antes do Rio 2016, e que foi mantida para o ano que vem”, disse.
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“Sabemos que os desafios serão muitos: a cultura, o fuso horário, a gastronomia, a distância. Mas tudo já foi testado, e novas experiências serão vividas antes dos Jogos, que possamos oferecer as melhores condições para que nossos atletas se preocupem apenas com o desempenho esportivo”, completou Marco La Porta. Em 2021, os atletas terão bases em Chiba, Enoshima, Hamamatsu, Sagamihara, Miyagase, Saitama, Ota, Koto e Chuo.
Brasileiros nos exterior e verba ao esporte
Os atletas brasileiros que moram no exterior também receberam a atenção. De acordo com o COB, Thiago Braz, do salto com vara, na Itália; Nubia Soares, do salto triplo, na Espanha; Nathalie Moellhausen, da esgrima, na França; Tati Weston Webb, do surfe, no Havaí, entre outros, receberam apoio e voltaram às suas atividades em lugares que a doença está sob controle. Eles estão sendo acompanhados por dirigentes da entidade.
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“Estamos acompanhando todas as ações e as monitorando para identificar qualquer necessidade específica. Para o COB, nada é mais importante que o atleta, por isso todas as nossas atenções são voltadas para que consigamos retomar nossas atividades com segurança, dosando a carga de treinos e evitando riscos de lesões”, declarou Jorge Bichara, diretor de esportes do COB.
“É importante entender que todas essas ações são complementares e serão ampliadas aos poucos e dentro do possível, ainda em ambiente de pandemia”, acrescentou o dirigente. Para 2020, o COB garantiu R$ 120 milhões do orçamento, sem cortes e R$ 10 milhões para projetos de desenvolvimento esportivo junto às Confederações.
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Além disso, a entidade destinou R$ 7 milhões para ser utilizado em ações de combate à pandemia (aquisição de testes e equipamentos de EPI, por exemplo); para projetos esportivos e administrativos (como pagamento de fornecedores, tributos, aluguéis, etc), em virtude do impacto financeiro na receita das entidades no momento.