Paris – O que leva um atleta a cravar o melhor resultado internacional da vida logo na primeira vez em que pisa o sagrado solo olímpico? Ana Luiza Caetano afirma que é a felicidade. Foi guiada por ela, que a brasileira de apenas 22 anos registrou o recorde pessoal de 660 pontos na estreia do tiro com arco dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Foi nesta quinta-feira (22), na fase de ranqueamento da competição individual feminina realizada na Esplanade des Invalides da capital francesa. Apesar do desempenho marcante, a carioca mantém os pés no chão para a sequência do torneio.
“Muito bom começar assim. Estava muito feliz, é um sonho. Lutei muito para estar aqui, então abracei essa felicidade e ela que me guiou a competição inteira”, disse Ana Luiza Caetano, logo após sair da baia 19 da linha de tiro. O resultado dá um pouco mais de confiança, mas não altera a mentalidade que trouxe para Paris. “Vim pra fazer o meu melhor, atirar flecha por flecha, cada uma delas no intuito de acertar o mais perto do centro possível. (O bom resultado) dá um pouco mais de tranquilidade, talvez, para o primeiro, segundo combate, mas é outro jogo, outra competição. Completamente diferente.”
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Próxima fase
Ela refere-se à sequência do tiro com arco nos Jogos Olímpicos de Paris. Após a fase de ranqueamento, vem a chave eliminatória com duelos diretos entre duas atletas. Como foi a 19ª melhor no ranqueamento, enfrenta a 46ª, a eslovena Zina Pintaric. “Vou para fazer o meu melhor. Apesar de ser um contra o outro, o que importa é eu fazer o meu. Como vou atirar as minhas flechas. Não tem tanta interferência dela como tem, por exemplo, no judô. Minha mentalidade é de entrar para fazer o meu melhor”, diz.
A fase disputada nesta quinta-feira foi dividida em doze séries de seis flechas cada. Ana Luiza conseguiu uma série perfeita, de 60 pontos, na sexta rodada, que a catapultou para o top 12. Porém, algumas flechas ruins depois impediram um resultado ainda melhor. “É flecha por flecha. Depois que atirei a rodada perfeita, respirei fundo e comecei uma série nova. Depois que atirei a série ruim, respirei fundo e comecei uma série nova. Cada flecha importa”, afirmou.
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É Olimpíada, né?
A tática funcionou, tanto que rendeu o melhor resultado internacional na carreira. E com o ‘agravante’ da força da competição, que teve quebra dos recordes olímpico e mundial. “Muito forte! Meu primeiro comentário quando eu vi o resultado foi isso. Numa Copa do Mundo esse ano, com esse resultado, acho que eu teria ficado melhor ranqueada”, comentou, sem lamentos. “Todo mundo aqui tá no pico. É bom demais, muito bom você poder atirar com pessoas que estão atirando bem. Me motiva”.
Por fim, o desempenho das atletas nesta quinta-feira conta também para a competição de duplas mistas, onde está ao lado de Marcus D’Almeida. Mas esse é assunto para outro dia. “Não tem muito o que controlar agora, então prefiro focar nisso depois que ele atirar para ter mais uma tarde tranquila pela frente.”