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Paralimpíada Todo Dia

Jane Karla garante vaga para o Brasil em Tóquio

Brasileira eliminou campeã paralímpica e alcançou seu melhor resultado em mundiais de tiro com arco paralímpico composto

Worldarchery/arquivo

A brasileira Jane Karla teve um dia memorável no Mundial de tiro com arco paralímpico. Ela bateu a chinesa Zhou Jiamin, atual campeã paralímpica individual e por equipes mistas no arco composto, alcançou seu maior resultado em mundiais e ainda confirmou vaga para o Brasil nos Jogos de Tóquio 2020.

“Para mim foi uma grande felicidade, muito feliz de garantir essa vaga para o Brasil. Essa vaga não é direta para mim, a gente ainda deve fazer uma seletiva. Nossa, gente, o coração disparou quando eu fiquei sabendo, muito feliz de fazer parte desse momento, uma vaga para Tóquio, a gente estava sonhando com essa vaga e a gente já tem ela para nós. Muito feliz mesmo, nem sei como explicar”, disse Jane após a disputa.

Jane Karla começou esta quinta-feira (6) vencendo a britânica Phoebe Pine por 145 a 144 pela segunda rodada do torneio eliminatório do Mundial de tiro com arco paralímpico, disputado em Hertogenbosch, na Holanda. A brasileira entrou direto na segunda rodada graças a seu desempenho no classificatório, onde fechou como a 12ª melhor entre 50 atletas.

A seguir, já pelas oitavas de final, veio o duelo contra Zhou Jiamin, e Jane Karla venceu por 143 a 141. Além dos dois ouros paralímpicos, a chinesa foi campeã mundial em 2017 no individual e prata por equipes e, no ano passado, venceu os jogos asiáticos nos times mistos e foi bronze no individual.

Jane Karla parou na fase seguinte, nas quartas de final, quando viu a russa Tatiana Andrievskaia igualar o recorde mundial ao fazer 147 pontos. A brasileira marcou 140. Nada a lamentar, já que ela fechou o Mundial de tiro com arco paralímpico em sexto lugar, sua melhor posição na carreira, que lhe garantiu a vaga do país em Tóquio 2020.

“Já fiquei muito feliz com o resultado, sei que poderia mais, mas a adversária foi muito forte, eu tentei buscar, pela variação de luz que teve, mais uma vez, acredita que entrou uma sombra de uma árvore no meu alvo? E essa sombra estava o tempo todo mudando de posição, porque estava abaixando a luz, e da adversário manteve a luz paradinha. Foi aquele caso, a adversária teve sorte, porque eu estava com pique total, mas tive que mexer muito na mira porque estava tendo muita variação na luz”, finalizou a arqueira.

Até então, o melhor resultado de Jane Karla em mundiais era um oitavo lugar em 2015. Dois anos depois ficou em nono.

Vale destacar que a russa que bateu a brasileira fez 147 pontos novamente na semifinal e sua rival na fase, Nur Syahidah Alim, de Singapura, também. O recorde, porém, voltou a ser superado na outra semifinal, quando a britânica Jessica Stretton cravou 148.

Do tênis de mesa para o arco

Jane Karla teve polimomelite na infância e só conheceu o paradesporto aos 28 anos. Escolheu o tênis de mesa, foi bicampeã dos Jogos Parapan-americanos e disputou duas Paralimpíadas na modalidade. Depois, teve que trocar a raquete pelo tiro com arco, não sem antes tentar a sorte na esgrima.

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“Tiro com arco. Nunca vi esse esporte, mas vou lá experimentar. Atirei, não acertei quase nada no alvo, mas senti que era esse esporte que eu ia fazer”, afirmou recentemente com exclusividade para o Olimpíada Todo Dia. A mudança foi em 2015, ano em que já se colocou entre as dez melhores do mundo e conquistou o ouro no Parapan-americano de Toronto. No ano seguinte já representava o Brasil em uma Paralimpíada e ficou perto do pódio.

Em 2018, Jane Karla chegou a liderar o ranking mundial e agora, com a vaga para o Brasil em Tóquio 2020, mantém o sonho, e a batalha, para, enfim, concluir sua incansável busca pelo pódio paralímpico.

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Jane Karla participou também das equipes mistas, ao lado de João Carneiro. Nesta quinta eles venceram os indianos Jyoti Baliyan e Rakesh Kumar por 155 a 151 e depois caíram para a China, com Zhou Jiamin e Ai Xinliang, por 153 a 152.

Fabíola Dergovics e Thais Carvalho disputaram o eliminatório no arco recurvo. Thaís venceu Ieva Melle, da Letônia, por 6 a 2 e depois, nas oitavas, foi derrotada pela polonesa Milena Olszewska por 6 a 4. Fechou a competição em nono lugar. Fabíola parou na segunda rodada, eliminada por 6 a 4 para a italiana Veronica Floreno. Ficou em 17º.

No masculino, Helcio Perilo perdeu para o turco Yigit Aydin por 133 a 125 e também ficou na 17ª colocação, no W1.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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