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A conquista do ouro veio na bala: o feito de Guilherme Paraense

No aniversário do cenário da primeira medalha de ouro do Brasil em Jogos Olímpicos, o OTD recorda como foi a conquista

Guilherme Paraense
Guilherme Paraense começou a história de conquistas douradas do Brasil (Montagem arquivo pessoal)

1920 já era um ano histórico para o esporte. Depois de oito anos e uma pausa por conta da I Guerra Mundial, os Jogos Olímpicos voltariam a ser disputados. Os países e atletas se reuniram em Antuérpia, na Bélgica, para a sexta Olimpíada da história. Para o Brasil também era especial. A edição de 1920 foi a primeira com a delegação brasileira.

Com 21 atletas que representaram o país em cinco modalidades (natação, polo aquático, remo, saltos ornamentais e tiro esportivo), o Brasil rumou para a Bélgica. Além do fato de ser a estreia olímpica do país, os Jogos realizados na Antuérpia foram marcados por outro motivo.

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A equipe de tiro esportivo chegou na Bélgica com alguns problemas. Segundo relatos, o Brasil teve parte de sua munição e armas perdida durante a viagem e só conseguiu competir na Antuérpia após receber ajuda de atletas americanos.

Equipe Tiro Esportivo 1920
Equipe que representou o Brasil na Olimpíada de 1920 no Tiro Esportivo (Afrânio da Costa/arquivo pessoal)

A conquista do ouro

Na prova de tiro rápido 30 m, Guilherme Paraense fez história. Em 3 de agosto de 1920, no campo de Beverloo, mesmo local onde Napoleão Bonaparte e seu exército foram derrotados em 1815, veio a primeira medalha de ouro olímpica do Brasil.

“Meu avô recebeu um pouco de munição dos americanos, que era um pouco mais balanceada do que a utilizada no Brasil, na época”, disse a dentista Valéria Paraense, neta de Guilherme, em entrevista ao portal “R7”, em 2016.

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Paraense competiu de igual para igual com todos até o último disparo, somou um total de 274 pontos e conquistou o primeiro lugar. O pódio foi completado por Ray Bracken, dos Estados Unidos, com 272 pontos e Fritz Zulauf, da Suíça, com 269.

Medalhas Guilherme Paraense
As medalhas e o revolver usado por Guilherme Paraense em 1920 (Arquivo Pessoal)

De acordo com os dados, a prova de tiro rápido 30 m na época era feita com os atletas tendo 30 disparos para fazer, podendo chegar no máximo aos 300 pontos. Com isso, os 274 pontos de Guilherme Paraense dão um aproveitamento de 91,3%.

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“Meu avô falava dos Jogos Olímpicos com muita alegria e satisfação. A família tem muito orgulho da sua história. Ele sempre gostou de esportes e alguns anos depois chegou a fundar um time de futebol com os filhos aqui no Rio de Janeiro”, disse Valéria.

Além do ouro

Um dia antes de conquistar o ouro, Guilherme Paraense foi ao pódio em outra prova. Na disputa de pistola livre por equipes, o Brasil ficou com a medalha de bronze e Paraense, Sebastião Wolf, Dario Barbosa e Afrânio Costa foram ao pódio.

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Na volta ao Brasil, Guilherme Paraense foi homenageado em alguns lugares no país e ganhou um busto no Polígono de Tiro Tenente Guilherme Paraense, que é o conjunto de estandes de tiro da Academia Militar das Agulhas Negras, na cidade de Resende; e outro busto na Fortaleza de São João, no bairro da Urca, na capital carioca. Além disso, o primeiro campeão olímpico do país tem o nome em um rua no bairro do Carandiru em São Paulo.

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Na história, o Brasil subiu no pódio olímpico 129 vezes, sendo 30 vezes para receber a medalha de ouro, 36 a de prata e 63 o de bronze. A trajetória brasileira em Jogos Olímpicos começou em 1920, o primeiro ouro veio através da bala no tiro esportivo, a próxima parada é em Tóquio e a quantidade de ouro que virá só a história pode contar.

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