A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), por meio de seu presidente do Conselho de Administração, Warlindo Carneiro da Silva Filho, e alguns atletas da modalidade, se manifestaram favoráveis à decisão tomada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e pelas autoridades japonesas do adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 para 2021. A resolução acontece depois da pressão que esportistas e confederações fizeram pela mudança de data por causa da pandemia de coronavírus.
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“Sou totalmente a favor do adiamento, como o determinado agora. Isso implicará uma série de mudanças no calendário de 2020 do atletismo mundial, além das que já foram feitas. Serão muitas as adaptações necessárias, mas o que temos de mais importante no atletismo brasileiro é a nossa capacidade técnica, ou seja, nossos treinadores. Temos a melhor ou uma das melhores safras de atletas que o Brasil já teve e com esse adiamento só foram postergados os bons resultados que podemos alcançar. Acredito que o atletismo brasileiro terá resultados excelentes em 2021. Vamos enfrentar essa pandemia juntos e acredito que sempre depois da tempestade vem a bonança”, afirmou o dirigente.
Posição dos atletas
Os atletas brasileiros também elogiaram a mudança de data da Olimpíada. Darlan Romani, quarto lugar no arremesso do peso no Mundial de Doha-2019 e recordista sul-americano, ressaltou que o sonho continua. “Foi uma boa decisão. Os atletas precisam treinar para dar o máximo numa competição como a Olimpíada. Tenho um setor ao lado da minha casa e estou podendo treinar, mas e quem mora em apartamento? A diferença não é justa. Estamos proibidos de sair de casa por causa do vírus. A Olimpíada tem um significado especial, de união das nações, mas isso não seria possível. Vamos batalhar, rever nossos planos para 2021. O sonho continua”.
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Já Caio Bonfim, quarto colocado nos Jogos do Rio-2016 e qualificado para competir os 20 km da marcha atlética na Olimpíada, apontou que a situação está complicada e a decisão foi correta. “Acho que foi uma decisão acertada. A situação provocada pelo coronavíus está muito complicada. Tanto os que tinham os índices e como os que tentavam estavam com dificuldades pelo cancelamento ou adiamento de competições. Comecei a me preparar para Tóquio antes da Olimpíada do Rio. Os Jogos exigem um período grande de treinamento. Infelizmente a medida teve de ser tomada e agora a medalha é superar essa pandemia.”
Almir Junior, vice-campeão mundial indoor em Birmingham 2018 e qualificado no salto triplo, admitiu sua tristeza, mas aprova a mudança. “Foi a decisão correta do COI. Não tínhamos mesmo condições de realizar os Jogos Olímpicos nesta situação de pandemia. Apesar disso, admito estar frustrado. Estou treinando desde outubro, sem Natal, sem Ano Novo. Tive de abrir mão de muitas coisas nesse período. Me preparei para ter o melhor ano de minha vida. Agora é reprogramar tudo. Torcer para que pandemia passe da melhor forma possível. Fique em casa!”
Nova rotina
Por fim, Érica Sena, quarta colocada nos 20 km marcha atlética no Mundial de Doha-2019 e medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, apresentou seu ponto de vista sobre a confirmação da mudança para 2012. “Estão sendo momentos difíceis nesses dias que estou em casa de quarentena obrigatória em Cuenca, no Equador. Estão sendo dias realmente difíceis e não esperávamos passar por isso. Adaptamos alguns treinos, da melhor forma possível. Eu tenho uma esteira em casa e posso adaptar alguns treinos, mas é muito complicado treinar só em esteira, as sensações são muito diferentes. Há uma semana, eu tinha camping na Europa, onde iria realizar treinamentos e de repente tudo mudou, voos cancelados, campings cancelados, centros de treinamentos fechados, todas as competições canceladas ou adiadas. Hoje os Jogos Olímpicos foram adiados para 2021. E era algo com o que realmente não contava. Como atleta fico triste porque são anos de treinamento para essa competição, a mais importante e esperada pelos atletas. Porém, como ser humano acredito que foi a melhor decisão tomada pelo COI”.
