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Tóquio 2020

Aos 39 anos, Maik sonha em disputar sua terceira Olimpíada

Aos 39 anos, Maik sonha com a terceira Olimpíada e também já pensa no futuro fora das quadras de handebol

Maik, goleiro de handebol, quer disputar sua terceira Olimpíada e falou sobre os planos após a aposentadoria como atleta
Maik disputou os Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e do Rio 2016 (Reprodução/Instagram)

Presente em três Mundiais, três Jogos Pan-Americanos e duas Olimpíadas, Maik Santos construiu uma trajetória consolidada na seleção brasileira de handebol. Aos 39 anos, o goleiro, que ficou de fora do Pan de Lima, no último ano, tem esperanças de fazer parte do plantel do Brasil nos Jogos de Tóquio, caso o país consiga a classificação pela seletiva mundial.

Em entrevista ao Olimpíada Todo Dia, Maik admitiu que este é o ciclo olímpico derradeiro de sua carreira, afirmou que treina todos os dias pensando em disputar os Jogos pela terceira vez e não estipula uma data para encerrar a trajetória dentro das quadras.

“É meu último ciclo, a realização de um sonho, de estar disputando mais uma Olimpíada na minha vida. Mantenho a minha forma tanto mental quanto espiritual no sentido de ter a fome e o desejo de estar jogando. Lógico que a gente pensa no momento de parar, mas o desejo de continuar é muito grande. Penso em me manter bem fisicamente para poder estar participando de todos os jogos e treinos”, disse.

Olho em Tóquio

Estar nos Jogos de Tóquio é uma das maiores missões de Maik em toda sua carreira. Ausência no Pan de Lima, o veterano foi lembrado para o Centro Sul-Americano, mas sofreu uma contusão muscular e precisou ser cortado. Essa foi a primeira e última convocação do espanhol Daniel Gordo, demitido do comando técnico da seleção brasileira.

“Esse está sendo um dos objetivos mais difíceis que já tracei na minha vida, porque a gente sente a pressão pela idade e por ter ficado de fora da última convocação. Você começa a perceber que precisa correr mais atrás, precisa ser diferente e trabalhar mais. É o que estou fazendo. É deixar as coisas acontecerem e a aproveitar. Se eu tiver a oportunidade de estar na seleção novamente e for convocado para o Pré-Olímpico, com certeza vou dar meu máximo para ajudar o Brasil a estar na Olimpíada e carimbar meu passaporte para Tóquio”, afirmou.

Apoio ao adiamento

Assim como a maioria dos atletas, Maik apoiou o adiamento das Olimpíadas de Tóquio para o ano que vem, mas admitiu que se surpreendeu com a velocidade da disseminação do coronavírus por todo o planeta. Assim como os Jogos, o Pré-Olímpico foi adiado e não tem data para acontecer.

+ Veja a página de Maik no Olimpíada Todo Dia

“Foi uma surpresa, não imagina que pudesse chegar a esse patamar. Realmente vimos que o vírus está causando muitos danos pelo mundo. Isso preocupa bastante e, portanto, esse adiamento foi bem prudente para a saúde de todos os envolvidos, das pessoas que vão assistir. Foi uma atitude bem pensada. Lógico que atrasa um pouco, mas é melhor atrasar e ter a nossa saúde para poder disputar uma Olimpíada do que ter esse medo de jogar e contrair o vírus, e até mesmo não ter público. Seria bem complicado, então achei uma atitude boa e esperamos estar bem para jogar se passarmos pelo Pré-Olímpico”, disse.

Treinos em casa

Maik é um dos inúmeros atletas que estão improvisando treinos dentro de casa durante a pandemia do coronavírus. Ao lado do irmão Marcão, o atleta faz atividades online para manter ativo os reflexos, tão necessários para os goleiros de handebol. Mas admite que não é o mesmo que estar em quadra.

“É uma adaptação, mas o goleiro consegue fazer alguns exercícios já simulando um pouco as defesas. Temos uma rotina de treinamentos que o nosso preparador físico passou, sempre com trabalhos de peso corporal, mas estou agregando alguns treinos online com o Marcão. A gente faz alguns treinos específicos de goleiro. Isso tem ajudado a manter acordado aquele estímulo de defesa e até mesmo dos músculos que a gente mais utiliza. Vai servir para que a gente não sofra quando voltar à quadra. Treinar em casa é diferente de treinar na quadra, então a gente só mantém a nossa forma para retornar bem”, afirmou.

E depois da aposentadoria?

Próximo do fim da carreira como atleta, Maik quer seguir ajudando o handebol brasileiro. Formado em Educação Física e pós-graduado em treinamento de goleiros, ele já participa de palestras e clínicas da área. O paulistano da Zona Leste não descarta se aventurar no comando técnico de uma equipe.

“Meu objetivo é continuar trabalhando com o handebol, seja como treinador de goleiros ou iniciar um caminho dirigindo uma equipe, ajudando na comissão técnica aqui do Taubaté ou de outro clube. Pretendo continuar com minha formação de educadores físicos e treinadores de goleiro e ajudar na formação de alguns atletas que possam estar ajudando clubes e seleção”, afirmou.

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Praticando handebol desde os 12 anos por influência do irmão Marcão, Maik vê a trajetória debaixo das traves na reta final, mas espera começar um novo caminho para devolver à modalidade o que ela o proporcionou dentro e fora de quadra.   

“São 27 anos jogando handebol e pretendo me manter próximo do esporte, contribuindo com meu conhecimento e minha experiência como jogador e treinador. Penso ajudar na formação de atletas e treinador com cursos online, consultorias, se especializar um pouco também nessa área. É seguir esse caminho e tenho o desejo de abrir minha loja, ter algo fora do esporte para trabalhar o lado do empreendedorismo”, finalizou.

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