O jogadora Ana Patrícia forma dupla com Rebecca e estão classificadas no vôlei de praia para os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021. Descontraída, a atleta participou da live no Instagram do Olimpíada Todo Dia nesta quinta-feira (16) e apresentou algumas de suas características, avaliou o cenário na modalidade pensando em medalha olímpica e revelou ser competitiva e sonhadora. Disse ainda que um desses desejos é uma Olimpíada com final brasileira.
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“Todos os adversários são difíceis. O vôlei de praia está muito nivelado. Se você observar os pódios do ano passado vai perceber que mudou bastante. Em determinada etapa, uma equipe ficava em nono e na outra ganhava. Está todo mundo no mesmo nível. Mas posso destacar os times dos Estados Unidos, Suíça, Holanda e Alemanha. E tem também Ágatha e Duda, que fizeram uma temporada excelente”, afirmou Ana Patrícia.
“As pessoas podem esperar comprometimento, vontade e sonho. Gosto de colocar os sonhos acima de muitas coisas e, se já sonhei com tanta coisa, porque não sonhar com uma medalha olímpica? O ideal seria que fosse uma final brasileira, mas sabemos que todo mundo trabalha e quer estar lá. As recompensas virão com trabalho e merecimento. Qualquer medalha que vier será ótimo, mas a que eu gostaria é a dourada”, completou a atleta.
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Ana Patrícia e Rebecca começaram a trabalhar juntas no final de 2017. Atualmente, elas estão na quarta posição no ranking mundial da FIVB (Federação Internacional de Vôlei). Ágatha e Duda estão em terceiro, com as americanas Alix e April na vice-liderança e as canadenses Pavan e Melissa no topo. “Só de termos nos classificados já é uma grande vitória. O Brasil tem ótimos times e qualquer um que entrasse brigaria com chances de medalha”, disse Ana Patrícia.
‘Casamento’ com Rebecca
Ana Patrícia, de 23 anos, foi eleita melhor ataque e bloqueio e a atleta que mais evoluiu do Circuito Brasileiro na temporada 2017/18. Na temporada de 2018, ao lado de Rebecca, a mineira da cidade Espinosa passou a frequentar os pódios das etapas do Circuito Mundial com mais regularidade. Já em 2019, Ana Patrícia e Rebecca ganharam a medalha de ouro nos Jogos Sul-Americanos de praia, disputados na cidade de Rosário (ARG), no ano passado.
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“Eu e a Rebecca já nos dávamos bem antes de jogarmos juntas. Nós até falávamos disso algumas vezes, mas, para mim, era algo distante porque ela já era uma jogadora com afirmação e bons resultados. Ela voltou da gravidez e ficou jogando com parceiras diferentes e eu estava em um time, mas queria outra coisa. Aí ela ficou sem parceira e a nossa comissão técnica meio que implorou para ela jogar comigo”, contou.
“Ela estava relutante, mas acabou aceitando. Nós tivemos um início nada fácil, pelo contrário, foi bem duro. Só ficávamos em 9º nos Brasileiros, mas não desistimos e sabíamos que era questão de tempo e trabalho. Tem dado muito certo até hoje e espero que dê na Olimpíada também”, acrescentou Ana Patrícia, que foi campeã dos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanjing-2014, ao lado de Duda.
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No vôlei de praia, a rotina de viagens é intensa e as parceiras passam muito tempo juntas. Ana Patrícia destacou a boa convivência com sua parceira. “É um casamento, já que você passa a dividir toda sua vida com a pessoa, especialmente porque viajamos e compartilhamos intimidade. É complicado, mas posso dizer que nos damos bem. Temos as nossas diferenças, mas isso não é motivo de conflito”, relatou a atleta.
Competitiva e ansiosa
Ana Patrícia garantiu vaga em Tóquio em 2019, mas sua ficha só caiu quando chegou 2020. Ela e Rebecca vivenciaram experiências novas e em pouco tempo conquistaram resultados expressivos. Na virada de ano, ela passou a pensar o que poderia fazer para melhorar e complementar seu jogo. Além disso, conversou com pessoas com experiência olímpica e, uma delas, a jogadora Larissa França, medalha de bronze em Londres-2012.
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“Eu sou altamente competitiva e ansiosa. Porém, a minha ansiedade é para o bem, já que me deixa mais concentrada e focada. Quando o ano virou faltavam sete meses para Tóquio e comecei a pensar no que poderia fazer e em minhas fraquezas para me fortalecer de alguma forma. Tive a felicidade de conviver muito com a Larissa e ela me passou que Olimpíada é um torneio extremamente emocional”, comentou.
“Aí passei a focar muito nessa questão emocional. Fiquei focada em me desenvolver nesses outros aspectos. Você passa a fazer as coisas pensando na Olimpíada o todo o tempo, por exemplo, ao pegar a chave do carro fiquei me imaginando entrando na arena com aquela ansiedade gostosa. Ganhamos mais um ano para nos prepararmos mais e testarmos coisas que não pudemos fazer antes”, completou Ana Patrícia.
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Ana Patrícia está satisfeita com sua trajetória até chega na conquista da vaga em Tóquio. “O sentimento é de muito orgulho. Tínhamos uma missão difícil para entrar no ranking e conseguimos a classificação olímpica. Podemos olhar para trás e ficarmos felizes e orgulhosas da nossa história e da estrada que percorremos. Foram momentos difíceis, mas nada foi maior do que o sonho da nossa equipe inteira”, concluiu a atleta.