“Fazer história”. É com essa frase que Edival Pontes, o Netinho, esbanjou confiança e projetou a participação do taekwondo brasileiro nos Jogos Olímpicos de Tóquio durante uma live do Time Brasil nas redes sociais. Além do paraibano, o país vai para o evento japonês em busca de medalhas com mais dois atletas da modalidade: Ícaro Miguel e Milena Titoneli.
Atualmente, Netinho é o sexto colocado do ranking olímpico da categoria até 68kg. Ícaro Miguel, por sua vez, é o quarto da lista até 80kg, enquanto Milena Titoneli é a 11ª até os 67kg. Para Netinho, o Brasil vai em busca de medalhas com os três atletas.
“A gente vai tentar várias (medalhas). Estamos indo nós três, eu, Ícaro e a Milena. Estamos indo mesmo para conseguir três medalhas, tentar o ouro e fazer história, que nem o taekwondo brasileiro vem fazendo. Esse peso maior das Olimpíadas veio para a gente. Vamos ter que fazer bonito”, disse.
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Netinho ainda revelou conversas com Ícaro Miguel, que é líder do ranking mundial da categoria até 87kg, mas vai disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio entre os atletas até 80kg. Vale ressaltar que a World Taekwondo divide a modalidade em oito categorias, enquanto o programa olímpico prevê apenas quatro.
“Fico às vezes falando no quarto com o Ícaro que a nossa inspiração é dar trabalho para a próxima geração. A gente fala: ‘Vamos ganhar as coisas para a próxima geração que vier ter que ralar’”, afirmou Netinho em tom de brincadeira.
Surpresa e resultados no Pan de Lima
O taekwondo brasileiro vive o melhor momento de sua história. E a prova disso foi os Jogos Pan-Americanos do último ano. Depois de subir no pódio do Mundial cinco vezes, o Brasil foi ao Peru com oito atletas e voltou com sete medalhas.
“Sem palavras para o Pan-Americano que o Brasil fez. Foi uma edição histórica e fazer parte disso no meus primeiros Jogos Pan-Americanos foi… ainda mais com a experiência que eu tive lá, ver o resultado que a gente trouxe para o Brasil, pelo meu resultado… foi sem palavras”, disse Netinho.
O paraibano, inclusive, se surpreendeu com atmosfera vivida após conquistar a medalha de ouro em Lima. Até então, ele tinha o título no Mundial Juvenil de 2014 como competição mais especial.
“O Mundial Juvenil foi muito emocionante, foi um dos primeiros eventos que participei. Depois da minha final fiquei sem reação, não sabia o que estava acontecendo. Gosto muito do Mundial Juvenil, mas os Jogos Pan-Americanos também marcaram a minha vida. Não tinha noção da competição. Tinha visto o Diogo Silva ser campeão em 2007 e o pessoal falava bastante, mas eu não tinha noção da grandeza do evento. Só soube quando estava lá dentro e foi muito emocionante”, afirmou.
Talisca Reis fora de Tóquio
Netinho viveu um misto de sentimentos no Pré-Olímpico Pan-Americano realizado em Heredia, na Costa Rica, no começo de março. Um dia depois de conquistar sua vaga para os Jogos de Tóquio, o paraibano precisou lidar com a decepção de Talisca Reis, sua namorada, que ficou sem a classificação.
“Eu lutei um dia antes, foi bem legal, mas depois ficou uma coisa chata. É triste quando a gente está do lado da pessoa, vê o quanto ela luta para isso e não conseguir é meio triste. A gente comemorou minha classificação mais depois só”, disse.
Mesmo a favor, Netinho ficou um decepcionado com o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio. “Eu fiquei um pouco triste quando tive a notícia. Depois de se classificar eu estava muito contente. Queria porque queria ir antes para as Olimpíadas. O quanto antes possível. Faltavam cinco meses só. Mas quando saí da Costa Rica, o coronavírus já estava muito forte. Eu já pensava que seria adiado mesmo. Fiquei com medo até de ser cancelado, mas houve só adiamento”.