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Tóquio 2020

Projeto social de Aline Silva oferece aulas de empoderamento

A lutadora avaliou como positiva a decisão do COI em manter os Jogos sem grandes mudanças por enquanto

Aline Silva é o maior nome brasileiro no wrestling (Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br)

Histórias de transformações de vida causadas através do esporte não são raras entre os grandes atletas brasileiros. Vice-campeã mundial e medalhista Pan-Americana no wrestling, a atleta Aline Silva é um exemplo dessa realidade.

Após uma infância bastante levada, a atleta viveu uma transformação na maneira de encarar a sua vida ao entrar pela primeira vez no tatame para treinar no judô – a mudança para a luta estilo livre ocorreu em 2002. Visando retribuir um pouco dessa transformação causada pelo esporte, Aline criou o Mempodera, um projeto social localizado que atende crianças da cidade de Cubatão.  

“Depois de tudo o que eu vivi, tudo o que o esporte transformou a minha vida, eu sentia que deveria devolver ao mundo o que eu recebi através do esporte. Em 2017 participei de um intercambio relacionado ao empoderamento feminino através do esporte. Quando retornei consegui tirar o projeto do papel”, revela a esportista.

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O projeto acontece dentro da escola Martim Afonso de Souza e atende mais de 60 meninas e 20 meninos de 6 a 15 anos com duas aulas semanais de wrestling e inglês. Além disso, a iniciativa contempla as crianças com aulas sobre empoderamento, que tratam sobre assuntos fundamentais na vida dos jovens.

“As aulas de empoderamento são baseadas em tudo o que acreditamos empoderar o ser humano. Então ela ajuda em como lidar com conflitos, prevenção de doenças, falar sobre abuso, direitos sexuais, entre outros assuntos essenciais. Essa conversa geralmente acontece com as crianças mais velhas de 11 a 15 anos”, explicou.

Para conhecer um pouco mais sobre o projeto acompanhe o canal do Youtube da iniciativa.

Rotina de treinos afetada pelo coronavírus

Com a vaga carimbada para Tóquio 2020, Aline Silva atualmente segue treinando forte focada no sonho olímpico. Nos últimos dias um enorme obstáculo surgiu no horizonte com a quarentena instaurada em boa parte do planeta causada pela pandemia do coronavírus.

“Mudou completamente não só a rotina de treino, mas também de vida.  Nós precisamos nos virar para conseguir treinar de casa e sozinha. O Sesi deu a possibilidade para que continuássemos indo a academia mesmo com ela fechada, em horários individuais. Isso é importante para mantermos o preparo físico nesse momento”, avaliou.

Apesar de ser fortemente afetada por toda essa situação, atleta acredita que o Comitê Olímpico Internacional acerta em não se posicionar de maneira tão efusiva num primeiro momento em relação a realização dos Jogos Olímpicos no Japão sem mudanças graves em seu planejamento.

“Eu concordo com o fato do COI não se pronunciar tão fortemente neste momento. A cada 24 horas o coronavírus muda tudo, recebemos novas notícias. Tudo acabou mudando para um quadro pior num primeiro momento, mas eu acredito que pode ocorrer uma mudança pro bem também. Por isso uma posição drástica restando um tempo considerável para os Jogos seria um pouco precipitado por parte do COI, já que em uma semana muita coisa pode mudar. É claro que eles precisam preservar os atletas acima de tudo, mas imagine um cenário em que o COI adie ou cancele a Olimpíada e logo depois é anunciada uma cura ou vacina que podem ser distribuídos em massa”, completou.

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