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Tóquio 2020

COB crê em eventos classificatórios só em 2021

Em debate online, membros do COB falaram sobre o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio, projetaram o retorno do esporte e abordaram as dificuldades econômicas com a crise do coronavírus

ASSISTA: Debate discute o adiamento da Olimpíada e suas consequências

Por causa da pandemia do coronavírus, os eventos esportivos foram suspensos e adiados ao redor do planeta. Nem a Olimpíada passou ilesa. O cenário das competições esportivas que geram classificação para os Jogos de Tóquio deve se manter parado pelo menos até o começo de 2021, quando o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) acredita que os atletas terão condições igualitárias de brigar pela vaga.

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Durante o debate “O adiamento da Olimpíada e suas consequências”, que faz parte do seminário “O impacto do coronavírus no esporte”, organizado pela TV Nsports, Sebastian Pereira, gerente executivo de Alto Rendimento do COB, fez uma projeção de quando os torneios internacionais voltarão a acontecer.

“Nós entendemos dentro do conceito de igualdade em relação às condições de competição e treinamento que só a partir do início de 2021 será o ideal para que todos possam buscar as classificações”, disse.

Adiamento dos Jogos Olímpicos

O COB foi uma das primeiras entidades do esporte olímpico a defender o adiamento dos Jogos de Tóquio para 2021. Para Sebastian Pereira, ex-judoca e representante do Brasil na Olimpíada de Atlanta 1996, os atletas, que já estavam classificados ou almejavam a classificação, não teriam condições de se concentrar na preparação em decorrência da pandemia do coronavírus.

“Os atletas nesse momento se sentem como peixes fora da água, porque por mais que estejam focados no treinamento, eles estão preocupados com a família. Por isso o nervosismo com a demora da definição do adiamento. Eles chegaram e falaram: ‘Não estou em condições ideais de treinamento para os Jogos Olímpicos’. A preparação para os Jogos Olímpicos precisa de um foco total, todas as condições de treinamento e competição, é uma conjunção de coisas. Com a evolução do vírus de diferentes formas pelo planeta, existiam condições diferentes de treinamento ao redor do mundo, até que ficou insustentável manter os Jogos”, afirmou.

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Apesar do adiamento dos Jogos Olímpicos e da maioria dos atletas estarem impossibilitados de utilizar os centros de treinamento, Sebastian Pereira vê um lado positivo: a chance de se reorganizar.

“É um momento para poder se inflar novamente de vontade, reorganizar os objetivos e fazer uma boa preparação. É hora das equipes disciplinares darem condições para eles (atletas) minimizarem ao máximo a rotina de treinamentos, já que os locais específicos de treino não podem ser frequentados. O momento é de reorganizar a vida, a cabeça, para poder se preparar da melhor forma para daqui um ano e meio ter a performance que deseja”, finalizou.

Queda de receita e ajuda do governo federal

Mesmo sem ser uma empresa que precise render lucro, o COB deve passar dificuldades financeiras por conta da pandemia do coronavírus. Além de adiar eventos, a entidade teve uma queda de receita em março por conta das loterias, que ficaram alguns dias fechadas. De acordo com a Lei Agnelo/Piva, as loterias precisam repassar parte da arrecadação bruta tanto para o COB quanto para o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

“O COB não gasta mais do que arrecada. Isso fez com que a gente nos últimos dois anos criasse um recurso de contingência para que nos atendesse em dois momentos: se houvesse uma paralisação do repasse das loterias ou no momento que houvesse uma diminuição do repasse das loterias por conta de uma crise financeira. O COB é uma das poucas entidades esportivas do Brasil que tem condições, pelo menos até os Jogos Olímpicos de Tóquio, de enfrentar esse momento e atender a preparação dos nossos atletas como se ela fosse acontecer esse ano. Mas estamos esperando para ver quanto vai ser a diminuição das apostas nas loterias”, disse Rogério Sampaio, diretor geral do COB.

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Diante desse cenário, Rogério Sampaio revelou que a entidade já entrou em contato com Marcelo Magalhães, secretário especial do Esporte, para buscar um auxílio financeiro caso seja necessário. Vale lembrar que o Ministério do Esporte foi extinto no governo de Jair Bolsonaro e passou a ser uma secretaria do Ministério da Cidadania.

“O presidente Paulo Wanderley entrou em contato com o secretário nacional de esportes e expôs toda a dificuldade, que não só o COB, mas principalmente as confederações, atravessam no momento. O Ministério tem se mostrado bastante sensível e estuda uma solução pelo menos até o final de 2020”, disse.

Desafios no marketing

Por fim, Manoela Penna, diretora de marketing e comunicação do COB, comentou o desafio da entidade em relação aos patrocinadores, já que a maioria deles têm contrato até os Jogos Olímpicos de Tóquio, postergado para o próximo ano. Peak Sport, Estácio de Sá, Alliansce Sonae, Travel Ace, Ajinomoto, BRW, Max Recovery e Wollner patrocinam o esporte olímpico brasileiro.

“Agora a gente tem o desafio de entregar essa ativação em Tóquio e ao mesmo tempo renovar o contrato para o ciclo de Paris. A gente está usando o que movimento olímpico mais nos proporciona, que é a criatividade. Quando a gente tem uma competição como os Jogos Olímpicos que não pode ter marca nas arenas, isso por si só já te exige ter criatividade nas ações. Essa crise trouxe um ingrediente a mais de criatividade para a gente vencer, manter o engajamento, a visibilidade e as entregas na área de marketing e comunicação”, analisou.

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Apesar do cenário de crise econômica no horizonte em decorrência da pandemia do coronavírus, o COB deve ganhar apoiadores importantes para o ciclo olímpico de Paris: o Airbnb e a Allianz Seguros.

“A partir de 2021, a gente vai ter o Airbnb como patrocinador do esporte olímpico mundial e com isso, o Comitê Olímpico do Brasil também é beneficiado, inclusive nós fomos escolhidos como uma das entidades que eles vão iniciar a ativação antes mesmo do ciclo de Paris. A Allianz também é uma parceira para o ciclo de 2024”, revelou Manoela Penna.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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