Campeã olímpica em Londres-2012 pela seleção brasileira e com outros títulos relevantes na carreira, Dani Lins concorda com o posicionamento do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e afirma ser favorável ao adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio, previsto para começar no dia 24 de julho deste ano. A levantadora está em Bauru, cidade do time que defendeu na Superliga 2019/20, cancelada por causa do avança da pandemia de coronavírus no Brasil. Com a pressão aumentando, o Comitê Olímpico Internacional (COI) informou neste domingo (22) que tomará uma decisão daqui a quatro semanas.
“Sou favorável ao adiamento dos Jogos Olímpicos. Tenho visto vários atletas falando sobre isso e apoio totalmente o cancelamento da Olimpíada nesse ano. Não temos ideia de quando tudo isso vai acabar. Era para estarmos jogando pelos clubes na Superliga e, ao mesmo tempo, nos preparando para a Olimpíada e não vamos conseguir nos preparar tão cedo. Uma coisa é fazer exercícios em casa e outra totalmente diferente é estar na quadra realizando treinos de alto rendimento em quadra e na academia. Portanto, acho que é inviável manter essa Olimpíada na data que está marcada. O ideal é que tenhamos um adiamento para 2021, já que não sabemos quando a situação ficará tranquila e sob controle no mundo”, afirmou Dani Lins, em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.
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Abalada com o que está acontecendo, a atleta aproveita o momento complicado para ficar próxima do marido, o jogador Sidão, da filha Lara e de sua tia. “Estamos tentando lidar da melhor forma possível. É bem triste acompanhar o tanto de gente sofrendo, o mundo sofrendo, passando por esse abalo. É surreal o que está acontecendo e nunca imaginamos que isso poderia ocorrer. Na televisão só se fala sobre isso e considero importante ficarmos a par de todas as notícias, mas também temos que tentar desligar um pouco. Assim que a Superliga parou o Sidão veio para cá e estamos juntos. Por enquanto aqui em Bauru a situação está tranquila”, disse a levantadora.
Dani Lins tem uma rotina agitada durante o período de competições. Em quarentena, a levantadora busca ocupar o tempo. “Sempre fala que estou viajando e jogando muito e que não tenho tempo de ficar com a minha filha. Pronto, Deus está dando esse tempo para todo mundo que dizia isso aproveitar para fazer alguma coisa dentro de casa. Estamos tentando fazer de tudo com ela, brincar o máximo possível dentro de casa e assistindo muito desenho. Estou cozinhando bastante, fazendo faxina e cada dia em um cômodo, ocupando meu tempo. Tenho visto filmes e séries e dormindo o máximo que posso”, contou a atleta.
Mudança de rotina
Antes da pandemia do coronavírus, Dani Lins acordava todos os dias às 6h30 para levar a filha ao colégio. Em seguida, voltava para casa, tomava café e depois ia treinar. Na sequência buscava Lara na escola, almoçava e descansava antes de ir para o treino da tarde. “Estou procurando sempre fazer alguma coisa para não ficar maluca. Tinha uma rotina intensa e de repente precisei parar assim de um dia para o outro. Neste sábado (22) fiquei muito entediada e o Sidão me disse que tenho que trabalhar minha mente porque isso só está começando. Não sabemos se pode durar um mês, dois ou mais”, revelou a jogadora.
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Dani Lins está com 35 anos e atuou pelo Sesi-Bauru na última Superliga. Com a camisa da seleção brasileira, a levantadora tem a medalha de ouro olímpica, dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara-2011 e o tetracampeonato do Grand Prix, nas edições de 2009 (Tóquio), 2013 (Sapporo), 2014 (Tóquio) e Bangkok (2016). A atleta também esteve no elenco brasileiro que disputou os Jogos Olímpicos Rio-2016, quando o time comandado por José Roberto Guimarães foi eliminado nas quartas de final pela China, que seria a campeã do torneio.