Paris – Estava escrito desde o fim do ranqueamento que o brasileiro Marcus D’Almeida e o sul-coreano Kim Woojim, líder e vice-líder do ranking mundial, se enfrentariam nas oitavas de final no simples masculino do tiro com arco nos Jogos de Paris. Como ambos confirmaram os favoritismos nas duas primeiras rodadas eliminatórias, o duelo está marcado para 5h09 da manhã de domingo (4), dia do encerramento da modalidade na Olimpíada francesa.
Marcus D’Almeida, número um do mundo, está preparado. “É sobre eu e o alvo, vou fazer o meu melhor. Não estou preocupado em quem está do meu lado. O adversário não me toca, não pode fazer nada. A única coisa que ele pode fazer é entrar na minha cabeça, se eu deixar. Então se eu estiver só eu e o alvo, não tem ninguém que possa me tirar aqui”, disse o brasileiro, minutos após vencer fácil o japonês Fumiya Saito na segunda rodada. Antes, bateu o ucraniano Mykhailo Usach depois de tomar um susto.
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Não tem bobo no tiro com arco
“Fiquei bem feliz com meu resultado na segunda parte (Fumiya). Tomei um choque ali no início do primeiro combate, que o adversário começou com cinquenta pontos e pensei ‘tô nos Jogos Olímpicos’. Mas consegui aguentar a pressão e avançar”, disse. Os cinquenta pontos foram nas cinco primeiras flechas, todas certeiras no centro do alvo, que renderam a vitória para Usach na primeira das cinco parciais. Quase rendeu na segunda, mas o ucraniano vacilou e Marcos D’Almeida não perdoou.
O desempenho de Mykhailo Usach, mesmo o ucraniano tendo um ranking bem abaixo do brasileiro, não surpreendeu. “Eu vim lá de baixo, sei que dá pra acertar. Não é nenhuma surpresa. Não nasci como número um do mundo. Tem muitos arqueiros bons que não estão lá em cima do ranking porque não competem muito. Tem de estar sempre atento. Não tem arqueiro fraco aqui”.
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Um dia de (quase) folga
O próximo compromisso do brasileiro é só na sexta-feira, a competição de duplas mistas do tiro com arco ao lado de Ana Luiza Caetano. São dois dias até lá, tempo pra dar uma aliviada no foco, dar até uma passeada, talvez, por Paris. Pelo menos um dia. “Não dá pra ficar focado até lá, a pressão é muito grande. Agora é dar uma abertura, amanhã é um treino mais leve de cabeça. Agora é levar mais na boa amanhã e na quinta-feira voltar a fechar. Amanhã não tem ninguém pra ganhar.”