O adiamento de Tóquio 2020 ganhou mais um capítulo, mantendo o suspense e o drama acerca de sua realização. Em entrevista à BBC, Thomas Bach, presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), deixou no ar que 2021 é a data limite para a realização dos Jogos.
“É a última opção”, assim teria dito o Primeiro Ministro japonês, Shinzo Abe, para Thomas Bach. “Particularmente, eu entendo essa visão, mesmo porque você não pode manter para sempre uma equipe de trabalho com três a cinco mil pessoas em um comitê organizador”, disse o presidente do COI.
A fala de Bach é muito parecida com a do Presidente do Comitê Organizador, Yoshiro Mori, que no fim de abril, disse que não haveria outro adiamento caso a Olimpíada de Tóquio não pudesse ser realizada em 2021.
Ainda segundo Thomas Bach, “você também não pode mudar todo ano o calendário esportivo das principais federações internacionais. Também não pode deixar os atletas sem um rumo”.
Finalizando a participação na entrevista à BBC, o presidente suavizou um pouco a fala. “Estamos nos preparando para diferentes cenários e todos eles estão sendo considerados. Quando tivermos clareza como mundo estará em 23 de julho de 2021, nós tomaremos as devidas providências.”
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Desconversando
A mídia japonesa repercutiu a fala do mandatário do COI. A NHK questionou Toshiro Muto, Secretário Geral do Comitê Organizador de Tóquio 2020, sobre “a última opção”.
Muto disse que não iria comentar, pois não sabia o real conteúdo sobre os Jogos. Mas que não se lembrava da fala específica de Abe na última reunião por teleconferência com Thomas Bach.
Ele também foi perguntado se há um consenso entre o COI e o Comitê Organizador sobre um eventual cancelamento. Muto disse não ter conhecimento sobre o assunto.
O secretário foi questionado, ainda, sobre Tóquio 2020 ser realizada sem público. Novamente desconversou e disse que está muito cedo para avaliar este cenário.
Pandemia no Japão
Segundo os critérios estabelecidos pelo governo japonês, três novas prefeituras terão o estado de emergência suspensos. Osaka, Hyogo e Kyoto tiveram na última semana taxa de novos casos inferior a 0,5 por 100 mil pessoas.
A medida, segundo o jornal japonês Asahi, foi autorizada após um painel de especialistas em doenças infecciosas aprovarem a suspensão nesta quinta-feira (21). Contudo, as prefeituras de Tóquio, Kanagawa, Saitama, Chiba e Hokkaid permanecem sobre o estado de emergência até que cumprirem os critérios estabelecidos.
Nas últimas 24 horas, segundo o site Worldometer, o Japão não registrou nenhum novo caso confirmado e nenhuma morte por coronavírus.