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Tóquio 2020

João de Lucca avisa sobre revezamentos: ‘quero os dois’

Integrante da equipe brasileira dos 4×100 e 4×200 metros livres, o nadador quer participar das duas provas nos Jogos Olímpicos de Tóquio

João de Lucca Natação Nadador Tóquio
João de Lucca quer participar dos revezamentos 4x100 e 4x200 metros livres em Tóquio (Sátiro Sodré/SSPress)

Especialista nas provas dos 100 e 200 metros livres, o atleta João de Lucca quer fazer parte da equipe brasileira de natação nas provas de revezamento das duas especialidades nos Jogos Olímpicos de Tóquio. O nadador, que esteve em Londres-2012 e Rio-2016, foi medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015 em ambas as disputas.

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Em live realizada no instagram da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), o nadador foi assertivo sobre os revezamentos. “Quero os dois. O 4x100m está brigando há muito tempo e já participo desde 2011. É uma prova que todo mundo quer participar. É uma das mais divertidas. Nos 100 livres não pode ter erro e é muito importante o entrosamento. A nossa equipe tem uma sinergia bem legal”, afirmou.

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“O 4x200m também é bem unido. Comecei a nadar essa prova em 2007, época que a galera ganhava com marcas altas. De 2016 para cá surgiram atletas novos que mudaram o patamar da prova. Eles perceberam que era uma prova em aberto, entraram nela e estudaram para representarem bem o Brasil igual o 4x100m. Hoje o 4x200m é o campeão e recordista mundial em piscina curta. Isso me incentivou e quero me agarrar a esses garotos que são o futuro na natação brasileira”, completou o nadador de 30 anos.

No Campeonato Mundial em Piscina Curta, em 2018, o Brasil ganhou a medalha de ouro no revezamento 4×200 metros livres com a equipe formada por Luiz Altamir, Fernando Scheffer, Leonardo Santos e Breno Correia. Além do título, os brasileiros registraram em Hangzhou, na China, a marca de 6min46s81, novo recorde mundial da competição.

Adiamento de Tóquio e aprendizado na quarentena

Os Jogos Olímpicos de Tóquio serão disputados em 2021, no período de 23 de julho a 8 de agosto. A competição mudou de data por causa da pandemia de coronavírus, que paralisou todos os eventos esportivos pelo mundo.

Sem poder treinar na piscina, João de Lucca tem aproveitado essa fase de quarentena para treinar em casa, refletir e aproveitar sua filha Kira, que nasceu no final de fevereiro.

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“Tomaram a decisão certa. Todo mundo está sendo prejudicado, até aqueles atletas com acesso a piscina para treinar. Acho que qualquer atleta de alto rendimento não quer entrar em uma Olimpíada sabendo que o nível estará mais fraco porque nem todos estarão nas mesmas condições. Tenho certeza que o gosto da vitória não seria o mesmo”, destacou João de Lucca.

“Minha filha nasceu nesse momento de dificuldade e estou tendo todo o tempo disponível para ficar com ela e isso tem sido muito legal. Estou fazendo treinos em casa, atividades básicas para manter a forma e não ganhar peso. Está sendo um período de aprendizado e, com tempo para refletir, focar no que realmente importa na vida”, complementou o atleta.  

João de Lucca Natação Nadador Tóquio
João de Lucca destaca Pan de Toronto-2015 e título da NCAA (Sátiro Sodré/SSPress)

Altos e baixos na carreira

João de Lucca destacou dois momentos como os mais marcantes de sua carreira na natação. De acordo com o competidor, a participação nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015 e sua primeira conquista da NCAA (Associação Atlética Universitária Nacional) nadando pela Faculdade de Louisville se equivalem em importância em sua trajetória na modalidade.

“As duas conquistas foram valiosas. A NCAA foi marcante por ter sido a primeira grande vitória. Usei essa conquista como alavanca para buscar mais. Serviu de motivação para definir que era isso que queria. A experiência nos Estados Unidos foi uma das melhores da minha vida. Tive a oportunidade de falar um novo idioma e de desenvolver minha carreira de nadador, com ótimos resultados e três títulos da NCAA”, ressaltou.  

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“Já o Pan foi marcante como resultado internacional. Já tinha certa bagagem de seleção e estava bastante motivado. Foi uma competição no qual estava inspirado e fui o maior medalhista daquela edição, com três medalhas de ouro. Quando você nada rápido é sempre especial e divertido. Em uma das provas que ganhei eu passei atrás e liguei o turbo no final. Cheguei emocionado e comemorei bastante”, relembrou João de Lucca.  

Os momentos de altos contrastam com a época que pensou em se aposentar. Depois da Rio-2016, João de Lucca ficou desanimado e deixou de competir pela seleção brasileira em 2017 e 2018. Neste momento de dúvidas, o brasileiro passou a dividir seu tempo entre seguir como atleta e trabalhar como treinador da equipe de Louisville, deixando incerta sua ida à Tóquio.

A motivação voltou em 2019 quando ganhou uma vaga no Campeonato Mundial de natação, realizado em Gwangju, Coreia do Sul, e nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru. Em 2020, o nadador estava iniciando sua temporada visando os Jogos de Tóquio.

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João de Lucca elogia a nova geração da natação brasileira (Sátiro Sodré/SSPress)

Adaptação e convívio com a nova geração

Com 30 anos, João de Lucca disputa os 200 metros livres com jovens atletas como Luiz Altamir (23), Fernando Scheffer (22), Leonardo Santos (25), Breno Correia (21) e Murilo Sartori (17). Com mais um ano de preparação para Tóquio, o nadador ficará mais experiente e, ao mesmo tempo, terá que competir com adversários mais preparados em diversos aspectos. O atleta espera se adaptar e quer aprender com a nova geração da natação.   

“Acaba sendo estressante fazer o planejamento de quatro em quatro anos e ter que mudar, mas temos que nos adaptar e buscar tirar algo de bom nisso. Obviamente que a garotada está chegando forte, por isso, tenho que treinar e melhorar em dobro. Tenho que procurar achar soluções para evoluir e me reinventar”, comentou.

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“A natação brasileira será bem representada por essa nova geração. Surgem novos talentos e isso aumenta nossa vontade de melhorar. Eles são uma ameaça, mas também uma motivação. São poucos os que chegam ao topo, mas todos os atletas têm algo em comum: conseguiram superar alguma barreira e essas são as histórias legais que muitas vezes não são contadas”, concluiu João de Lucca.

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