A revista oficial do Comitê Olímpico Internacional (COI), a Olympic Review, na última edição publicada de no. 114, deu destaque ao brasileiro Isaquias Queiroz. Foram três páginas exclusivas dedicadas para falar da carreira do maior canoísta brasileiro da história e um dos principais do mundo atualmente.
Os resultados de Isaquias Queiroz, 26 anos, falam por si. Único atleta brasileiro a ganhar três medalhas em uma edição olímpica, feito conquistado nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, onde garantiu duas pratas: uma no C1 Masculino 1000 m e outra no C2 Masculino 1000 m,com o parceiro de embarcação Erlon de Souza; Isaquias também levou a medalha de bronze no C1 Masculino 200 m.
Sobrevivência
A história olímpica é recheada de atletas que superaram dentro e fora das competições. Cada exemplo é uma inspiração diferente. Isaquias Queiroz, natural de Ubaitaba, Bahia, passou por diversas situações traumáticas até se tornar um fenômeno da canoagem.
Aos cinco anos, o canoísta teve seu lado direito do corpo queimado com água fervente e teve que ficar um mês no hospital em recuperação. Depois foi raptado e salvo por sua mãe, mas quando ainda lidava com a morte precoce do pai.
E como se não bastasse tudo isso, em 2010, Isaquias perdeu um dos rins após cair de uma árvore. O fato lhe rendeu o apelido de ‘Sem Rim’. Em meio a todos esses percalços, o canoísta nunca deixou sua paixão pelo esporte morrer.
Sucesso
Em seu currículo são seis medalhas de ouro em mundiais sêniores, sendo em 2019 a mais expressiva da carreira, a medalha dourada na categoria olímpica pelo C1 Masculino 1000 m. Fora outras seis medalhas de bronze que também conquistou em mundiais. Além de quatro ouros e uma prata em edições dos Jogos Pan-americanos. Isaquias sabe da importância dessa reportagem da revista Olympic Review e está feliz com a publicação.
“É uma coisa muito expressiva para mim como atleta, você saber que o mundo inteiro está de olho no seu trabalho. Eu me dedico bastante para quando chegar na hora certa e ganhar uma medalha. Fico muito feliz em poder estar numa revista olímpica com esse grande poder de visibilidade, é bom poder estar divulgando o meu trabalho e a minha modalidade ainda mais”, comenta Isaquias Queiroz.
A publicação
Em edições passadas, outros atletas da canoagem do mundo tiveram a honra de participar do conteúdo da revista, mas esta é a primeira vez que um canoísta ganha destaque central. Quem garante é José Perurena, presidente da Federação Internacional de Canoagem (ICF em inglês).
“Para a ICF e para mim, como presidente, é uma imensa alegria. Primeiro por Isaquias, que merece nossos melhores parabéns pela sua superação e segundo pela repercussão. A Federação Internacional ganha com esta reportagem, é um grande exemplo para milhares de esportistas. Muitas vezes você vê o esporte como atividades para jovens com possibilidades econômicas e este conteúdo, com a história de Isaquias, demonstra que com fé pode-se transformar em atleta olímpico e estar no pódio”, completa José Perurena.
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Ao todo foram três páginas dedicadas exclusivamente para falar da história de Isaquias Queiroz. A reportagem foi assinada por Gruffundd Owen e abordou os desafios do atleta brasileiro desde a sua infância até se tornar um dos maiores nomes da canoagem de velocidade no mundo atualmente. A reportagem inicia descrevendo que o canoísta Isaquias é um exemplo de inspiração para muitos, principalmente pelas suas adversidades vividas e sua superação pessoal.
+ Confira a reportagem completa da Olympic Review
Foram vários meses de trabalho que contou com o pedido do Comitê Olímpico Internacional (COI) em parceria com a Federação Internacional de Canoagem (ICF) e teve o apoio da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa). Foram meses de preparação e um grande ação executada nos bastidores, que contou com apoio especial de Sebastian Cuattrin (ICF), Ross Solly (ICF), Álvaro Koslowski (CBCa), Lauro de Souza Jr (CBCa) e Fábio Canhete (CBCa).
Repercussão
“É a publicação oficial do movimento olímpico, esta é a revista do COI, é a publicação mais importante do movimento olímpico, é distribuída em todo o mundo, todos os organismos mundiais recebem, todas as organizações desportivas, todos os Comitês Olímpicos Nacionais, todas as Federações Internacionais, Universidades e etc. É uma revista de grande prestígio, neste momento esta reportagem está sendo lida em todo o mundo”, complementa Perurena, presidente da Federação Internacional de Canoagem.
Para João Tomasini Schwertner, presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), a publicação da reportagem sobre Isaquias Queiroz é um orgulho para toda a Canoagem Brasileira. Para o dirigente, Isaquias é um exemplo de toda uma safra de canoístas que estão em vários pontos do país.
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“A história de Isaquias é inspiradora. Ele foi revelado graças a um projeto social chamado Segundo Tempo – Canoa Brasil junto na época com o Ministério do Esporte e que foi realizado há alguns anos. Para você ter um atleta de ponta como ele não é do dia para a noite e temos vários jovens na beira de rios, nas aldeias indígenas do Brasil a fora, que precisam também deste incentivo. Estamos com novos projetos e ações pensando e dar oportunidade para essa nova safra da Canoagem Brasileira. Estou muito feliz em ver este destaque nessa revista de grande importância, nos motiva ainda a mais a continuar esse belo trabalho que vai trazer muito mais resultados em Tóquio e também em Paris em 2024”, fala Tomasini.
Na avaliação do presidente da Federação Internacional de Canoagem (ICF), a reportagem esboça todo o trabalho realizado pela Canoagem Brasileira. “Esta publicação é a culminante com o grande trabalho silencioso que está sendo feito pela Confederação Brasileira. A visão de fazer a promoção da canoagem em todos os rincões do Brasil e conseguir que um atleta como Isaquias é um exemplo para outras confederações nacionais”, afirma.