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Tóquio 2020

Realização dos Jogos tem planejamento incerto e provisório

Muitas são as dúvidas em meio à pandemia, mas COI e Comitê Organizador de Tóquio-2020 divulgam cronograma para a realização da Olimpíada no Japão

Tóquio 2020
COI Tóquio-2020 (Facebook/Olympics)

O COI (Comitê Olímpico Internacional) e o Comitê Organizador de Tóquio-2020 se reuniram para definir o caminho até a realização dos Jogos em 2021. Um cronograma foi revelado na última quarta-feira (10), com grande parte de seu conteúdo apresentado de forma precária e totalmente dependente dos desdobramentos da pandemia. O roteiro está pronto, mas cheio de incertezas.

Tudo que está sendo planejado até a cerimônia de abertura de Tóquio-2020 está provisoriamente agendado a partir de setembro. E todo o cronograma depende das consequências da pandemia. Mas está claro que março de 2021 é a data limite para bater o martelo sobre a realização ou não da Olimpíada.

Ou seja, até setembro, COI e Comitê Organizador estarão avaliando a viabilidade estrutural dos Jogos, revisando e revendo as antigas e as novas projeções. Cortando coisas supérfluas, diminuindo gastos e simplificando tudo que puder.

Depois de setembro, tudo fica no escuro. É como se as entidades estivessem planejando ações mas sem saberem ao certo como agir. Tudo depende de como a pandemia estará, e ninguém sabe ao certo. Uma medida pode ser adotada num determinado momento e descartada posteriormente.

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Serão quatro meses, de setembro a dezembro, tentando imaginar soluções sendo que os problemas não são claros e palpáveis. Muito mais do que boas medidas e soluções, COI e Comitê Organizador tentarão ao máximo se precaverem e não criarem mais problemas.

Tóquio-2020 revela cronograma incerto e precário em meio à pandemia
Cronograma de Tóquio-2020 é divulgado em meio à pandemia (IOC/Greg Martin)

Plano

Segundo o roteiro, de setembro a dezembro deste ano, todas as medidas possíveis e imagináveis contra o coronavírus devem ser apresentadas. Será um período crucial para se avaliar a viabilidade da realização ou não de Tóquio-2020.

Isso fica bem claro porque, de acordo com o roteiro, em janeiro de 2021 já entra a fase final de preparação para a implementação dessas medidas anteriormente planejadas. Ou seja, COI e Comitê Organizador irão entrar em 2021 sabendo das reais possibilidades de Tóquio-2020. Mas a resposta pode só sair em março, como está planejado.

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Em março também está programado para começar um “período de testes”. Simplesmente não fica claro o que será testado. Atletas para Covid-19? Eventos-teste? Uma provável vacina será testada? Só o tempo dirá.

E de abril a junho de 2021, o cronograma prevê o refinamento e o ajuste dos detalhes. Resta saber se o roteiro sobreviverá até lá.

Demais assuntos

Perto do planejamento para Tóquio-2020 e todo o desgaste com a pandemia, dois outros assuntos tratados pelo COI ficaram em segundo plano. Contudo, eles são de extrema importância.

Próxima edição

O Comitê Executivo da entidade confirmou o cronograma para os eventos de Paris-2024. Sendo assim, breakdance, skate, escalada e surf, quatro esportes adicionais propostos pelo Comitê Organizador de Paris 2024, terão sua inclusão confirmada somente em dezembro.

Foi sinalizada pelo Comitê Organizador de Paris-2024 uma proposta para que o número de atletas seja de 10.500 (em Tóquio serão 11.091). Tudo para diminuir os custo de realização dos Jogos. Há também a intenção de igualdade de vagas para homens e mulheres.

Um peso incômodo

O Comitê Executivo do COI também recebeu um relatório alarmante sobre a IWF (Federação Internacional de Levantamento de Peso). Richard McLaren, professor canadense de Direito, apresentou o relatório de uma investigação sobre práticas criminosas na IWF por parte do ex-presidente Tamás Aján.

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Dentre as principais revelações estão a compra massiva de votos nas duas últimas eleições da federação, acobertamento de casos positivos de doping e desvio de cerca de US$ 10 milhões, algo em torno de R$ 50 milhões.

O húngaro Tamás Aján, ex-presidente da IWF, entidade em que foi secretário-geral e presidente por 44 anos, nega todas as acusações.

As investigações seguem e podem levar a retirada do levantamento de peso do programa olímpico futuramente.

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