A vaga nos Jogos de Tóquio representou para Eduard Soghomonyan, atleta de wrestling na luta greco-romana, o ápice da superação. Repleto de dúvidas, o armênio naturalizado brasileiro venceu uma série de lesões e se garantiu nos Jogos de Tóquio por meio do Pré-Olímpico, realizado há duas semanas.
Em entrevista ao repórter Juliano Justo, da Agência Brasil, o atleta comemorou a presença nas Olimpíadas de Tóquio, a segunda na carreira, e revelou o que passou por sua cabeça no momento que a luta decisiva com o venezuelano Moisés Péreza, medalha de prata no Pan de Lima, foi encerrada. O armênio-brasileiro venceu por 8 a 3.
“Tive muitas lesões nos últimos anos. Fiquei mais de um ano e meio fora das competições. Fui mal nas poucas que participei. Eram muitas dúvidas na cabeça. Por isso, a vaga foi uma vitória na vida também. Gritei muito. Difícil segurar a emoção “, lembrou.
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Objetivo em Tóquio
Eduard Soghomonyan já traçou o objetivo para os Jogos de Tóquio: conquistar uma medalha. “Não interessa o lugar que vou estar no chaveamento. Cheguei lá no Canadá sabendo que o fundamental era a vaga. E consegui. Tem que saber pelo que você está treinando e está lutando. Daí o resultado vem”, disse.
No Japão, o armênio-brasileiro espera desempenhar um papel melhor do que na Rio 2016. Na ocasião, ele vinha de um longo processo de naturalização, que já durava quatro anos, e precisou fazer uma série de viagens a pouco tempo das Olimpíadas, o que afetou sua preparação. A eliminação veio após perder a primeira luta no torneio de wrestling em menos de dois minutos.
“Nos Jogos do Rio de Janeiro, a minha preparação foi muito prejudicada. Agora, não terei desculpa. Tenho mais de um ano para fazer tudo direito e chegar lá voando para dar o meu melhor. Eu sei o que eu quero. E vou lá buscar”, afirmou.
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Lado bom da Rio 2016
Apesar do resultado, os Jogos do Rio representaram um marco na carreira de Eduard Soghomonyan, que havia deixado a Armênia em 2011 com o dinheiro da venda de um carro. Os conflitos sociais no país natal e a dificuldade de se manter na seleção local de wrestling pesaram na decisão.
“Chegar no Brasil já havia sido uma guerra que eu consegui vencer. E ter participado daquelas Olimpíadas foi uma vitória. A recepção e o apoio dos brasileiros foram espetaculares. Passei por um longo caminho para chegar até lá. Tenho muito orgulho de tudo. Mas, uma pena que eu não estava me sentindo muito bem no dia das disputas”, finalizou.