Caroline Kumahara está pronta para o seu segundo Mundial de Equipes na elite e pede cabeça erguida do time brasileiro contra as adversárias.
Caroline Kumahara é um dos expoentes da jovem e talentosa geração que está levando o tênis de mesa brasileiro a um novo estágio. Ela é um dos destaques da Seleção Brasileira feminina que disputará o Mundial por Equipes, a partir do próximo dia 29, em Halmstad, na Suécia.
Quando Carol começou a dar as suas primeiras raquetadas, o Brasil sequer tinha disputado um Campeonato Mundial de Equipes na divisão principal. Agora, porém, o quadro é outro. É a segunda vez que a Seleção está entre as melhores do planeta e a atleta novamente integra o escrete nacional.
Participar dessa mudança de patamar é, além de motivo de orgulho, a realização de uma meta pessoal. “Para mim significa muito, muito mesmo, ter participado de feitos históricos para o tênis de mesa feminino, tanto em equipes como individualmente. E o motivo principal desse significado ser tão grande é porque desde que eu comecei, um dos objetivos era diminuir/acabar com a desigualdade de gênero no esporte”, explicou, destacando o desejo de transformação em seu meio de convívio.
Da primeira participação em Mundiais (Kuala Lumpur, na Malásia, em 2016) para a que se aproxima, dois anos se passaram. A serenidade parece ter sido o maior ganho para a jogadora. “Muita coisa aconteceu na minha vida principalmente no último ano. Acho que vejo uma Carol menos “esquentada” agora em 2018 e isso pode ajudar na mesa (risos)”, disse.
No Grupo D, o do Brasil, as adversárias serão Alemanha, Hong Kong, Luxemburgo, Tailândia e Coreia do Sul, num desafio reconhecidamente árduo. Caroline enfatiza que o respeito pelas rivais existe, mas não deve ser um combustível para as outras equipes.
“Acho que temos que entrar de cabeça erguida em todos os jogos e mostrar que estamos lá para bater de frente com qualquer uma. Se você entra na mesa respeitando demais, já começa com um ponto negativo. Temos que acreditar. Talvez podemos deixar o favoritismo para elas no sentido de jogarmos soltas, mas nunca no sentido de achá-las superiores”.
O ranking, que é quase uma obsessão de alguns atletas, não é uma preocupação da brasileira no momento, mesmo com a chance de somar pontos importantes na Suécia.
“Sinceramente, por enquanto não tenho meta em relação à ranking. Em primeiro lugar, porque estou jogando poucos torneios e com a regra do novo ranking eu preciso jogar mais torneios para pensar em subir. Morando longe dos pólos – Europa e Ásia – dificulta bastante”, acrescentou.
Esta é a primeira vez que as seleções masculina e feminina do Brasil estarão juntas na divisão principal do Mundial por Equipes de Tênis de Mesa. A Seleção feminina tem a Alemanha pela frente na estreia, dia 29, às 5h (de Brasília).
Francisco Arado exalta a evolução do tênis de mesa brasileiro
Um dos responsáveis pela participação do Brasil no Mundial de Equipes de Tênis de Mesa, sem dúvida, é o técnico Francisco Arado de Armas, o Paco, de 46 anos.
Ver o que até pouco tempo atrás parecia impossível é motivo de imensa satisfação para o treinador, hoje responsável pela equipe masculina, que deseja ser a grande surpresa da competição em Halmstad, na Suécia.
“É muito bom ver o Brasil na primeira divisão, tanto no masculino como no feminino. Acho que o tênis de mesa brasileiro tem evoluído muito, principalmente nesses dois últimos ciclos olímpicos, onde teve um grande investimento da CBTM, uma boa dedicação dos jogadores e um grande esforço da comissão técnica comandada pelo Jean-René para construir um caminho de alto nível”, afirmou o treinador.