A realização das Olimpíadas de Tóquio 2020 segue sendo colocada em dúvida, mesmo após o adiamento para 2021 devido à pandemia de coronavírus. Depois de especialistas questionarem a viabilidade de se realizar os Jogos, uma vez que ainda não se sabe quando o surto do vírus estará totalmente controlado, o presidente do Comitê Organizador de Tóquio, Yoshiro Mori, descartou, nesta terça-feira (28), a possibilidade de um novo adiamento.
“Nesse caso (de não serem realizadas em 2021), as Olimpíadas serão descartadas. Adiamos as Olimpíadas para o ano que vem, depois de termos vencido a batalha (contra o coronavírus)”, pontuou Mori em entrevista ao jornal japonês Nikkan Sports e noticiada pelo site Inside the Games.
“As Olimpíadas serão muito mais valiosas do que qualquer outra Olimpíada do passado se conseguirmos prosseguir com ela depois de vencer essa batalha. Temos de acreditar nisso. Caso contrário, nosso trabalho duro e esforço não serão recompensados”, completou o presidente do Comitê Organizador.
Alternativas
O custo do adiamento das Olimpíadas de Tóquio 2020 também é uma questão importante, apesar de ainda não se saber exatamente qual será o valor e quem vai arcar com os custos.
Mesmo assim, Mori disse também que o Comitê Organizador já pensa em alternativas para conter os custos, como a possibilidade de as Olimpíadas e Paralimpíadas compartilharem as cerimônias de abertura e encerramento. No entanto, os ingressos para os quatro eventos já foram vendidos.
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“É um grande obstáculo… Mas devido ao impacto do coronavírus, a situação no próximo ano será completamente diferente. Como a situação mudou dramaticamente, temos que revisar pontos-chave, incluindo as cerimônias”, explicou.
Discurso único
Há alguns dias, o presidente da Associação Médica Japonesa (JMA), Yoshitake Yokokura, disse que os Jogos Olímpicos de Tóquio não acontecerão, a menos que uma vacina contra o coronavírus seja encontrada até lá.
Além da JMA, outros especialistas de várias áreas relacionadas à pandemia de coronavírus vêm colocando em dúvida a realização dos Jogos Olímpicos em 2021, assim como o próprio CEO do Comitê Organizador das Olimpíadas, Toshiro Muto. “Ninguém pode dizer se será possível controlar a pandemia ou não até julho do ano que vem e certamente não estamos em condições de dar uma resposta clara”.
O Japão, especialmente Tóquio, viu o número de casos de coronavírus crescer nas últimas semanas, o que fez com que o Primeiro Ministro, Shinzo Abe, decretasse estado de emergência até, pelo menos, 6 de maio. Os casos confirmados já passam dos 13 mil até os últimos dias do mês.